quarta-feira, 1 de maio de 2013

Desenterrado.



Há lixo que não vale a pena varrer para debaixo do tapete. Está escondido mas cheira mal.
Quem se quiser livrar de esterco convém não atirar ao rio. Vem sempre à tona.




Está é a história de um desenterrado. De alguém que em Dezembro de 2012 saiu, de rabinho entre as pernas, da direcção de comunicação do Benfica.

Nesse dia conhecem-se as eloquentes declarações:

“O único comentário que quero fazer é agradecer ao presidente Luís Filipe Vieira por me ter permitido servir o Benfica durante quase cinco anos.”

Procurou trabalho de forma afincada durante mês e meio. Foi a entrevistas, mandou currículos, candidaturas espontâneas. Nada.
Chegou mesmo a mostrar um cardápio de comunicados que tinha construído com suor ao longo de 5 anos. Os empregadores não se impressionaram informando o pobre candidato que o tempo das Cassetes com o Lado A e Lado B tinha ficado no século passado.

Todos os empregadores? Não.

“Luís! Posso voltar? Está frio lá fora e ninguém reconhece as minhas competências!”

Fevereiro de 2013

“João Gabriel voltou ontem a ser o responsável pela comunicação do Benfica, cargo que tinha deixado em Dezembro de 2012 e que desde essa altura não tinha sido preenchido.”


O Cavalheiro em questão tem um historial de declarações que revela a fibra, a verticalidade e o carácter da nação benfiquista.

Em 2009 aconteceu isto:



Nada de extraordinário.
  
 Depois da célebre vitória na Taça Lucilio Baptista sobre o Sporting o agora desenterrado faz uma conferência de imprensa.

“O Benfica acompanha sem surpresa mas com muita paciência a campanha montada pelo Sporting cujo único objectivo é condicionar o desempenho de quem tem responsabilidade pela arbitragem até ao fim do campeonato.”


Em  2013 aconteceu isto: 



A dimensão dos roubos não muda. O que antes se chamava de igreja (baptista, por sinal) hoje é de capela.

O morto ressuscitado ainda sem tempo para tirar a terra do corpo dá a cara pelo mesmo comunicado recauchutado.

“Durante uma semana mantivemos de forma paciente o silêncio que hoje termina, de forma a acabar com a campanha mais baixa, fraudulenta e imoral dos últimos anos. Uma campanha de insinuações e mentiras, promovida por alguém que evidentemente queria tirar dividendos do clima de intimidação que foi criado.”


Conclusões:

1 – Quem é roubado tem que ficar caladinho;
2 – Se o roubado faz barulho o ladrão tem o mérito de se silenciar 1 semana;
3 – Após a semana paciente o ladrão acusa o roubado de querer condicionar o polícia.


Em 2009:

“Temos orgulho da Taça da Liga porque resultou do trabalho do plantel, da nossa equipa técnica e da competência dos nossos jogadores e da capacidade do nosso guarda-redes. Resultou dum percurso transparente até ao final da Taça da Liga.”

Em 2013:

«Tentaram contestar o mérito da liderança do Benfica de forma desprezível. Essa resulta do trabalho, do empenho e do talento de muita gente de dentro do clube, ninguém deu nada ao Benfica»

O Homem é um auto-plagiador olímpico. Passam 4 anos e nada muda.
Ingratidão suprema. Imagino as caras de tacho do Senhor Lucílio e do Cavalheiro Capela.
Nem uma palavrinha de agradecimento? Palavra leva-as o vento. Um 3,7 sobrevive a qualquer tornado e a carreira internacional com as insígnias da FIFA ganha asas.

  
Em 2009:

“Há uma fronteira clara entre a frustração de uma derrota e a total falta de fair Play e o tremendo mau perder.”

Em 2012:

“Os árbitros não podem aldrabar a classificação e, nesta altura, a classificação está aldrabada por influência directa dos árbitros”

“Título do FC Porto é um tributo aos árbitros.”


Seguindo a linha de raciocínio que entre 2009 e 2013 o agora Desenterrado defende de forma coerente o que será que em 2012 o “roubado” pretendia com estas declarações?

Condicionar 2013? Tirar dividendos em 2013?

Limpinho.


Por: Walter Casagrande

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