quarta-feira, 31 de outubro de 2012

SER FELIZ.





O prejuízo de 35,7 milhões de Euros da SAD foi tema de debate na última semana. São números desconfortáveis para os portistas e estimulantes para o Correio da Manhã que viu sumo suficiente para fazer 2 ou 3 capas.




Eu tenho enormes reservas à forma como o Porto foi gerido no ano de 2011. Falo no ano civil de 2011 quando subitamente se reforçaram percentagens de passes por valores astronómicos, se renovaram contratos com prémios de assinatura milionários e se contrataram jogadores por valores pouco habituais para a escala Porto.





Escrevi aqui 2 crónicas onde abordei o negócio Falcao (ver aqui) e o negócio Danilo (ver aqui) que são exemplos do que não se deve fazer.

Porque é que não se deve fazer? Porque são desvantajosos do ponto de vista financeiro e representam actos de gestão que não encaixam na estratégia de negócio da SAD.

Não faz sentido que um jogador de futebol que seja vendido por 40 represente menos encaixe do que se fosse vendido por 30.
Não faz sentido que um clube que assenta o seu modelo de negócio em Resultados Extraordinários contrate um jogador não fundamental a curto prazo por 18 milhões.

Não me interessa esmiuçar com pormenores técnicos o Relatório e Contas. 

Quando olhamos e queremos analisar as Contas de uma Empresa, uma SAD, um clube ou um País o mais fácil é olhar para os números e tirar conclusões.

O deficit desceu X? Um país é bem gerido.
A SAD teve prejuízos de Y? É mal gerida.
Uma empresa deu lucro de Z? Tem bons gestores.

A boa ou má gestão não depende de números. Depende de objectivos e da capacidade que há em os adequar à expectativa dos seus funcionários, clientes, sócios, accionistas ou da sua população.

A boa gestão pode e deve conviver com prejuízos e com maus resultados financeiros conjunturais.
A boa gestão não pode nunca esquecer-se porque é que gere, para quem gere e quais os objectivos que visa alcançar.

Qual a diferença entre a SAD de um clube e um país?

A mensuração. A boa ou má governação é facilmente identificável com objectivos concretos num caso e mais dada a interpretações subjectivas noutro.

O Presidente da SAD do meu clube sabe o que me faz feliz. O Presidente da SAD do meu clube não me conhece, nunca falou comigo mas sabe que a gestão da SAD é um instrumento para me dar vitórias desportivas.

E sabe que as vitórias desportivas são o fim último. Fim último e único.

Os governos do meu país também não me conhecem e têm sempre dificuldade em saber qual é o fim último. A dificuldade na mensuração da governação de um país tem dado hipóteses a que se confundam instrumentos com finalidades.
Uns podem ser mais felizes se têm acesso a educação e saúde gratuitas e outros o que quererão é que o Governo de um país se intrometa o menos possível no futuro individual de cada um. Que não lhes poupe na despesa nem lhes castre na receita.

Fazemos todos parte de um grupo mas somos felizes de maneiras diferentes. 




A mensuração do fim último é a pedra de toque na gestão. Em primeiro, segundo e terceiro lugar deve ser identificada a estratégia de gestão. O modelo de negócio. Quem queremos fazer feliz. Numa SAD os accionistas, num clube os sócios, num país a população. Identificados os alvos importa perceber como lhes dar felicidade.
Clarificado o fim último vamos à gestão financeira. 

Qualquer indivíduo seja ele filósofo, contabilista, cozinheiro, picheleiro ou economista tem que perceber essa realidade.

Os outros grandes de Portugal são um bom exemplo para nós.
A dada altura estavam os 2 com enormes dificuldades financeiras e desportivas. 
Um foi pragmático chegando a dizer que preferia ir à Liga dos Campeões do que ganhar um titulo. Confundiu instrumento com fim único. Sanear contas e apostar na formação.
O Outro foi demagógico. Com dificuldades nos 2 tabuleiros fugiu para a frente. Gastou balúrdios que tinha e não tinha para atingir rapidamente o fim único. Tentou copiar o nosso modelo virtuoso

Estando os dois mal nenhum de nós tem dúvidas em saber qual é o que tem o futuro mais sombrio. Desportiva e financeiramente.

Muitos dirão que “com o mal dos outros posso eu bem!”. Dizem mal.

O negócio futebol é quase como uma entrada na Faculdade. Tem numerus clausus.
Eu posso entrar para Medicina com média de 17 se no ano em que concorro todos os outros tiverem 16 ou menos. A concretização do meu objectivo de vida está directamente correlacionado com a qualidade da concorrência. A minha felicidade não vive sem que tal não se suporta na infelicidade de outros.

O Pingo Doce, o Continente e o Jumbo podem ser todos felizes ao mesmo tempo.
O Porto, o Benfica e o Sporting não.

A gestão da SAD tem que perceber isso. Tem que estar atenta à gestão das SAD´s que com ela partilham a definição do fim último.

O que é que temos visto? Que quer a nível do instrumento (análise das contas das SAD´s) quer a nível de fim último (felicidade de sócios/accionistas) a nossa lidera.

Tentei nas linhas que acima deixei tirar o peso que hoje em dia se dá à análise do instrumento. É bom que o vírus que hoje contamina o país não passe para o meu clube.

Não, não é um deficit de 3 ou 4% do PIB que me faz feliz.
Sim, sou capaz de ter uma vida feliz com uma divida pública superior a 100%.do PIB.
A qualidade de vida de um país não se mede por indicadores económicos.
Ninguém compra essa ideia de felicidade.
Avalia-se pela qualidade de vida dos seus habitantes que não é vista por taxas de crescimento do PIB mas, por exemplo, análise do indicador IDH. Caso contrário a Índia ou a China seriam paraísos na terra.

Espero ter conseguido esvaziar o balão de que a avaliação da gestão da SAD é o resultado directo da gestão das contas.

A partir daqui faço o percurso inverso. Explicar onde é que ela é decisiva. Sempre com a minha felicidade como fim último e único.




A SAD trabalha para eu ser feliz. Feliz em 2012, feliz em 2013 e feliz em 2014. Feliz sempre.

A gestão financeira não pode à conta da felicidade de 2012 colocar em risco a felicidade de 2016, 2017 e 2018.
Tem sempre que ver mais além. É por isso que tem que vender Falcao e Hulk e terá que vender no futuro Moutinho, James e Maicon. Tem que esvaziar as possibilidades de eu ser feliz em 2012 para garantir que a minha felicidade tenha possibilidades de se concretizar no tempo.

Continua a trabalhar para o fim último incorporando que o fim último não se esgota no curto prazo.
O modelo de negócio que o Porto implementou e exponenciou nos últimos 10 anos é esse.

A gestão operacional do Porto é deficitária. O que representa esta frase?
Representa que o que os gastos estruturais do Porto são superiores às suas receitas estruturais.
A partir daí tínhamos 2 caminhos. Para viver com essa realidade ou se equilibra esse balança ou se arranja um contrapeso que a equilibre extraordinariamente.

Esse contrapeso são os resultados extraordinários na gestão de activos.  
Ora, o que temos visto é que o Porto é top mundial na capacidade de gestão de activos. Sabemos procurar, encontrar e potenciar talentos. 

A venda de Nani ao Manchester United é uma receita extraordinária possibilitada por uma qualidade extraordinária. O Sporting não tem capacidade ordinária nos seus quadros de gestão para gerar receitas extraordinárias.

A venda de Anderson ao Manchester United é uma receita extraordinária possibilitada por uma qualidade ordinária.

São tantos os casos nos últimos 10 anos (Lucho, Lisandro, Pepe, Cissokho, Deco, Bosingwa, Quaresma, Anderson, Falcao, Guarin, Hulk, Raul Meireles) que percebemos que essa qualidade que nos permite obter uma receita extraordinária é ordinária.

É esse o modelo de negócio da SAD. Queremos liderar cá dentro e ser competitivos lá fora.

Ter contas operacionais equilibradas cumpre os 2 propósitos?
Na minha opinião NÃO
Podíamos, com muito mais dificuldade, liderar cá dentro mas teríamos a competitividade lá fora ao nível de um Anderlecht. Eu não seria feliz.

O nosso modelo é virtuoso. Contratar jovens com potencial, utilizá-lo e vê-lo crescer até o atingirem ao serviço das nossas cores e vendê-lo quando ele está maduro (25 ou 26 anos).
Com isso ganhamos desportivamente ao ter jogadores de grande nível como Hulk ou James e ganhamos financeiramente ao obter mais-valias com a venda desses atletas.

O Porto tem que vender Hulk hoje por 40 para poder sonhar em vender James por 40 amanhã. Tem que vender James por 40 para ter esperança em vender o Caballero por 40.
O Braga teve que vender Lima por 4 para poder vender Eder amanhã por 5 ou 10.

O Problema dos 35 milhões de prejuízo não é o prejuízo em si mesmo. É o facto de ele ser oriundo de um desvio do modelo de negócio que visa a obtenção do fim último.

Podemos e devemos correr riscos de ter contas no vermelho.
Não podemos correr o risco de fazer implodir o modelo de negócio. 
A receita de 15 milhões pela Cláusula de rescisão de AVB é extraordinária e decorre duma qualidade extraordinária. Devíamos olhar para esse dinheiro como o Bragança olha para a verba que lhe toca à conta do negócio Pizzi. Não é para estourar!

A renovação, compra e prémio de assinatura de um jogador como Hulk que já estava maduro foi um risco que pôs em causa o modelo de negócio que nos faz feliz.
Põs em causa porque diminui a margem de mais-valia, porque diminui o facto tempo (Tivemos que o vender este ano fosse como fosse) que deve ser sempre uma variável do negócio e porque atrasa a maturação de outros talentos.
A contratação de Alexsandro por 10 e a não venda de Álvaro Pereira foi outro risco que põs em causa o modelo de negócio que nos faz feliz.
Põs em causa porque coloca na prateleira com consequente risco de desvalorização um jogador de 10M e porque diminui o poder negocial futuro na venda do Álvaro.
O valor do Torres num plantel que tenha Lukaku, Drogba e Anelka não é o mesmo que num plantel que só tenha Torres. 
A postura de um clube que nos garante as receitas extraordinárias é diferente se ele sabe que a variável tempo o favorece.
O Lyon e o Marselha sabiam que o Porto podia não vender naquele ano o Lucho e o Cissokho. Por isso conseguimos aquelas receitas.

O Inter e o Zenit sabiam que o Porto tinha que vender neste ano o Álvaro e o Hulk.

O Porto é óptimo a descobrir talento. Aposto que dentro do leque Iturbe, Kelvin, Atsu ou Caballero sairá pelo menos 1 que compensará o custo dos 4.

Não pode é brincar com a variável tempo.

Não pode ter os seus principais activos maduros e no plantel. Não pode ter Rolando, Fernando, Moutinho, Hulk e Álvaro Pereira todos com 25 e 26 anos.

Porque todos os clubes vão perceber que é agora ou nunca. Porque todos os jogadores vão perceber que ou é agora que fazem “O contrato” ou que nunca mais o farão.
Porque não podemos vender todos ao mesmo tempo. Se o fizéssemos estávamos a gerir bem as contas da SAD de hoje mas estávamos a desrespeitar a estratégia de negócio. 
O ser feliz.

Para além de brincar com a variável tempo jogou com a variável margem de lucro.
Uma coisa é comprar Kelvin, Iturbe, Fernando, Atsu, Tomas Costa ou Stepanov
Outra é comprar Moutinho, Alexsandro, Danilo, Hulk.









Quando se dá 5M por um jogador temos que estar preparados para o insucesso. Pode correr mal e não é por isso que se põe em causa o modelo.
Quando se gasta 10,15 ou 20 por um jogador sabemos que tem que correr bem. Não pode correr mal. Subimos a fasquia demasiado alto. Esses jogadores têm que representar lucro para o clube. Desportiva ou financeiramente as suas contratações têm que equilibrar o deficit operacional com que temos que saber conviver.







A carreira do Sergey Bubka seria muito diferente se ele, ao contrário da politica do subir centímetro a centímetro, tivesse optado por, de repente, colocar a fasquia nos 6 metros e 20.

A gestão financeira de 2011 foi má porque vimos negócios esquisitos e porque não respeitou o modelo de negócio da década. Subiu a vara desnecessariamente para um patamar em que pode ser difícil saltar.  E ,não saltando, caímos com estrondo.

A gestão financeira da década tem sido boa porque tem se sabido suportar numa competência única que a gestão desportiva tem.
A gestão financeira de 2011 foi má porque acreditou que a competência da gestão desportiva não tem limites. Que é tão fácil comprar por 5 e vender por 15 como comprar por 20 e vender por 35.
A gestão financeira permitiu que a desportiva deixasse de fazer substituições para apostar em antecipações.

Antes vendíamos o Ricardo Carvalho e íamos buscar o Pepe. Vendíamos o Pepe e íamos buscar o Stepanov.
Vendiámos o Deco e íamos buscar o Quaresma. Vendíamos o Quaresma e íamos buscar o Hulk.
Vendíamos o Lisandro e íamos buscar o Falcao.

Vendíamos e com o dinheiro da venda íamos comprar. Substituíamos

Agora antecipamos. Antecipamos que vamos vender o Álvaro e vamos buscar o Alex.
Antecipamos que vamos vender o Moutinho e vamos buscar o Defour.
Antecipamos que vamos vender o Rolando e trazemos o Mangala.

Perspectivamos a venda e com o dinheiro dessa perspectiva vamos comprar. Antecipamos. 

O erro de 2011 tem implicações. O caso Rolando, o caso Álvaro Pereira, o caso Fucile, o caso Sapunaru, o caso Belluschi e o caso Guarin, o caso Hulk, o caso Moutinho e o caso Fernando, o caso Danilo e o caso AlexSandro.

Todos foram ou são casos. Uns bem resolvidos outros mal ou por resolver. Muitos evitáveis se respeitássemos a variável tempo e não subíssemos a vara para os 6 metros e 20.

A forma como regressamos ao normal neste defeso dá-me esperanças. O emagrecimento do plantel a nível de quantidade e qualidade era exigível.
Reduz custos operacionais (com pessoal), capitaliza receitas extraordinárias no presente e dá espaço a receitas extraordinárias futuras.

Quando a dado passo do Relatório se diz que não estão contabilizadas as vendas de Hulk e Álvaro não é essa afirmação que me dá esperança.
Neste Relatório estão contabilizadas vendas de valor similar como as de Guarin e Falcao e o resultado foi o que foi.
O que fará a diferença não são as receitas que irão ser contabilizadas mas sim as despesas à Manchester City que não aparecerão no próximo Relatório e que apareceram neste como resultado do fortíssimo investimento em contratações e renovações.

Os capitais próprios voltarão a ser positivos certamente o que nos coloca numa realidade aposta ao dos clubes rivais. Realidade que tem implicações fortíssimas na felicidade dos anos de 2015 em diante.

É isso que importa. SER FELIZ. Quando se analisar o Relatório e Contas de 2012/13 teremos que perceber se os números que lá estão respeitam esse FIM ÚNICO.

Se o preço do Dragon Seat e dos bilhetes subirem 50%, se não se pagarem prémios e comissões e se cortar 20% nos custos com pessoal podemos atingir as metas de uma qualquer troika.
Se no Relatório de 2012/13 lá aparecerem as vendas de Moutinho, James, Maicon, Fernando e Alex e não se detectar qualquer investimento teremos um resultado liquido glorioso e um onze inicial capaz de se bater taco a taco com o Moreirense e o Genk.

Esse lucro glorioso seria feito à custa da nossa felicidade de 2013/14. Certinho e direitinho.
Se o Angelino Ferreira nos disser num tom fleumático e vagaroso que temos que ser infelizes em 2013, 2014, 2015, 2016 e 2017 para termos condições para atingir o céu em 2020 mandamos a SAD inteirinha com o Pinto da Costa lá dentro para o Inferno.








Porque é que iam todos para o Inferno? Porque estes sabem que não nos podem vender uma outra ideia de felicidade que não seja a nossa. Se o Pinto da Costa nos dizer que lá está para pôr as contas em ordem e que a nossa felicidade só deve depender de estarmos vivos e ter jogo no Dragão ao Domingo deixa de nos representar.









Porque um qualquer relatório e Contas deve a ele ter associado uma estratégia. 

SER FELIZ.



Por: Walter Casagrande

terça-feira, 30 de outubro de 2012

A história em futebolês. (Por Joker)



No inferno das estepes, com o vento gélido pela fronte
Avançava o José Estebes, para ir relatar o confronte
Entre as águias de Napoleão, e as bicéfalas czaristas
Do vermelho do Luisão, contra o branco dos spartakistas!

Tal qual o escravo Spartacus, o de Moscovo, revoltou-se
Desfeiteou Roma em pedaços, contra o poder, amotinou-se
E só com as suas legiões, pagas a bom peso com ouro
Conseguiu Octávio, as refundações, da eterna, a soro!

Coisa que o déspota general, pequeno mas propenso invasor
Sentiria, num abençoado invernal, igual sentimento de dor
Retirando como vitória, depois de conquistada a Moscovita
De rabo enregelado na Glória, provento de muita conquista!

Assim se lançaram as hordas de Mouros sobre a península
Contra os Cristãos Visigodos, postulados em questiúnculas
Aproveitando a divisão dos então bárbaros doutra memória
Se implementou o Islão, nos compêndios da nossa história!

No cruzamento histórico, que retrata em fundo, as invasões
Temos como elemento alegórico, as águias com seus brasões
Prova do belicismo infernal, numa envergadura opressora
Produto do mero eventual, ou de uma propensão violadora?

Prefiro ver no Dragão, as forças do império da sabedoria
Onde não se promete, de antemão, conquistas em alforria
Seja em vitórias no burgo, ou em guerras transfronteiriças
Um símbolo que seja em lurgo, sem novas guerras movediças!

Não se promete o que não se tem, só à laia ditatorial
Acusando outros como ninguém, num sistema inquisitorial
Só permitido em Nações, que acusam sectariamente alguns
Deixando outros, rufiões, garantindo o fim dos seus jejuns!

Por isso se saúda esta vitória, ganha por arrebatamento
Numa renovada oratória, em que se prometeu o acontecimento:
Uma vitória europeia e mais três campeonatos de rajada
Conseguidos em centopeia, em arquitectura bem planejada!

Pra isso se convidam os Eduardos, pra se juntarem aos Tarzans
Eleitos em forte petardo, lá avançarão sobre os Partisans
Que não aceitam as ditaduras, nem os tempos da outra senhora
E preferem viver em soltura, mesmo que não vejam nova aurora!





Por: Joker

Juniores A: Porto 5 - 0 Varzim




No jogo correspondente à 10ª jornada da 1ª fase do Nacional de Juniores A, o F.C. Porto bateu com facilidade o Varzim por 5-0.








O jogo teve duas partes completamente distintas na 1ª das quais os portistas dominaram completamente, mas, além do golo marcado por André Silva, poucas mais oportunidades criou. A equipa jogava essencialmente pelo corredor central, sentindo falta de extremos que assumissem mais o jogo, sendo que o jogo quase só lateralizava com o apoio dos laterais, principalmente através de Rafa. O golo nasce num desses lances, através de um cruzamento fantástico do lateral esquerdo portista, concluído com um bom cabeceamento de André Silva.






A 2ª parte foi completamente diferente. As alterações efectuadas por Capucho foram muito importantes para um melhor desenrolar do jogo, com destaque para a entrada de Ivo Rodrigues, que deu mais largura ao futebol portista, assumindo o jogo sem problemas. O futebol praticado passou a ser mais rápido, mais envolvente e acima de tudo mais objectivo, sendo marcados 4 golos nesse período e falhadas mais algumas oportunidades.

André Silva foi o homem do jogo, ao marcar dois golos e ao estar em quase todos os lances de perigo da equipa. É um avançado com grande futuro, tem tudo que um grande ponta de lança precisa: é rápido, alto, forte, cabeceia bem, tem capacidade técnica para jogar fora da área.

Contudo, algumas opções tomadas por Capucho levantam questões. Uma delas é o facto de Vitor Andrade apenas parecer contar para a posição 6, quando dificilmente será um trinco no futebol senior: fisicamente é frágil para a posição, além de sair muito de posição quando a equipa ataca; por outro lado apresenta uma grande qualidade ofensiva, e deveria começar já a adaptar-se a terrenos mais ofensivos. Em jogos da 2ª fase esta opção também se poderá tornar arriscada.

 Resumindo, mais uma boa vitória da nossa jovem equipa, na perseguição ao líder Rio Ave, numa recuperação óbvia depois dum início de época algo difícil, mas normal dado esta ser uma equipa maioritariamente de 1º ano e com muito ainda para crescer.


Ficha de jogo:

Local: Centro de Treinos do Olival – Vila Nova de Gaia

FC PORTO: Kadú, Jorge Azevedo; Bruno Silva, Tomás Podstawski, Luís Rafael, Vítor, Diogo Belinha (Rui Cardoso, 66m), João Graça (Leandro Silva, int.), Francisco Ramos, Shuai (Ivo Rodrigues, int.) e André Silva.
Treinador: Nuno Capucho

VARZIM SC: Miguel Brandão, Fábio Costa, Dinis, Vinícius (Roberto, 53m), André Peixoto, Carlos Ferreira, Tiago Mendes, Hélder Pinto (César Nunes, 18m), Francisco Vasconcelos (Gois, 74m), Dinis Lopes e João Pedro.
Treinador: António Carlos Rodrigues 

Intervalo: 1-0 

Marcadores: André Silva (9 e 64m), Ivo Rodrigues (51m,), Leandro Silva (82m.) e Luís Rafael (88 min.)

Amarelos: Tomás Podstawski (3m) 



Por: Eddie the Head

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Estoril 1 - 2 FC Porto (Crónica)


Cortesia de Jackson.





O regresso do Estoril à primeira liga traz duas coisas: um jogo no estádio do Algarve para alguém e o ressuscitar daquele futebol de estilo à Salgueiros. Dois trincos dispostos a baterem o jogo todo, mais um médio que corre mais para trás que para a frente e com a missão de meter bolas nos flancos. Dois laterais sempre dispostos a procurar o contra ataque e um trio ofensivo no estilo ciclista de sprint que se atira para a bola e não para a meta.





Perante isto, o FC Porto teria que corresponder à pressão do meio campo contrário e ser capaz de flanquear para travar o ímpeto ofensivo do Estoril e atacar por onde têm maior dificuldade a defender. Mas não. O FC Porto avança para o jogo com um central a lateral esquerdo e com James de novo ancorado no flanco direito. Se ainda somar uma pressão ténue da linha média portista, então temos os ingredientes para um jogo difícil e suado.

O jogo começa com uma oportunidade para o FC Porto. Logo no segundo minuto de jogo, Varela tenta um cruzamento, mas acaba por acertar na trave estorilista. Aos 9 minutos de jogo, Jackson desvia uma bola, mas Wagner defende.

Um minuto depois, surge o balde de água fria. 

Canto para o Estoril, com nova fífia na marcação à zona do FC Porto, a permitir a Licá um desvio ao primeiro poste. Helton não é lesto a reagir e a bola ressalta do poste contrário para o toque final de Steven Vitória, isolado a dois passos da linha de golo. Um somatório de erros crassos num lance de bola parada defensiva. O segundo golo sofrido esta semana por erros de palmatória em esquemas tácticos defensivos.

O FC Porto tenta reagir, mas não consegue carrilar jogo pelos flancos e o seu meio campo não se impõe ao do Estoril. Jackson joga muito isolado e condenado a resolver os lances ofensivos de maneira individual. Ainda assim, cinco minutos após o golo, o FC Porto consegue uma raríssima jogada flanquaeda e Varela cruza para Jackson. O colombiano roda bem na área e quando se preparava para rematar, vê o seu intento bloqueado pelo central estorilista. Havia esforço portista para dar a volta, mas não havia arte!





O Estoril ganha controlo do meio campo e contra-ataca com veneno. O FC Porto só volta a criar perigo 10 minutos depois. Aos 25 minutos, o FC Porto ganha um canto. Moutinho bate na perfeição para a entrada de Jackson que arranca uma cabeçada fulminante, à qual Otamendi faz uma correcção de rota para o poste a centímetros da linha de golo. No minuto seguinte, Otamendi lança longo para Jackson. A recepção orientada do colombiano é perfeita, mas faltou força e colocação no remate. Bolas paradas e lançamentos longos, era o que a teia estorilista deixava passar. 




O FC Porto definhava em campo, sem conseguir ganhar a linha de fundo e sem conseguir empurrar o meio campo estorilista. O Estoril vai ganhando confiança e começa a lançar contra-ataques cada vez mais verticais, sobretudo pelo flanco de Mangala. Até que ao minuto 30, Licá dispõe de uma oportunidade soberana para dilatar a vantagem, após nova incursão pelo flanco de Mangala. Licá cabeceia sozinho no coração da área portista, quase aproveitando novo erro crasso de marcação, desta feita de Maicon.

Até ao final da primeira parte o FC Porto não produz nada de relevante.

A segunda parte traz um FC Porto disposto a resolver alguns problemas e a disfarçar outros. A principal diferença brota de Fernando. Após um primeira parte de mau nível e muito pouco focado no seu jogo, Fernando aumenta a produção e empurra o meio campo portista para o sufoco ao meio campo do clube da linha. O desequilíbrio veio de Jackson. Comandou a dança e revolucionou o ataque do FC Porto.

A segunda parte até começa morna, com o FC Porto melhor e mais instalado no meio campo defensivo estorilista, mas sem criatividade no último terço, nem profundidade nos flancos. O abanão no jogo portista vem ao ritmo do cha-cha-cha de Jackson. Farto de esperar pelo que tardava a chegar, Jackson vai fazer o que ninguém fazia. Aos 58 minutos, o Estoril dispõe de um lançamento lateral. O FC Porto recupera a bola e Jackson cai no flanco. Assumindo o papel de extremo, Jackson faz o que um extremo competente deve fazer. Recebe, roda, encara o lateral, dribla e ganha a linha de fundo. Uma vez ganha a linha de fundo, faz aquilo que uma defesa mais detesta. Cruza atrasado e tenso para a entrada da pequena área. Um cruzamento açucarado a pedir a entrada de alguém. Aparece Varela de cabeça e o empate estava feito.
Cortesia de Jackson – o extremo.

Com o golo do empate, o FC Porto aumenta a pressão e o Estoril treme. Três minutos após o empate o FC Porto ganha um livre descaído para o seu flanco direito, à entrada da área. Cobrança superior de Moutinho e cabeçada sem apelo e agravo de Jackson para o 1-2. Finalmente, vantagem no marcador.
Cortesia de Jackson – o ponta-de-lança.

O FC Porto dá a volta ao marcador. Para isso, melhorou bastante a sua pressão a meio campo e contou com Jackson para disfarçar o resto.

O FC Porto atravessa o seu melhor período no jogo e o Estoril aprofunda o seu desnorte. No banco, Marco Silva desespera e faz duas substituições quase seguidas que ainda afundam mais o Estoril. O FC Porto quase que aproveita. Cinco minutos após o 1-2, Fernando ganha a bola numa disputa directa com o trinco estorilista (o que dá bem a ideia do quanto subiu no terreno o nosso meio campo na segunda parte) e cavalga até à área. Aí chegado, efectua um cruzamento-remate violento para o poste contrário, ao qual Jackson tenta corresponder. Jackson ainda consegue dar à bola o sentido da baliza, mas esta bate na trave e perde-se.






O jogo entra, então, numa toada morna. O Estoril ainda a ressacar das substituições operadas e da reviravolta no marcador e o FC Porto à espera do que o jogo pudesse dar. A primeira substituição de Vítor Pereira traz velocidade à equipa. Atsu no lugar de Varela, aos 72 minutos. É, então, que Marco Silva percebe que já não vai buscar mais um golo com 1-2 no marcador, da forma que o foi buscar com o 0-0. 





Decide alterar a formar de atacar da sua equipa e coloca uma referência na área – João Paulo. O Estoril volta a crescer na partida e volta a contra-atacar com perigo, como fez aos 82 e 84 minutos de jogo por Licá. Vítor Pereira percebe o perigo e responde de imediato. Retira James, já esgotado e coloca Rolando. A porta fechava-se para o Estoril e só o FC Porto teria capacidade de mexer no marcador. Quase o conseguiu ao minuto 90. Bom trabalho de Atsu no flanco, com Jackson, ao primeiro poste, a rematar ao lado de primeira.

O que se retira deste jogo são os mesmos ensinamentos que em quase todos os jogos anteriores, sobretudo os que foram disputados fora contra equipas de menor valia. O FC Porto tem manifesta dificuldade em flanquear o seu jogo e sempre que o faz, cria perigo.

Jogar com ambos os flancos coxos (um com um falso extremo e outro com um falso lateral) é muito limitativo da nossa acção ofensiva. Ainda por cima, quando o meio campo não está a carburar em pleno (como aconteceu na primeira parte) e há um défice criativo na zona central (como foi notório durante o jogo todo).

Desta vez, valeu que Jackson tomou conta da dança. Fez o seu papel e o de outros. Sem ele, o presidente Pinto da Costa não levaria uma grata recordação do seu jogo 1000.

Esta vitória vale ouro. Pelo arreganho adversário, pela dificuldade que quiseram dar ao jogo (não houve jornal que não cavasse o histórico dos confrontos do FC Porto com o Estoril na linha de Cascais), pela reviravolta no marcador e pela necessidade de resposta a vitórias dos adversários. Mas sobretudo, porque houve quem desse o passo em frente e levasse a equipa em ombros.

Para Vítor Pereira, para além da tradicional dificuldade da equipa em flanquear, surgem mais duas questões a resolver rapidamente.

Primeiro, os esquemas tácticos. Defensivamente, estão demasiadamente porosos. Segundo golo sofrido em dois jogos seguidos, numa marcação à zona deficiente. Ofensivamente, não temos novidade nenhuma. Não temos qualquer variante.

Segundo, o equilíbrio das suas convocatórias.





Análises Individuais:


Helton – Aquela bola não pode passar-lhe próximo das mãos, na pequena área e com ele meio perdido na viagem. Já contra o Dínamo não tinha ficado muito bem, mas hoje tinha a obrigação de afastar aquela bola. De resto, um jogo seguro.

Danilo – Fez um bom jogo defensivo, mas sem apoio de um extremo, não se aventurou no ataque como devia. Está a subir de forma e a sua capacidade física cresce de jogo para jogo.

Mangala – Teve dificuldades. Não seria de esperar outra coisa. O Estoril procurou explorar ao máximo a sua aptidão para central. Nunca virou a cara à luta e até procurou dar apoio a Varela a atacar. Fez um par de cortes providenciais em dobras a Otamendi.

Maicon – Não está numa boa fase. Mais um jogo cheio de pecadilhos, sendo o mais grave a forma como deixa fugir Licá que quase faz o 2-0. Até nos livres perdeu a sua “magia”.

Otamendi – Não foi a sua exibição mais segura, mas, ainda assim, foi o melhor da linha defensiva. Teve algumas dificuldades na marcação a Licá. Esteve seguro no passe longo.

Fernando – Uma primeira parte irreconhecível. Muito perdido numa luta pessoal e pouco confiável no corte e no passe. Para a segunda parte, entrou outro jogador. Ganhou bola atrás de bola e até atacou a baliza do Estoril. A reviravolta começou em Fernando. Ou melhor, na transformação de Fernando.

Moutinho – Fez uma excelente partida. Foi a melhor unidade do meio campo na primeira parte e subiu a bitola na segunda parte. Continua a revelar dificuldades na saída de bola porque não tem um criativo a acompanhar o seu jogo.

Lucho – Um jogo que mostra bem o jogador é hoje. Lucho já não é aquele jogador que chegou com Lisandro. É outro jogador. Hoje, Lucho foi totalmente ausente sempre que o FC Porto precisou de criatividade pelo centro do terreno. Enquanto o FC Porto esteve a perder, Lucho não carregou a equipa para a frente. Quando, finalmente, o FC Porto colocou-se a vencer, Lucho foi o primeiro a aparecer para fechar a porta ao Estoril. Fez melhor jogo a defender a resultado que a atacar a desvantagem.

Varela – Mais um jogo à Varela. Fez um golo, atirou uma bola à trave por engano e pronto. Esteve longe de dar a profundidade que a equipa necessitava.

James – Mais um jogo perdido entre uma posição e outra. Acabou por sair revelando dificuldades físicas e sem deixar a sua marca no jogo. Noite apagada.

Jackson – O abono de família. Uma assistência à extremo e um golo à ponta-de-lança. Sabe muito de bola e tem muita qualidade em vários aspectos do jogo. Percebeu que a equipa estava com problemas e saiu do seu habitat para os resolver. Classe pura.


Atsu – Entrou bem, confiante e empreendedor. Deu mais trabalho que Varela e sai com pior estatística. Os números e a arte de mentir.

Rolando – Fechou a porta ao ataque estorilista e ainda foi a tempo de lançar Atsu no minuto 90 com uma grande abertura.

Defour – Entrou para as palmas finais.


FICHA DE JOGO:

Estoril-FC Porto,1-2
Liga, sétima jornada
28 de Outubro de 2012
Estádio António Coimbra da Mota, no Estoril
Assistência: 8.434 espectadores

Árbitro: João Capela (Lisboa)
Assistentes: Ricardo Santos e Pedro Garcia
Quarto árbitro: Luís Reforço

ESTORIL: Vagner; Anderson Luís, Steven Vitória, Bruno Nascimento e Jefferson; Diogo Amado, Gonçalo e Evandro; Carlitos, Licá e Gerso
Substituições: Evandro por Carlos Eduardo (61m), Gerso por Luís Leal (63m) e Diogo Amado por João Paulo (77m)
Não utilizados: Renan, Mano, João Pedro e Hugo Leal
Treinador: Fabiano Pessoa

FC PORTO: Helton; Danilo, Maicon, Otamendi e Mangala; Fernando, João Moutinho e Lucho (cap.); Varela, Jackson Martínez e James
Substituições: Varela por Atsu (72m), James por Rolando (86m) e Lucho por Defour (90m+2)
Não utilizados: Fabiano, Castro, Iturbe e Kelvin
Treinador: Vítor Pereira

Ao intervalo: 1-0
Marcadores: Steven Vitória (10m), Varela (57m) e Jackson Martínez (61m)
Cartão amarelo: Fernando (69m)


O Que disseram os Intervenientes:

Pinto da Costa: 

«Foi coincidência, mas o primeiro jogo que fiz como presidente foi aqui no Estoril e trinta anos depois deu-se a curiosidade de ser aqui que fiz o meu milésimo jogo. Depois destes mil, não serão muitos mais, mas vão ser ainda alguns. É interessantíssimo, porque o Estoril esteve muitos anos na segunda divisão e coincidiu subir à Liga esta época e o sorteio designou que o milésimo jogo fosse aqui», começou por destacar.

Eis o onze ideal de Pinto da Costa, ditado pelo próprio: «Para guarda-redes o Vítor Baía, sem dúvida. Defesas: para o lado direito, o João Pinto, para centrais optaria pelo Fernando Couto e Aloísio e para o lado esquerdo o Branco. No meio-campo é mais complicado, porque tinha o André, o Deco, indiscutível, e o Jaime Magalhães. À frente então seria complicadíssimo, porque quem teve Madjer, Jardel, Futre e Hulk, que também já é passado, era difícil escolher, mas o que é certo é que seria uma equipa fantástica».


Vítor Pereira: 

"Dedico a vitória a Pinto da Costa"

O técnico sublinhou a entrada forte do FC Porto na segunda parte, que permitiu dar a volta a uma situação de “alguma ansiedade”.

Reacção na segunda parte

“Vimo-nos a perder muito cedo no jogo e depois era natural que houvesse uma ou outra oportunidade, mas faltava mais intensidade nas acções defensivas, mais agressividade, pressionar mais alto, ‘apertar’ mais com o Estoril. Foi isso que fizemos na segunda parte.”

Luta contra ansiedade

“A alegria vem fundamentalmente pela forma como o triunfo foi conseguido. Depois de estarmos a perder por 1-0, e sabendo que um golo não chegava, é natural que se tenha gerado alguma ansiedade. Tivemos uma entrada forte na segunda parte, conseguimos dar a volta e depois podíamos ter feito mais golos.”

A corrida do título

“Esta corrida está muito longe de chegar ao fim. Temos de ser consistentes e ir somando pontos para na parte final ver quem tem argumentos para chegar ao titulo.”

Dedicatória especial

“Foi importante chegar aqui e poder dedicar, no jogo 1000, a vitória ao presidente, que já teve tantas conquistas. Este espírito de vencedor, de quem é ambicioso, é-nos transmitido na pessoa do presidente. Não há ninguém que queira ganhar mais do que ele.”

Jackson:

 «continuar a marcar»

“Foi uma vitória muito importante. Pensamos em nós e não nos nossos rivais e queremos fazer o nosso trabalho, independentemente dos outros. Foi um jogo muito difícil, perante uma equipa complicada. Na segunda parte tivemos uma atitude diferente, querendo ganhar. Na primeira parte, não tivemos a eficácia necessária. O mais importante são os três pontos, mas, como goleador, é importante continuar a marcar e a equipa fica mais perto de ganhar”.





Por: Breogán

domingo, 28 de outubro de 2012

Segunda Liga: Atlético 2 - 1 FC Porto B



Ainda não foi desta que os nossos miúdos da B reencontraram o caminho da vitória. No sempre difícil e histórico estádio da Tapadinha o FC Porto averbou mais uma derrota desta feita por 2-1.

Com mais esta derrota soam definitivamente os sinais de alarme. 

Pontos precisam-se apesar de estarmos na primeira fase do campeonato.

Este projecto não pode morrer!


FICHA DE JOGO:

Atlético-FC Porto B, 2-1
Segunda Liga, 11.ª jornada
28 de Outubro de 2012
Estádio da Tapadinha, em Lisboa
Assistência: cerca de 1000 espectadores

Árbitro: Rui Silva (Vila Real)

ATLÉTICO: Leão, Luís Dias, Paulo Renato, Hugo Carreira, Vítor Moreno, Taira, Marco Bicho, Vasco Varão (Hugo Pina, 86), Hernâni (Adilso, 69), Lito (Quinaz, 46) e Ailton.

Substituições: Quinaz por Lito (46m), Adilso por Hernâni (69m) e Hugo Pina por Vasco Varão (86m).

Não utilizados: Janota, Mauro, Julian e Tininho.
Treinador: António Pereira

FC PORTO B: Stevanovic, David Bruno, Abdoulaye, Tiago Ferreira, Quiñones, Edú (Pedro Moreira, 73), Sérgio Oliveira, Mikel (Sebá, 66), Tozé, Dellatorre (Frederic, 57) e Vion.

Substituições: Frederic por Dellatorre (57m), Sebá por Mikel (66m) e Pedro Moreira por Edu (73m)

Não utilizados: Eloi, Zé António, Fábio Martins e Diogo Mateus.
Treinador: Rui Gomes

Ao intervalo: 0-0
Marcadores: Ailton (61m), Hernâni (66m) e Sérgio Oliveira (73m).
Cartões amarelos: Delatorre (45+3), Sérgio Oliveira (66), Quiñones (83), Paulo Renato (84), Quinaz (90) e Hugo Pina (90+2).


Por: Rabah Madjer

Hipocrisias, Filosofias e Azias do Futebol



O fenómeno desportivo, e nomeadamente o desporto-rei em Portugal, o futebol, tem sido por diversas vezes objeto nos media, e não só, de enormes polémicas e conflitos entre os seus intervenientes, não só por razões de interesses pessoais associados a grandes clubes ou instituições desportivas, mas também, por razões sociais, políticas e filosóficas que por vezes têm em mente um fundamento ou um único princípio, entreter a opinião pública na leitura e venda de jornais de circunstância, desviar as atenções por incompetência de gestões danosas, ou ainda, a falta de resultados positivos e pressionar as instâncias oficiais que têm a seu cargo a orientação deste fenómeno desportivo.



Quer queiramos quer não, com pressões de um lado ou de outro, o que fica para a história é de facto o resultado do confronto direto entre as equipas protagonistas, e nunca a causa direta ou consequência que originou a homologação do resultado final, de que são disso exemplos paradigmáticos a mão de Vata que proporcionou ao SLB uma presença numa final europeia, um golo limpo do V. Guimarães que lhe tirou a possibilidade legítima de também estar presente noutra final europeia, e ainda, um golo fantasma do FCP numa célebre noite de nevoeiro no antigo Estádio da Antas contra o SCP, que deu a vitória ao clube azul e branco, e tudo isto derivado ao facto de as altas instâncias que regulamentam o futebol, não permitirem o acesso e o uso de câmaras para minimizar o problema e trazer ao futebol a verdade desportiva.

No momento que escrevo este artigo, os clubes da segunda circular estão a passar por períodos conturbados da sua história, o SCP está mergulhado numa crise de resultados e de gerência desportiva, parecendo que pelo andar da carruagem, finalmente entendeu que o seu projeto desportivo estava completamente errado e muito aquém do desejável, e no SLB decorre o período de campanha eleitoral para a eleição dos novos corpos gerentes da SAD benfiquista (LFV ganhou), que se tem traduzido num confronto de ideias equidistantes e de ataques soezes entre ambas as partes, o que não dignifica em nada a boa imagem do clube da Luz, sendo mesmo de lamentar a atitude do seu atual presidente, ao não permitir que aja um debate público e aberto entre as duas candidaturas, o que deixa muito a desejar sobre a liberdade opinativa e democrática duma instituição centenária e reconhecida no mundo inteiro, que devia primar por outros princípios mais consentâneos com o seu historial. 

Se é certo que a LFV não lhe podemos reconhecer grandes atributos de dialética intelectual e opinativa, e talvez seja por essa razão que entendeu que não seria de boa prática o confronto com o seu opositor direto, por outro lado, como se costuma dizer, quem não deve não teme, e que eu saiba os números matemáticos das contas contabilísticas de qualquer SAD, por terem de ser auditados pela CMVM, terão que ser uma ciência exata, e não um manancial de parcelas estatísticas de acordo com a vontade e os desígnios de cada um.


Por: Natachas.

sábado, 27 de outubro de 2012

Estoril - FC Porto (Antevisão)

Depois da equipa B ver antevisão aqui, entra em campo para vencer a equipa A.

Poderá seguir o jogo do Algar...perdão Estoril, em directo aqui.







Depois de mais uma paragem prolongada no campeonato (chega a ser caricato) o FC Porto defronta neste domingo o Estoril e procura continuar no rumo das vitórias, sendo que até ao momento já perdeu quatro pontos em dois jogos realizados fora do Dragão.






O Estoril foi uma das equipas que regressou ao escalão maior, obtendo com todo o mérito o primeiro lugar na Segunda Liga, mantendo uma regularidade tremenda ao longo da prova fruto de um excelente trabalho protagonizado por Marco Silva. 

Relativamente ao plantel, que acho muito interessante e tem condições suficientes para alcançar o seu principal objectivo, que naturalmente passa exclusivamente pela manutenção.

Alguns dos craques da temporada passada vão ter oportunidade de "vingar" na Liga Sagres, veremos se aguentam a pedalada (alguns deles têm estado ao seu nível).

Um dos pontos forte deste adversário são as suas transições para o ataque, tendo jogadores rápidos na frente e que transportam bem a bola, criando dificuldades a qualquer equipa que possa surgir pela frente, contam também com dois laterais que atacam bastante. Uma das coisas que realço nesta equipa é ter exactamente a mesma postura competitiva seja casa ou fora, nesta fase só não tem mais pontos devido algumas desconcentrações nas partes finais dos jogos, uma situação que ao longo da prova será certamente rectificada.

A nível de posicionamento e sistema de jogo não haverá modificações (poderá existir alguma troca directa de jogador mas que não implique mudanças tácticas), sendo que Marco Silva joga por norma num 4-2-3-1, optando por um duplo-pivot na zona intermédia (Diogo Amado e Gonçalo Santos) de forma a dar maior liberdade ofensiva ao "malabarista" Carlos Eduardo (ainda é muito irregular), com os irrequietos Licá e Gerso sobre as alas (Carlitos pode ser igualmente uma das alternativas credíveis), aparecendo mais adiantado Luís Leal, que tem aproveitado muito bem este regresso ao Estoril.

Seja no meio-campo como na frente não acredito que hajam alterações, na defesa muito menos, com o indiscutível Vagner na baliza (apesar de Renan ter mais "fama", o seu compatriota dá outra qualidade entre os postes), os laterais Anderson Luís e Jefferson (atenção a estes dois jogadores), e no centro da defesa  Bruno Nascimento e o central goleador Steven Vitória.

No FC Porto as novidades prendem-se com os regresso à convocatória de Rolando (pela primeira vez chamado para um jogo do campeonato) e de Iturbe, sendo de certa forma surpreendente as ausência quer de Miguel Lopes como de Kléber, apesar do brasileiro nem estar a sair do banco.

Sem contar com o Alex Sandro, o onze a ser apresentado deverá ser idêntico ao de quarta-feira passada para a Champions, incluindo Mangala no lado esquerdo da defesa.

No Jogo 1000 do Presidente queremos uma vitória categórica.





Antevisão do Treinador (em: www.fcporto.pt):

"Queremos manter-nos na frente na Champions e no campeonato"

Vítor Pereira teve, esta sexta-feira, uma conversa franca com os jornalistas, na conferência de imprensa de antevisão da deslocação ao Estoril (domingo, 20h15). O técnico abordou a possível estratégia do adversário e as dificuldades provocadas pelo calendário, mas a ideia forte foi outra: o FC Porto não quer abdicar do raro estatuto de liderar o grupo da Champions e a Liga portuguesa.

Que comentário lhe merece o jogo 1000 do presidente Pinto da Costa?

Mais do que o jogo 1000, importa falar de um presidente com muitas conquistas acumuladas. Se fosse o jogo 1000 sem conquistas, este número não teria valor. É uma marca que apraz registar.

Que tipo de jogo espera no Estoril?

A ideia que tenho de equipas como Estoril, Rio Ave e Gil Vicente ilustra aquilo que são as qualidades do treinador português e das equipas portuguesas de média qualidade. São formações com treinadores astutos na forma como abordam o jogo: defendem bem, de forma organizada, com muita entreajuda quando defrontam equipas de nível superior. A qualidade das acções ofensivas centra-se no momento da transição: algumas têm jogadores que exploram melhor esses momentos e que têm mais critério quando recuperam a bola. Para além disso, aproveitam os lances de bola parada. São argumentos válidos para conquistar pontos, porque quem for demagógico e não os apresentar geralmente não sobrevive. Refiro-me ao Rio Ave e Gil Vicente porque foram equipas que nos retiraram pontos com esses argumentos.

As nossas armas são a agressividade defensiva e ofensiva e o controle dos momentos de perda de bola. É importante saber controlar a profundidade, imprimir um ritmo forte na circulação de bola e criar situações de ruptura, um contra um e tabelas. São essas situações que nos permitem entrar nestas defesas compactas. Não é com um jogo lento e denunciado que se consegue desestruturar e encontrar situações de penetração em equipas que se organizam da forma como o Estoril se deve apresentar. O campo do Estoril também não é como o do Dragão e isso cria algumas dificuldades.

Não há o perigo da equipa procurar o controlo depois do 1-0 e depois sofrer com isso?

Todos temos consciência, como equipa, de que para vencer adversários como o Estoril, em sua casa, temos de estar ao nosso melhor nível. Muitas vezes, somos nós que subentendemos a gestão e o controlo; não admitimos que o adversário nos obrigou a jogar assim. A gestão e o controlo podem não ser demérito da nossa equipa e sim mérito do adversário. Noutras situações, baixar o ritmo permite ao adversário chegar sempre a tempo no fecho dos espaços, interceptar bolas que não deveria e ganhar confiança em determinados momentos. Foi isso que aconteceu com Gil Vicente e Rio Ave.

É ingrato trabalhar numa grande equipa durante a paragem das selecções?

Posso fazer-vos um retrato: trabalhamos com seis, sete ou oito jogadores e com alguns atletas da nossa equipa B. Os espaços reduzem-se. O ritmo que uma competição exigente nos dá é muito diferente, apesar de treinarmos com intensidade e competitividade. Os factores motivacionais também caem, porque há algum relaxamento. Nas selecções, aqueles que jogam mantêm algum ritmo, mas num contexto diferente. Depois, há aqueles que vão, não jogam e fazem dois ou três treinos, com a intensidade que se exige, durante duas semanas e meia. Não é fácil "cair" na Liga dos Campeões e manter o mesmo nível que vínhamos a demonstrar, durante 90 minutos.

É preciso repensar os calendários?

Sinceramente, julgo que sim.

O que tem sido mais agradável na equipa esta época, em comparação com o ano passado?

Tenho sentido uma equipa do ponto de vista afectivo mais ligada e uma receptividade ao trabalho ainda maior. Tudo isso contribui para nos mantermos no lote estrito de equipas que comandam os seus grupos na Liga dos Campeões mas também os respectivos campeonatos. Comandar na Champions sem comandar no campeonato não nos deixaria satisfeitos. Vamos procurar mantermo-nos assim.

Para além dos problemas das selecções e dos calendários, o actual estado do relvado do Dragão também prejudica a equipa?

A empresa que trata do nosso relvado é a melhor que já tive oportunidade de observar, mas tenho que admitir que no ano passado tínhamos um relvado de altíssimo nível e este ano há dificuldades. Para um jogo rápido, de qualidade e com mau tempo, não é uma situação fácil. Face ao tipo de dificuldades que os adversários nos colocam no Dragão, seria preferível ter uma relva rápida e consistente. Neste momento ainda não é possível, mas acredito que no futuro isso ainda vai acontecer.

O que o desagradou tanto no jogo da Taça frente ao Santa Eulália?

Não estou a fugir do jogo da Taça. Vou, com todo o gosto, abordar o tema quando voltarmos à Taça, até para sublinhar o mérito do Santa Eulália.

A opinião que tinha sobre o Jackson tem sido excedida pela positiva?

É preferível colocar-vos a questão, porque já o observava há muito tempo. Estão surpreendidos? O que veio ele acrescentar ao nosso jogo? Eu mantenho a mesma opinião sobre ele e já lá vão dois anos desde que o conheço.

Lista de convocados: 

Helton, Danilo, Lucho, Maicon, Castro, Iturbe, João Moutinho, Jackson, James, Rolando, Varela, Mangala, Fabiano, Fernando, Atsu, Kelvin, Otamendi e Defour.




Por: Dragão Orgulhoso

Segunda Liga: Atlético - FC Porto B (Antevisão)



A margem de erro está a ficar  reduzida ( para alguns atletas ou quem sabe também para o treinador) e como tal é importante começar a vencer independentemente do adversário a ter pela frente, ainda para mais quando a nossa equipa secundária está envolvida num campeonato onde grande parte das equipas se equivalem umas às outras.






Assim é de esperar um encontro equilibrado, onde apesar do Atlético jogar no seu reduto poderíamos dizer que este é um jogo de tripla, não existindo propriamente um favorito, mesmo existindo possibilidade do FC Porto contar com jogadores da equipa principal.






O Atlético começou em "grande" este defeso, indo já no terceiro treinador, depois do Filipe Moreira e de Lázaro Oliveira terem batido com a porta, fizeram regressar o experiente António Pereira, isto naturalmente condiciona qualquer tipo de preparação, onde mesmo a nível de plantel, foram várias as mexidas da equipa da Tapadinha, praticamente viu sair todos os jogadores e que contribuíram e muito para ocuparem diversas jornadas na época passada um dos primeiros lugares da competição.

Os objectivos são modestos e passam mais uma vez pela manutenção, não existem nesta altura condições para mais, já alcançarem a permanência é muito bom, ainda para mais sabendo das dificuldades existentes no clube, não surpreende este arranque discreto (só têm mais um ponto do que o FC Porto).

Atendendo às poucas alternativas existentes de qualidade, não é de esperar muitas mexidas no onze tipo, assim o técnico António Pereira deverá voltar apostar num 4-1-3-2, sendo que numa fase inicial a equipa estava escalada num claro 4-3-3, no entanto exibições e sobretudo resultados menos conseguidos fizeram com que o treinador fizesse alterações no seu esquema, optando por reforçar o miolo e contar o ataque com dois elementos rápidos, neste caso de realçar o regresso do experiente Ailton ao clube, ele que deverá fazer dupla com o endiabrado Hernâni (atenção a este jogador), jogando sobre o meio-campo Hugo Pina como médio defensivo (começou a sua carreira como ponta de lança mas com o passar dos anos foi baixando no terreno), interiores com Vasco Varão e Marco Bicho, existindo a dúvida do regresso ou não à titularidade de Quinaz (caso a escolha recaia em Taira este juntar-se-a a Pina) ele que é um jogador dotado em termos técnicos, mas que lhe falta ser mais regular nas suas intervenções.

Defensivamente não há muito a mexer, Filipe Leão será o guardião, contando com um quarteto defensivo formado por Luís Dias, Paulo Renato, Hugo Carreira e Tininho (Rolão e Vítor Moreno são sempre alternativas credíveis). Rapidamente é fácil verificar que é na defesa o sector onde reside maior experiência!

Uma vitória do FC Porto permite ultrapassar o Atlético na tabela classificativa e acima de tudo contribuirá para dar estabilidade emocional, logo mais do que uma grande perfomance individual/colectiva, o fundamental é mesmo alcançar os três pontos.


Lista de convocados: 

Abdoulaye, David, Diogo Mateus, Dellatorre, Edu, Elói, Fábio Martins, Frederic, Mikel, Pedro Moreira, Quiñones, Sebá, Sérgio Oliveira, Stefanovic, Tozé, Tiago Ferreira, Vion e Zé António.


Por: Dragão Orgulhoso

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Jackson Martinez: A peça que faltava!








Falcao foi vendido ao Atlético de Madrid em Agosto de 2011. Para o seu lugar não foi contratado nenhum avançado, ficando o clube com Kleber e Walter como opções para a frente de ataque na época passada. Ora, se tivermos em conta que Walter pouco contava com AVB, e assim continuou com Vitor Pereira (nem na Champions foi inscrito), conclui-se que se pôs um peso enorme nos ombros dum jovem vindo do Maritimo, caso de Kelber. Foi-lhe pedido, “apenas”, para substituir o melhor ponta de lança da actualidade e, caso falhasse, não havia outra solução no plantel.




Kleber não aguentou a pressão e falhou, Walter contou para meia dúzia de jogos e voltou ao Brasil e foi Hulk a assumir a posição, deixando a equipa sem o seu melhor jogador na posição onde rende mais.
Em Janeiro chegou Janko para atenuar a situação, e o austríaco, mesmo sendo um jogador limitado tecnicamente, foi muito útil no titulo conquistado, principalmente porque permitiu a Hulk reassumir o seu lugar na direita do ataque portista.

No entanto o verdadeiro substituto de Falcao chegou apenas este Verão: Jackson Martinez.

O Cha Cha Cha custou perto de 9 milhões de euros, um valor recorde pago pelo clube por um ponta de lança.

Muitas vozes críticas se levantaram quando esta contratação se confirmou, mas a verdade é que o maior receio dos adeptos, neste momento, é ter o colombiano pouco tempo no Dragão.

Jackson adaptou-se rapidamente ao clube, e já tem uma excelente média de golos. 

Mas a sua importância está longe de se resumir aos golos marcados: consigo em campo, o futebol da equipa de Vitor Pereira melhorou bastante, pois a equipa já tem alguém em quem confia para jogar na frente, que segura a bola, tabela, vem buscar jogo e finaliza.

Jackson tem poder físico, uma relação fantástica com a bola, facilidade de remate e um excelente jogo aéreo. É um avançado muito completo, ao qual só falta alguma velocidade. Exemplo disso mesmo são os golos marcados até ao momento no clube, para todos os gostos.

Tendo sido a falta de um ponta de lança de qualidade um dos argumentos usados para defender o futebol pobre apresentado pela equipa em muitos momentos da época passada, pode-se olhar para Jackson e vê-lo como a “peça” que faltava na máquina portista.

Se com ele a máquina vai continuar a funcionar melhor, cá estaremos para confirmar. Mas uma coisa parece já certa para os portistas: Jackson é craque!


Por: Eddie The Head

Que futuro para os clubes portugueses.









O nosso país em termos económicos viveu durante várias décadas acima das suas reais possibilidades, estando agora todos os portugueses a pagarem do seu bolso os erros cometidos por políticos irresponsáveis e sem escrúpulos, que em vez de governarem para o bem do cidadão comum que os elegeu nas urnas, se limitaram a usar a sua soberania para benefício próprio ou por conveniência alheia. 







Na área do desporto, a situação que tem sido veiculada pelos órgãos de comunicação social na esmagadora maioria dos clubes portugueses não tem sido muito diferente do que se tem passado na política, muitos desses clubes enveredaram por caminhos consubstanciados em políticas desportivas despesistas com um único objetivo, o de conquistar títulos o obter resultados a qualquer preço, mesmo que para isso se coloque em causa a sobrevivência futura desses mesmos clubes, como se veio a verificar mais tarde com o Boavista; Estrela da Amadora; Farense e Campo-maiorense, que quase desapareceram do mapa desportivo, havendo outros no presente que já começam a exibir as mesmas dificuldades dos seus homólogos desportivos, como por exemplo, o Guimarães; Leixões; Belenenses; Trofense; U. Leiria, entre outros.

Perante a nova realidade económica e fiscal apresentada no orçamento do Estado para o próximo ano, tudo leva a crer que os nossos clubes irão ter mais e novas dificuldades para equilibrarem os seus resultados contabilísticos, não tendo outra opção que não seja a de reduzir drasticamente os custos da massa salarial dos seus ativos, resultando dessa medida uma perda clara de competitividade no plano nacional e europeu, e se até esta data já existiam enormes dificuldades para competirem com equipas como o Barcelona, Real Madrid e duas ou três equipas da liga inglesa, posteriormente a diferença de nível futebolístico será cada vez mais evidente no terreno de jogo, e disso nos iremos queixar e patentear no futuro.

Para completar ainda mais estes indicadores negativos relativos ao futuro próximo dos nossos clubes, recentemente chegou ao conhecimento público que se está a verificar um decréscimo de cerca de 40 mil espetadores em relação à época passada, o que só vem agravar ainda mais os problemas de tesouraria que os clubes estão a atravessar, que depois de terem esgotado todos os meios antigos de criação de receitas, como foram outrora as iniciativas das bombas de gasolinas, bingos, totonegócios e recentemente a passagem dos clubes para as Sociedades Anónimas Desportivas, terão certamente de alterar a sua filosofia e dinâmica de vida desportiva, optando por investir mais na formação direta e imediata dos seus talentos, correndo mesmo alguns riscos de se verificarem de início alguns fracassos na sua utilização na equipa principal, situação que na minha ótica se justifica plenamente pelo simples facto de muitos jogadores portugueses fazerem parte dos melhores plantéis das principais equipas europeias, razão pela qual não se entende muito bem a aposta maciça em outros mercados, por vezes de qualidade duvidosa em relação ao nosso, com grande incidência no mercado sul-americano, que também na minha ótica se deve a razões que têm a ver com negociatas entre dirigentes de clubes e empresários, que não olham a meios para atingirem os seus fins através de chorudas compensações financeiras nas transferências dos seus ativos do desporto-rei. 

Haja pois vontade própria por parte dos nossos clubes nas principais academias do futebol nacional, que habilidade e talento nato não faltam aos nossos jovens jogadores, e com isso todos retirariam daí muitas mais-valias ou dividendos, os clubes em nome individual e a seleção nacional posteriormente em termos coletivos.


Por: Natachas.

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