#Árbitros #Joker #benfica Diss’o Benquerença Como despedida Qu’há nova investida Com’a do Proença Que bateu c’a boca Nos punhos dum adepto Ao tê-lo por perto Ali da cloaca…
Passeava ao Colombo Junt’à Catedral Com ar natural De quem leva tombo… E ao tomar a esquerda Por se ter hetero Foi com extremo esmero Que se deu a queda!…
Lá partiu uns dentes Nessa queda feia Que no benfica, a veia Lá os tem diferentes! Pois qu’a violência Contr’a arbitragem Não lhes dá coragem Por pura inocência!
Já o dizia o Diabo De V.N. de Gaia Que não há gandaia Que não leve c’o cabo! Que feito justiceiro Lá saltou o “fosso” Pr’a dar-lhe c’o grosso Ao assistente, primeiro!
E criando regra Que se fez precedente Hoje não há gente Que ali não “erra”! Pois se lá errar A marcar “off-side” O Diabo cai-lhe Só pr’a lh’ensinar!
Como bem ensinado Está o Bruno Paixão! E esse tem razão Estej’a em qualquer lado! Pois ao apitar Tem discernimento! E isso leva tempo A sedimentar…
E ao marcar sanção Nessa pena máxima Em jogada clássica… Quase dá perdão!!? E se não marcasse O seu assistente… Como antigamente Isso é qu’era classe!
Pois qu’aos Calabotes Não se partem dentes Qu’eles são diferentes Por tão pequenotes! E ao bater em vermes Suja-se as mãos! E eles são tão sãos… Nas suas epidermes!
Trajam de vermelho D’apito na boca E lá lhes dá a louca Ao chegar a velho! Que na despedida Falam d’ameaças Como se d’arruaças Não levassem vida!!
Tanta Benquerença Em tão belo discurso Que fiquei confuso Com tal audiência! Estav’o Capela Na primeira fila E nenhum gorila ‘Apertar-lh’a goela…
E nesse comício Vi o saudoso árbitro A transmitir o hábito A outro noviço! Era pr’a Lisboa A nova insígnia! Pr’a manter a linha Da arbitragem “boa”!…
Lopetegui não correu riscos. Depois do "roubo" de Braga não tinha sentido que assim fosse. Como se diz, quanto mais nos querem tramar (com um f maiúsculo), mais vontade nós temos de ganhar. Assim, alguns titulares de inicio pela primeira vez nesta competição que todos os anos tem casos que envergonham quem gosta de futebol, misturados com alguns suplentes no último jogo. Foi uma gestão de plantel sim, mas menos arriscada do que algumas anteriores.
Um dos titulares foi um dos grandes craques do nosso plantel, talvez o maior. Jackson Martinez. Que fez o que sempre faz. Marcou. Começou cedo até. Ricardo Preira pressiona o defesa contrário por um lado. O tal defesa tenta ir por outro lado. Estava lá Jackson que recuperou a bola e atirou certeiro de pé esquerdo. Além do marcador, nota para a inteligência de Ricardo, que não se fez ao lance e deixou Jackson com via aberta para rematar.
A Académica deste ano é uma equipa débil, até para a média portuguesa. Se já era esperado um jogo tranquilo, o 1 - 0 tão cedo ainda mais fácil ficou. Não era preciso forçar muito, até porque vêm aí muitas batalhas em que precisamos de toda a energia e garra.
Os primeiros 25/30 minutos foram de bom futebol portista. Sem carregar, as boas combinações e oportunidades sucediam-se. Cá atrás um autêntico marasmo, Helton deve ter-se sentido sozinho...
A 1ª parte terminou com apenas um golo de diferença.
O regresso dos balneários mostrou um futebol ainda mais bonito, sobretudo depois da entrada de Quintero. Ele beneficou de espaço e tempo para pensar o jogo. Quando o tem ele sozinho decide jogos.
Um dos momentos altos da noite estava reservado para pouco depois dessa substituição. Canto na esquerda do nosso ataque. Tello marcou a meia altura. Jackson fez o que muito poucos conseguem. Antecipou-se ao marcador e de calcanhar faturou.Um golaço! O nosso clube tem um histórico de bonitos golos de calcanhar. Jackson já o tinha feito uma vez. Repetiu-o neste jogo.
O nosso meio campo jogava como queria. Circulação a grande nível, extremos incisivos. Fosse uma noite acertada na finalização e havia uma goleada de números bem mais expressivos.
Nem tudo foi perfeito. Temos uma enorme qualidade, raramente cioncedemos oportunidades. Mas todas as que temos concedido são aproveitadas. A Académica conseguiu reduzir.
A equipa espevitou um pouco, queria matar o jogo rapidamente. Em campo já estavam Indi para dar descanso a Marcano que será titular no próximo jogo e sobretudo entrou Gonçalo para o lugar de Jackson.
Falemos então de Gonçalo. É desde cedo uma das grandes esperanças para o futuro portista. E não, não é por ser filho de quem é. Sempre mostrou potencial, sempre teve muita qualidade. Era a sua estreia na sua/nossa casa. Entrou com vontade, todas as oportunidades são aproveitadas. Fez uma ameaça com um remate forte antes. O guarda-redes defendeu. Ia ter uma segunda.
Uma jogada à Gonçalo. Recebe a bola, segue com ela controlada, o drible tecnicamente perfeito e o remate pronto. A bola teve uma trajectória estranha, o defesa tocou nela. Foi o 1º golo na equipa principal! Esperemos que seja o 1º de muitos.
Antes do fim novamente Gonçalo. Desta vez sofreu falta para penalti. Evandro concretizou.
4- 1. Apuramento para as meias finais garantido. Vamos à bonita Madeira defrontar o clube do guardanapo. Temos umas contas por ajustar!
Nota final para o árbitro. Mais um palhaço. Inacreditável a diferença no critério disciplinar! Três dos 4 defesas amarelados. Inacreditável a cegueira no penalti sobre o Jackson. Não só não marcou penalti como mostrou amarelo ao nosso avançado por simulação. E é esta abécula o mais novo internacional. Deve ter sido um prémio por andar a agradar aos padrinhos. Convém relembrar que este não foi o primeiro jogo que nos prejudicou. No Feirense - Porto B do ano passado também tivemos razões de queixa. Aí viu um penalti inexistente (lá está a visão seletiva ao nível de um qualquer Paixão) e teve um critério disciplinar aberrante. Um artista este Tiago Martins...
Análise Individual:
Helton: Noite tranquila. Não teve culpa no golo sofrido. Com os pés voltou a mostrar toda a sua categoria num lance em que não só interceptou uma jogada como com um movimento deixou o adversário fora do lance. Pelo que tem mostrado, as qualidades continuam todas lá. E qualidade desta não se pode desaproveitar! Danilo: Um jogo inteligente. meteu uma mudança abaixo do normal. Uma mudança abaixo do normal para o Danilo é superior a toda a caixa de velocidades da maioria dos adversários em Portugal. Chegou para não ter problemas na defesa e para apoiar com critério o ataque.
Reyes: A Académica atacou duas vezes com perigo. Logo o defesa mexicano não foi verdadeiramente colocado à prova.
Marcano: É um defesa que qualquer treinador e adepto gosta. Sóbrio nas suas acções, seguro e atento. Um central com qualidade!
Angel: Primeiros 45 minutos a bom nível. Apenas teve de atacar e sabe como o fazer. Sobe bem, sabe dar profundidade, tem técnica, cruza muito bem. Na 2ª parte teve algumas desatenções na defesa. As primeiras desde que chegou convém referir.
Rubén Neves: Já não há adjetivos. É um craque. Um médio completo. Defende com agressividade, sabe posicionar-se. Com a bola nos pés sabe sempre o que fazer e fá-lo com acerto. Tem físico, tem técnica, tem inteligência tática. Tem tudo! Ah e tem 17 anos, longe de ser um jogador com a sua formação na parte final...
Campaña: Outro atleta com qualidade técnica acima da média. Tem passes deslumbrantes. Jogou mais avançado do que o normal e correspondeu.
Evandro: Pouco tem brilhado nas manchetes mas é um jogador fundamental num plantel. Não sabe jogar mal mesmo quando parece apagado do jogo. Pode jogar mais atrás ou mais avançado no meio campo como fez neste jogo até à entrada de Quintero. A juntar a isso mais um golo de penalti. Eficácia tremenda na marca dos 11 metros. O que não é de desprezar atendendo ao nosso histórico nestes lances. Merece mais minutos e certamente vai tê-los.
Ricardo Pereira: Neste jogo voltou a ser extremo. Nem sempre acertou como queria. Mas sempre voltou a tentar. Um jovem cheio de talento. Seja como lateral ou extremo o futuro do FC Porto terá o nome dele.
Tello: Quando arranca os adversários parecem que correm em câmara lenta. Em 10 metros, ganha 5. Uma qualidade fundamental no futebol atual. Tem tido problemas na definição dos lances misturado com algum azar. Algumas vezes falhou na finalização. Quando acertava o guarda redes defendia de forma estupenda. Quando acertou e nem o guarda redes travou, estava fora de jogo. Com calma, com trabalho poderá acertar muito mais vezes. para os lances que consegue se melhorar os índices de aproveitamento temos jogador!
Jackson: O ano passado marcou nas 6 competições que jogamos. Este ano participamos em 4. Já marcou nas 4. É um jogador de altíssimo nível, que todas as equipas do mundo desejariam ter. Nós, adeptos do Porto, podemos sorrir. Joga por nós! O 2º golo é para recordar, um grande gesto para marcar de calcanhar.
Quintero: Revolucionou o jogo. Jogou a 10 e teve muitas bolas e espaço. Colecionou assistências e passes extraordinários.
Gonçalo: Que estreia em grande no Dragão. Marcou, sofreu um penalti, encantou os adeptos. Tecnicamente perfeito na jogada em que marcou, grande pormenor a tirar o adversário da frente para rematar. Um talento que não pode ser desaproveitado. Para primeira aparição na equipa principal deixou água na boca. Como disse Lopetegui agora falta o mais difícil. Ele tem qualidade para lá chegar.
Indi: Entrou e na jogada a seguir sofremos golo. Não foi culpa dele no entanto. Depois quase não se viu, o adversário não atacou.
Ficha de jogo: FC Porto 4 - 1 Académica Taça da Liga, 4ª jornada (grupo D) Quarta-feira, 28 Janeiro 2015 - 20:45 Estádio: Dragão, Porto Assistência: 14.609
Árbitro: Tiago Martins (Lisboa). Assistentes: Paulo Ramos e Pedro Mota. 4º Árbitro: Bruno Jesus.
FC PORTO: Helton, Danilo, Reyes, Marcano, José Ángel, Rúben Neves, Campaña, Evandro, Ricardo, Jackson Martínez, Tello. Suplentes: Ricardo Nunes, Martins Indi (71' Marcano), Quaresma, Quintero (54' Campaña), Herrera, Óliver Torres, Gonçalo Paciência (61' Jackson Martínez). Treinador: Julen Lopetegui.
ACADÉMICA: Cristiano, Jimmy, Aníbal Capela, João Real, Ofori, Lucas Mineiro, Nuno Piloto, Pedro Nuno, Hugo Seco, Rui Pedro, Marinho. Suplentes: Fábio Santos, Obiora, Ricardo Nascimento (42' Ofori), Mbala (67' Rui Pedro), Rafael Lopes (78' Marinho), Hugo Ribeiro, Fernando Alexandre. Treinador: Paulo Sérgio.
Ao intervalo: 0-1. Marcadores: Jackson Martínez (6'), Jackson Martínez (59'), Mbala (72'), Gonçalo Paciência (75'), Evandro (80' pen). Disciplina: cartão amarelo a Jackson Martínez (41'), Marcano (45'), José Ángel (56'), Danilo (77'), João Real (80'), Rafael Lopes (90+2').
O FC Porto recebeu ontem à noite o Madeira SAD em jogo a
contar para a 18ª jornada da primeira fase do Campeonato. Era o regresso a casa
depois de no último jgo como visitados termos interrompido a série vitoriosa em
que estávamos. Com o resultado de ontem aumentamos para 6 pontos, ainda que
provisoriamente, a vantagem para o 2º classificado, o ABC. Este tem um jogo difícil esta noite pelo que esta vantagem até se poderá manter.
Foi um início a todo o gás. Conseguimos superar a defesa
muito aguerrida e subida da equipa madeirense e fizemos a abrir um parcial de 5
- 0. Um grande começo de jogo. Bem defensivamente e eficazes no ataque.
Apenas depois dos 9 minutos sofremos o 1º golo. Apesar da
boa defesa Quintana começava já a brilhar.
Esta forte entrada da equipa fazia acreditar que seria um
jogo fácil. Talvez tenha havido um certo baixar do ritmo. Tudo isto levou a que
a equipa insular se fosse paulatinamente aproximando do marcador. Beneficiando
de um menor acerto nosso no ataque foram reduzindo a desvantagem. Primeiro para
3 golos, depois para 2, ficaram a 1 golo apenas e podiam ter empatado já nos
minutos finais da 1ª parte. Não o fizeram e Miguel Martins colocou termo à
ineficácia portista e levou a equipa a vencer por 2 ao intervalo (13 - 11).
A 2ª parte trouxe ao de cima o melhor que o andebol na nossa
equipa tem. Defesa aguerrida e concentrada, velocidade no jogo, muita
velocidade. Os contra-ataques tão do nosso agrado foram surgindo uns atrás dos
outros.
Foi uma reentrada que fez juz à equipa de Obradovic.
Praticamente o jogo ficou ganho após 10/15 minutos a jogar assim. Basta
relembra que o resultado ao intervalo era de 13 - 11 e a meio desta segunda
parte já estava em 22 - 12.
Estava ganho e era altura de rodar. O jogo obviamente baixou
de intensidade apesar dos esforços do treinador adversário (muitas vezes tentou
atacar com 7, utilizando o guarda-redes avançado).
No final 8 golos de diferença. 27 - 19. Valeu pelos
primeiros minutos de cada parte, sobretudo a 2ª onde fomos arrasadores.
No próximo sábado mais um jogo em casa com o Santo Tirso.
Supostamente um jogo mais acessivel mas que convém jogar com o profissionalismo
de sempre. Estamos perto de assegurar o fator casa nos playoff, algo que
poderá ser decisivo.
FICHA DE JOGO
FC PORTO-MADEIRA SAD, 27-19
Andebol 1, 18.ª jornada
27 de Janeiro de 2015
Dragão Caixa
Árbitros: Mário
Coutinho e Ramiro Silva
FC PORTO:Alfredo
Quintana (g.r.); Mick Schubert (1), Miguel Martins (3), João Ferraz (1),
Daymaro Salina (4), Gilberto Duarte (7) e Ricardo Moreira (7) Jogaram ainda: David
Sousa (g.r.), Nuno Roque (1), Alexis Hernandez (1), Hugo Santos (1), Nuno
Gonçalves e Babo (1) Treinador: Ljubomir
Obradovic
MADEIRA SAD:Luís
Carvalho (g.r.); Leandro Nunes (1), João Mendes (4), Sérgio Rola (2), Daniel
Santos, Hugo Lima (2) e José Azevedo (2) Jogaram ainda: Francisco
Freitas (g.r.), Nuno Silva (7), Daan Garcia (1), Rodrigo Sousa e João Martins Treinador: Paulo
Fidalgo
A FPF celebrou o seu primeiro centenário com uma gala com toda a pompa e circunstância, onde teve oportunidade de premiar os que, na sua ótica pessoal ou através de uma votação on-line, mais se distinguiram no desempenho das suas várias funções naquela instituição desportiva, evento que de certa forma até se deve aplaudir pela iniciativa e oportunidade, pois, é sempre bom para quem contribuiu durante anos com o seu esforço e dedicação, sentir por parte da instituição que representa, ou representou, um merecido carinho e uma lembrança que pontifique para memória futura.
No entanto, quando se tem em mente como princípio de base, homenagear personalidades num universo tão diversificado como este, deve-se ter sempre o cuidado de ser o mais isento possível, ter a sensibilidade de escolher com rigor para não ferir idiossincrasias, e não deixar esquecidas personalidades ímpares que a própria história tenha por si só já enaltecido, avaliado e perpetuado como muito importantes durante um determinado período de tempo, sob pena de estarmos a contribuir diretamente para a proliferação de conflitos de interesses associados a ódios antigos de orientações clubistas, que por sua vez, alguns jornais da especialidade e outros órgãos da comunicação social bem apreciam e tentam reintroduzir de imediato no meio futebolístico nacional, tendo em conta o pseudo ressurgimento do SLB na hegemonia do futebol português, que durante várias décadas a perdeu a favor do seu rival do norte, o FCP, aparecendo agora uma nova campanha instalada na opinião pública, no sentido de preparar e alterar certos princípios de base no que toca à liderança do futebol português, não sendo por isso na minha ótica, estranha esta forma de atuação de uma FPF que sempre esteve ligada na sua génese aos interesses dos clubes do Terreiro do Paço da capital portuguesa.
Neste enquadramento, e sem me surpreender de todo esta forma de agir e estar no mundo do desporto português e dos seus agiotas, a que a gente do norte sempre esteve habituada a lidar com esta situação, tendo nas últimas décadas sabido dar uma resposta cabal ao seu melhor nível, o que se lamenta é o esquecimento puro e simples, hipócrita, injusto, vingador e traiçoeiro na referida gala de personalidades que tanto deram e contribuíram para engrandecer o desporto nacional e o futebol em particular, pois, a FPF ao esquecer-se pura e simplesmente, nem mesmo fazendo uma menção honrosa, a personalidades como, Pinto da Costa, que queiram ou não, que tentem ou não surripiar da realidade, será sempre lembrado como o melhor e o maior presidente da história do futebol mundial, não só pela notável obra realizada ao serviço do seu clube, como também pelos títulos nacionais e internacionais conquistados durante a sua vigência, que não podem ser negados por ninguém, e que tanto têm incomodado muita gente frustrada que por aí gravita, da mesma forma que é lamentável a mesma FPF, ter-se esquecido do trabalho realizado por José Maria Pedroto, um símbolo do futebol português como treinador e mentor, pelas barreiras que ajudou a derrubar, tanto ao serviço do FCP, como também ao serviço da própria instituição desportiva que não o reconheceu como tal, o que considero ambas as situações uma afronta e um desrespeito total à nação portista e ao povo português em geral, pelo menos aquele verdadeiro povo do norte que sabe e entende de futebol, e não está ligado a altos interesses instalados na sociedade.
Por fim, e parafraseando um dos premiados na cerimónia da gala organizada pela FPF, a que eu me associo e subscrevo como sustentáculo substantivo da minha crónica, diria também que, “É tempo de varrer a porcaria que há na FPF“.
Há 3 razões que justificam a
derrota que compromete de forma quase irremediável as possibilidades de
conquistar o titulo.
A primeira foi a actuação
das equipas de arbitragem na 1ª volta do campeonato.
A segunda foram os erros individuais
de alguns jogadores e a terceira o facto de Lopetegui não ter sabido devolver à
equipa aquilo que ela tinha perdido na 1ª volta por factores extrinsecos e no
jogo de hoje por azelhice, incompetência e falta de sorte.
Lopetegui escolhe uma equipa
aceitável por todos para o jogo dos Barreiros. Era por dentro que o Maritimo
costumava implodir e não fazia sentido abusar do jogo exterior.
Nesse sentido alinha Quintero e
ter bola, jogar mais por dentro e controlar o jogo no meio-campo adversário pareceu
mais provável.
Escolheu Quaresma em vez de Tello
e essa decisão também era aceitável porque se antevia um bloco baixo, condição
em que ter bons pés é mais importante do que ter pernas velozes.
O jogo começa como pretendido.
Domínio territorial e absoluto do Porto, Fabiano de férias na Madeira e
Quintero a jogar por dentro.
A ala esquerda do Porto joga em
triangulações com Alex, Oliver e Quaresma.
À ala direita do Porto falta um
elemento: Danilo e Quintero.
Herrera joga à frente de Casemiro
tentando fazer a conexão com Jackson.
Quaresma também parece ter a
lição bem estudada e não se cola à linha.
O principal problema foi o de
colar excessivamente Oliver à esquerda tirando-lhe jogo e tirando-o do jogo num
relvado onde nenhum grande consegue jogar futebol com 0-0 no marcador.
Maicon de cabeça, Casemiro num
remate à entrada da área, Quintero de longe e Quaresma num drible para dentro
que acaba nas mãos de Salin comprovam o domínio da partida.
Entre a 1ª parte deste jogo e o
da semana passada há algumas diferenças que merecem ser salientadas:
·O Porto domina mais o jogo que o Benfica na 1ª
parte.
·O Maritimo joga com a defesa mais subida na
semana passada do que hoje.
·O Maritimo chega mais vezes ao meio-campo
adversário na semana passada do que hoje.
·Porto e Benfica têm escassas oportunidades de
golo na 1ª parte do jogo.
·Ola John abre, Bauer estaciona e Salvio marca.
·João Diogo cruza, os centrais disputam a bola
com Maazou aliviando-a para a frente onde Gallo tem tempo para preparar o pé
antes que Maicon se aproxime rapidamente e se encolha infantilmente para o
lance do golo.
·Talisca não é expulso.
Quem analisar as primeiras partes
das 2 partidas percebe que também aqui a relevância do Colo e do Gallo
se fazem sentir.
Na realidade o Porto estava a
fazer uma boa circulação de bola mas falhava, até ao golo que vira tudo do
avesso, no posicionamento de Oliver e dos laterais. Danilo e Alex Sandro
precisavam de ser mais profundos porque o Maritimo jogava baixo e estava
exclusivamente interessado em defender.
Para que isso acontecesse, seria
necessário que o Porto tivesse um trinco que soubesse comportar-se no contexto
de uma equipa grande.
Não tem. Casemiro joga sem
responsabilidade. R-E-S-P-O-N-S-A-B-I-L-I-D-A-D-E.
Está em voga louvarem-se médios
defensivos que saibam passar a bola e que sejam bons no início de construção,
como se um bom 1º passe em zona defensiva
de uma equipa que joga em posse fosse decisivo. Não é.
Um bom 1ª passe numa equipa como
o Porto é fundamental, apenas, para a equipa se salvaguardar da pressão alta
adversária. Apenas serve para defender melhor porque quando o 1.º passe entra a
equipa do Porto não acelera para a grande área adversária. Apenas se instala,
sem pressas, no meio-campo adversário.
Numa equipa de posse que,
teoricamente, mete muitos jogadores no meio-campo adversário seja em posse ou
em pressão o que é necessário é ter um médio defensivo atento e responsável.
Atento às zonas desocupadas pelas incursões dos laterais e atento às segundas
bolas nos contra-ataques que passam a peneira da 1ª pressão.
O 1.º lance do Maritimo era
perfeitamente inofensivo se o central do Porto tivesse metido o corpo à frente
do pé do Gallo e/ou se tivesse um médio defensivo que não fosse o 6.º ou 7.º
jogador a chegar à area e estivesse de frente para o lance e não de frente para
Fabiano num sprint.
Em tese é o médio defensivo que
compensa desposicionamentos estratégicos e naturais dos seus companheiros de
equipa.
Neste lance foi o medroso Maicon
que tentou compensar o desposicionamento do médio defensivo.
Casemiro vinha lá de baixo. Como
de costume não estava lá.
Tivemos Gallo. A somar à irresponsabilidade e ao medo há
também muito Gallo.
O jogo tinha só um sentido e a
equipa tinha entrado com vontade de resolver o jogo cedo ao contrário de outras
deslocações (Barcelos, por exemplo).
Nesse momento em que o presente
nos dá um estalo, o passado tira-nos do sério.
O passado é o Colo. Num jogo normal da 18ª
jornada em que o Porto estivesse colado ao Benfica não se viveria o tumulto
mental que se propagou em toda a nação portista.
Eu fiquei nervoso porque
estávamos a 6 pontos e empatar era o fim.
A equipa intranquilizou-se mais
do que seria esperado porque não podia perder pontos ali.
Havia 1 hora pela frente mas nas
nossas cabeças o TIC-TAC tinha começado. Faltou capacidade mental para jogar
aquele jogo como se isto não tivesse acontecido:
Nunca faltou atitude, nunca
faltou vontade de correr atrás. O que faltou foi capacidade para ignorar que
mesmo estando a 6 pontos não podiamos jogar com o TIC TAC na cabeça.
Nunca como neste jogo eu senti o
peso do COLO que o Benfica teve na 1ª volta.
O video não pretende
desculpabilizar erros próprios nem tapar o sol com a peneira.
O video pretende que ninguém se
esqueça que para além das incidências da partida o contexto em que ela se
desenrolou também teve relevância. Esquecer isso para sentenciar tudo e todos é
viver na cultura do imediato e tapar o COLO
com o GALLO.
Ao contrário da conferência de
imprensa de Lopetegui em que ele afirmava que se tentava abstrair de coisas (arbitragem)
que não conseguia controlar o que se viu nas acções frenéticas e epiléticas que
vieram do banco é que não foi capaz de se abstrair das consequências do Colo da 1ª volta. Devia ter
sido.
A pressão esteve nas cabeças dos
adeptos, dos jogadores e também do treinador.
Eu não consegui ver o jogo sem
pensar que podia estar a 1 hora do fim da luta porque esta era uma derrota
provisória diferente de todas as outras. Compreensível.
Os jogadores não conseguiram
esconder os nervos e o desânimo com a inglória luta que estavam a ter.
Compreensível.
O treinador perdeu-se no meio da
pressão. Tomou decisões a mais, pouco intervaladas. Incompreensível.
Ao minuto 46 abandonou a
estratégia inicial. Pensou que dar largura ao jogo era melhor.
Decisão 1: Dois extremos abertos, Oliver mais no meio e vamos a
eles.
Meu pensamento: Não me
parece que fosse esse o problema mas é normal que a primeira reacção seja
voltar ao Porto-tipo dos últimos jogos.
Consequência: O Porto entra bem e em 10 minutos tem 2 oportunidades
de golo soberanas.Bauer salva jogada de Quaresma com Oliver e Indi falha um
golo fácil na pequena área na recarga a um remate de Casemiro. A Decisão 1 de
Lopetegui parece estar a dar certo.
Decisão 2 aos 55 minutos: Sai Herrera e entra Gonçalo Paciência
Meu pensamento: Se em 10 minutos a equipa reage bem porquê
mudar a medicação de forma tão rápida? Se era para jogar 2 avançados em cunha é
demasiado cedo para isso.
Se a ideia é para jogar Gonçalo à frente com Jackson atrás, seria
preferível ter só gasto 1 substituição em vez de duas tirando Herrera e metendo
Tello ao intervalo.
Isto porque Quintero a 10 é melhor que Jackson a 10 e porque Jackson a
9 é melhor que Gonçalo a 9.
Dois erros. Demonstra
impaciência no banco e incapacidade para ler o que o jogo estava a dar. Um
treinador tem que ser o último a perder confiança e serenidade.
Consequência: A equipa demora a adaptar-se a esta alteração.
Primeiro parece que é Gonçalo que fica atrás de Jackson para mais à frente
trocarem de posição obrigando o colombiando a ser médio quando precisavamos do
9 TOP MUNDIAL na cara de Salin.
Decisão 3 aos 63 minutos: Sai Indi e entra Rúben Neves
Meu pensamento: Não gosto de esgotar substituições a meia
hora do fim. O ganho de tirar um amarelado é compensado com o risco de ficarmos
descalços para qualquer lesão.
Gosto de substituições que fazem a leitura correcta do jogo (3
defesas) mas à priori esta parecia uma alteração para compensar o erro da 2ª.
Imagino o Lopetegui a pensar: “Fiz asneira há 4 minutos! Não tenho
gente no meio-campo central”
Fez asneira porque nunca deixou a equipa acalmar depois do 0-1. Saímos
bem do intervalo mas como não marcamos foi um Ai Jesus e toca a mexer.
Fez asneira porque na prática não ficamos a jogar com 3 defesas.
Como Indi a central é melhor que Casemiro a central o único beneficio
prático foi termos um médio com melhor passe junto de Oliver porque quantitativamente
o Porto continuou a ter apenas 2 médios-centro.
Consequência: A equipa
esteve sempre sobressaltada. Logo a seguir surge o lance em que Jackson isola
Tello, a bola vai ao poste e Salin defende recarga miraculosamente.
Depois disto foi tudo em sofreguidão e demasiada mobilidade posicional
anárquica.
O Porto volta a estar perto do golo no fim do jogo (Ruben Neves e
Tello) e no global tem oportunidades de golo suficientes para merecer outro
resultado mas fica no ar que faltou qualquer coisa.
Faltou cabeça a Maicon para não ter medo ao minuto 32.
Faltou cabeça de Casemiro para ser responsável ao minuto 32 e estar no
sítio.
Faltou paciência a Lopetegui que em escassos 18 minutos fez tudo e o
seu contrário.
O Gallo do minuto 32
feriu-nos. Associado ao Colo
da 1ª volta deixou-nos em estado comatoso. A falta de Paciência de Lopetegui deu a estocada final.
Análises
Individuais.
Fabiano – Sem culpa no golo e sem trabalho no jogo. Incrível.
Danilo – Faltou que fosse o médio-ala que precisavamos. A equipa
esteve quantitativamente tombada à esquerda na 1ª parte e isso limitou as
incursões de Danilo.
Na 2ª parte tentou ser mais
afoito no meio da anarquia mas acaba por não conseguir marcar a diferença como
já fez noutros jogos.
Alex Sandro – O mesmo problema de Danilo com a agravante de revelar
algum desleixo na saída de bola e a tradicional falta de inteligência quando o
extremo ganha-cantos e ganha-livres tentava que Alex caísse na esparrela.
Sempre que Edgar Costa tentou Alex caiu.
Maicon – Está marcado pelo lance do golo. Há uma diferença entre
disputar uma bola com vigor importunando o aversário e fazer pénalti mas Maicon
não a conhece e protegeu-se desprotegendo-nos.
Com bola vimos alguns balões
despropositados e passes transviados.
Just another day
at the office.
Indi – Pouco trabalho.
Disputa a bola e incomoda Maazou no lance do golo, recebe um amarelo desnecessário
e desaproveita todo o espaço que lhe era dado na saída de bola.
Hoje, os centrais do Porto podiam
desde o ínicio do jogo entrar no meio-campo adversário a passo que não seriam
importunados. Quando a partida nos dá algo de diferente ao esperado devemos
aproveitar.
Casemiro – Disputa bolas com pé de ferro pela parcela de relvado
que pisa e é dos poucos jogadores do Porto que tem feeling de golo nas botas e
na cabeça.
É demasiado instintivo e pouco
cerebral para ser o médio defensivo de uma equipa grande.
Basta ver onde está Casemiro na
altura em que Gallo remata para perceber tudo.
Assistir a essa cena é como ver um extremo do
Porto a fintar dois adversários e a dar uma bola de golo que um ponta de lança
falha por ainda não ter chegado à área.
Ele tem que lá estar. Pode falhar
mas tem que lá estar.
Oliver – O jogador mais apagado na 1ª parte. Andou demasiado colado
a Quaresma e a Alex Sandro e pouco ligado ao jogo e o Porto ressentiu-se disso.
Lopetegui fez bem em mantê-lo
para a 2ª parte porque quando Oliver se soltou como médio-centro as
oportunidades começaram a surgir de imediato. No meio da anarquia tactica da 2ª
parte foi aparecendo e tentando dar linhas de passe para a equipa acalmar e
respirar.
Herrera – Começa muito bem com os motores bem aquecidos sendo um
dos principais responsáveis pelo Porto controlador e dominador da primeira
meia-hora. Quando o jogo está calmo o
nervo de Herrera parece uma benção mas quando as coisas se agitam faz falta
alguém com voz de comando e que dê ordem ao meio-campo.
Hoje, quando o jogo se enervou
Herrera afundou.
Quintero – Estava a fazer o que era suposto e acaba por não merecer
a substituição. Jogou mais a 10 do que a médio ala e as bases em que o jogo
estava lançado perspectivavam que o seu génio pudesse surgir.
Continua a jogar em demasia com
Jackson. Qualquer movimento que Jackson faça quando Quintero tem a bola parece
cegar o pequeno 10. Não vê mais ninguém e a bola tem que ir para o Cha Cha Cha.
Quaresma – Dos melhores jogadores enquanto não incorporou que o
jogo dificilmente seria ganho. Criou
perigo seja em jogadas individuais em que parte o defesa e tenta o golo como em
combinações com Oliver.
Foi constante e sempre perigoso
para a baliza do Marítimo. Como aspecto negativo a salientar está o excesso de
bolas paradas que continua a marcar.
Jackson – Um jogo inglório.
Não foi o ponta de lança que a equipa precisava mas a dada altura teve que ser
o médio ofensivo que a equipa não tinha.
Jackson não tem o dom da ubiquidade e quem organiza a equipa deve
dar-lhe condições para estar onde é letal. Não faz sentido ver Jackson a jogar
na posição de Herrera quando o Porto está a perder.
Tello – Teve um impacto
imediato na partida fazendo valer a sua velocidade para surgir na cara de Salin
atirando ao poste. Em 45 minutos acaba por ser o jogador com o maior número de
remates perigosos à baliza o que revela a avalanche ofensiva da 2ª parte.
Gonçalo Paciência - A sua entrada confundiu mais a sua equipa
do que o adversário.
Individualmente até esteve bem disputando bolas, usando o corpo e
arrancando a expulsão de Raul Silva mas foi cedo demais para o relvado
desestruturando a mecânica colectiva que vinha dos balneários e obrigando
Jackson a pisar outros terrenos.
Rúben Neves – A lacuna apontada a Herrera é uma qualidade de Rúben.
Quando os jogos se agitam é de jogadores serenos com bola que precisamos e essa
é uma qualidade que tem e que pôs no jogo assim que entrou.
O grande defeito apontado a
Casemiro é também uma qualidade de Rúben. Ele sabe que terrenos pisar e é
responsável.
Sendo calmo e responsável não foi
capaz de organizar sozinho o caos em que a equipa se tornou.
Ficha de jogo:
Marítimo 1 - 0 FC Porto
Primeira Liga, 18ª jornada Domingo, 25 Janeiro 2015 - 18:00 Estádio: Estádio do Marítimo, Madeira Árbitro: João Capela (Lisboa) Assistentes:Ricardo Jorge Santos e Tiago Rocha 4º Árbitro:Ricardo Baixinho
MARITIMO: Salin, João Diogo, Raúl Silva, Bauer, Rúben Ferreira, Fernando Ferreira, Danilo Pereira, Bruno Gallo, Edgar Costa, António Xavier, Maazou. Suplentes: José Sá, Briguel (90+5' Bruno Gallo), Alex Soares (85' Maazou), Theo Weeks, Fransérgio (66' António Xavier), Micolta, Ebinho. Treinador:Leonel Pontes.
FC PORTO:Fabiano, Danilo, Maicon, Martins Indi, Alex Sandro, Casemiro, Herrera, Óliver Torres, Quaresma, Jackson Martínez, Quintero. Suplentes: Helton, José Ángel, Ricardo, Marcano, Rúben Neves (63' Martins Indi), Tello (46' Quintero), Gonçalo Paciência (59' Herrera). Treinador: Julen Lopetegui.
Ao intervalo: 1-0. Marcadores: Bruno Gallo (32'). Disciplina: cartão amarelo a Raúl Silva (35'), Martins Indi (36'), Edgar Costa (75'), Danilo Pereira (77'), Danilo (83').Segundo amarelo e vermelho a Raúl Silva (77').