quinta-feira, 29 de outubro de 2015

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

ABERRAÇÃO



E o visado respondeu,
Nesse contraditório!
Motivando o falatório
Nos três pontos qu’escreveu:

“S’a razão é da estrutura
E pois dela é o segredo,
Como se joga pois, a medo
Contr’a própria criatura?

É porque feit’a mudança
O monstro ganhou intelecto,
E o médico qu’estava certo…
Da fórmula, ganhou cagança?

E nisto a aberração
Tomou mais do qu’a vitória,
Ganhou um lugar na história,
Vencendo como vilão!!”

E a história que de terror
Se verteu num conto de riso,
Aos três, pareceu conciso,
Na resposta como relator!

Os pontos foram sapientes
Na fórmula por si ensaiada,
E passa mais um jornada
No cúmulo, por inconsequentes?

É vê-lo a olho nu
Tomando já o fim da história,
Qu’o monstro leva moratória
Pr’a vencer já como guru!

E assim é apreciar
Os cientistas da nossa praça,
Tomarem toda aquela graça
De qu’o monstro não sabe falar!?

E assim seguirem convictos
Que caçam essa (sua) criação!
E o monstro seguir campeão,
É história qu’os leva aflitos!!

Não tenho, pr’a meu desengano,
A dúvida sobr’o desenlace…
Ao monstro não há quem o encalce
Até se volver humano!!

E depois temos que levar,
Qu’o médico já re-transformado!?
Criando novo monstro jogado
No mito qu’ainda vai durar…

Ao Lope já m’abstenho
No mito da sua criatura,
Qu’o jogo ainda s’atura,
Mas se com isso não ganho??

Não sei mais o que criar
Nas pontas desta minha estória,
S’ao monstro não lhe dou a glória,
Que mais posso eu contar???

O mote desta criação,
Não pode fugir ao seu destino!
E o poeta tem-se sem o tino
Se molda outra aberração!!…



Por: Joker

terça-feira, 27 de outubro de 2015

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Fardo Francês!


O futebol é um jogo estranho.
Defrontamos o Braga com as piores individualidades dos últimos 5 anos.
Defrontamos um Braga dirigido pelo que foi o nosso pior treinador dos últimos 12 anos.
Corrigimos o buraco suiço que foi o nosso meio-campo defensivo na 1ª parte do jogo contra o Maccabi.
Vinhamos de 20 vitórias consecutivas em casa, derrubando Chelsea, Benfica, Sporting e Bayern.
A onda era boa.

Nada disto chegou. Porquê?
Porque este Braga não é so Rafa e tem melhores individualidades do que se pensa. Cuidado com aqueles centrais e justiça àqueles dois médios.
Porque este Paulo Fonseca tão mau no Porto tem conseguido construir equipas coesas e competentes em todo o lado que passa, mesmo com aparente excesso de jogadores ofensivos no 11.
Porque este Porto foi uma equipa segura, mandona mas incapaz de meter uma velocidade extra que transformasse boas oportunidades em ocasiões claras de golo. Nunca pedalou uniformemente.

Os primeiros 20 minutos foram Maccabi style. Incapacidade de tomar conta do jogo e dificuldade em o controlar sequer.
Vimos um Braga afoito apesar de não criar perigo e um Porto a apalpar terreno com os 2 jogadores franceses num nivel de meter dó..
Quem agarrou a equipa e a fez puxar para outro nivel foram os jogadores do costume. Os que assumem, procuram o jogo e pelo talento e/ou personalidade não se resignam com o que acontece.
Brahimi e André André.
Puxado, Tello consegue responder e foi atrás. Como peças de dominó o Porto foi-se levantando e começando a empurrar o Braga em direcção a Kritchiuk. Acabou o Braga afoito, começou o Porto controlador e dominador e a criar oportunidades jogando como equipa.

Em quase todas elas esteve o omnipresente André André. Em tabelas, em recargas, em movimentos profundos. Também Layun, Tello, Brahimi e Aboubakar quase que molhavam a sopa perante um Braga que rezava pelo toque do gongue para curar as feridas e não ir ao tapete.

Com este andamento não via forma possível da vitória nos escapar na 2ª parte.

Casillas dormia, tudo morria no eixo central defensivo e mesmo com 2 pesos mortos a tendência era clara.
Lopetegui podia ter mexido logo para tirar o fardo francês de cima mas preferiu dar mais uma oportunidade à equipa



O regresso dos balneários reforçou essa ideia. Danilo, Layun e o próprio Imbula sobem o nivel e parecia que a equipa toda ia remar até ao golo.
O problema do Porto foi o carrossel. Quandos uns subiam de nivel outros desciam.
A equipa estava melhor, com circulação mais rápida e com mais gente a invadir o último reduto bracarense mas os 3 homens do ataque baixaram de nivel.
Aboubakar virou trôpego ansioso, o fundamental Brahimi deixou o talento nas cabinas e Tello – como de costume – esperou que a equipa se lembrasse dele.
Com este figurino viu-se o Porto a empurrar, a jogar melhor mas a ter menos talento no último terço.
Tudo o que foi criado teve mais a ver com qualidade colectiva do que com talento individual. Com passes, recepção e dinâmica de movimentos do que com a capacidade de finalizar bem, fazer aquela finta que desmancha a defesa.
O Porto desta partida teve muitas coisas boas, excelentes movimentos colectivos e individuais, mas nunca conseguiu fazer um cozinhado homógeneo.
Quando os avançados estavam com veia, a equipa não empurrava nem revelava boa dinãmica de movimentação ofensiva.
Quando todo o pack atrasado se revoltou para invadir Braga e procurar o golo faltou-lhes avançados que dissessem presente.
Um Aboubakar dos primeiros 20 minutos ou um Tello/Brahimi dos últimos 25 minutos da 2ª parte chegariam para materializar o amasso quantitativo da 2ª parte.
Lopetegui foi mexendo bem, retirando o fardo francês e dando técnica de passe e chegada à àrea mas nada se alterou. Bueno e Aboubakar foram colocados em boa posição para finalizar mas nunca acertaram de forma decente com a baliza.
Danilo, Layun, André, Indi e Marcano ergueram um muro e deram tudo em velocidade, em aberturas e na garra para que o tempo que faltava chegasse.

Não deu. Este não foi dos jogos onde se pudesse apontar alguma coisa à equipa tirando o espirito amorfo dos primeiros 20 minutos.
Este não é um dos jogos em que se diga que podíamos estar 2 horas que o golo não surgiria.
Este é daqueles jogos que se empata merecendo ganhar e que se ganharia voltando a jogar da mesma forma.
Jogamos pior e merecemos menos ganhar nas partidas contra o Estoril e o Maccabi, por exemplo. Defendendo muito pior e revelando muito mais dificuldades em atacar como equipa e sem excessiva dependência do talento individual do jogador A ou B.

É necessário apenas tirar o fardo francês da engrenagem e ir experimentando se a equipa consegue manter a segurança que hoje revelou com um jogador como Bueno nas costas de Aboubakar.
A equipa está a ser construída e há cada vez menos dúvidas de como bem funcionar.
Falta descobrir um categórico 3.º médio (Rúben ou Bueno?) e definir se se confia na velocidade de Tello ou no superior talento de Corona.


ANÁLISES INDIVIDUAIS

Casillas – Comigo na baliza tinha ficado 0-0 na mesma. Gostei de o ver a sair a um cruzamento e felizmente não o vi fazer mais nada porque não teve trabalho.

Layun – Uma primeira parte murcha à excepção daquela incursão à grande área adversária que terminou com um remate a rasar o poste.
Na segunda parte soltou-se, esqueceu-se que era um rookie e sentiu que tinha que fazer alguma coisa pela equipa como se fosse um capitão com 5 anos de casa. Atirou-se para a frente pelo centro-direita, correu, fez assistências e deixou a pele em campo.
Não foi por ver Layun jogar que Maxi veio a lembrança.

Indi – Foi o mais médio dos centrais. O que mais subiu com bola, o que mais saltou sobre quem recebia a bola de costas no nosso meio-campo. Nunca ficou para trás quando se aventurava nessa pressão alta colando-se ao adversário de modo a evitar surpresas.
Um jogo seguro quer a central, quer a defesa-esquerdo.

Marcano – É raro o Porto disputar uma partida contra 2 avançados em cunha. Marcano e Indi responderam bem com agressividade, dureza QB e foram insuperáveis em qualquer bola dividida.
Na 2ª parte o Espanhol deu ares de Maicon e tentou acelerar a construção de jogo com maior rapidez e mais aberturas de 30 metros.
Boa partida.

Cissokho – Nunca voltes ao lugar onde parece que foste feliz. Cissokho é limitadissimo e mesmo o seu único pé fica áquem do nivel exigivel para o Porto.
Mete o corpo, corre e passa para quem está perto e é isto. Se tivesse a inteligência e o sentido de equipa e das suas limitações como Layun poderia disfarçar.
Assim é mediano demais para ser simpático.
Arrisco dizer que o francês não seria titular indiscutivel em mais do que 5/6 equipas da 1ª liga.


Danilo – Começou mal a partida falhando alguns passes e não complementando a capacidade de recuperação com a imperiosidade de sair a jogar limpo e rápido.
Demorou pouco tempo a recompor-se e fez um jogo em crescendo, varrendo tudo à sua volta no eixo defensivo, libertando André André ao mesmo tempo que o auxiliava na construção com rapidez e qualidade de passe.

André André – AMVP. Always Most Valuable Player. A extremo, a 10 e hoje a 8. Lopetegui ficou escaldado pela 1ª parte do jogo com o Maccabi e achou que aquele meio-campo tinha que ter o melhor 6 defensivo e o melhor 8 defensivo.
André André provou ser o melhor 8 defensivo, mas não atacou menos do que quando joga a 10 e não apareceu menos na área do que quando joga a falso extremo.
Consegue dar rigor defensivo, sem que se sinta falta da carequinha no ataque.
Somado a isto tudo é o piloto mais rápido em pista com bola. Nos pés de Brahimi, Imbula, Aboubakar a bola demora mais 2 segundos por volta do que nas botas de Ivan de La Peña. Acelera e verticaliza o jogo como ninguém.

Imbula – Um dos elos mais fracos da equipa na 1ª parte. Lopetegui tirou-o da zona onde a sua lentidão aquando do inicio de construção é mais preocupante. Deu-lhe área e trabalho de pressão ofensiva mas nada mudou. Se André André é o piloto mais rápido em pista, Imbula é o mais lento. Demora muito tempo a pensar e quando começa a executar a defesa do Braga já recuou uns 10 metros. Não dá tempo para fazer passes profundos nem tão pouco para embalar.
Começa a ser um estorvo para a dinâmica do meio-campo como foi Herrera no inicio da temporada. Na 2ª parte melhorou um pouco mas não o suficiente para que se cogitasse qualquer outra substituição quando Bueno despiu o fato de treino.

Brahimi – Não vale a pena estarmos com irritações. Precisamos tanto dele que se pode dar ao luxo de errar, decidir mal e forçar uma finta para a vaia.
Viu-se isso na 1ª parte. A equipa vivia das pinceladas de Aboubakar até aos 20 minutos mas a partir dai foi Brahimi que pegou na equipa e a fez levantar para uma parte final agradável que merecia a vantagem.
Brahimi é o extremo que se dá ao jogo, que não se esconde mesmo quando tem um defesa-esquerdo frágil. Nessas circunstâncias é necessário dar logo linha de passe para não haver problemas. Isso, para além da capacidade de desiquilibrio individual dá um lugar diferenciador a Brahimi.
Na 1ª parte estava com veia mas na 2ª uma má recepção estraga a assistência de Layun e logo a seguir Boly fecha-lhe a porta e fá-lo sentar no relvado.
Foi pena. Precisávamos do Brahimi da 1ª parte para o assalto final. Arrisco dizer que teríamos ganho.

Tello – Até esteve a um bom nivel na 1ª parte mas sente-se sempre que perante blocos baixos não nos pode ser muito útil.
Já se sente mais confiante para meter a velocidade sem medo de rasgar mas é a equipa que tem que puxar por ele e não o contrário. É essa realidade que lhe dá um mar de distância face a um jogador como Brahimi e nos deixa ficar com um amargo de boca quando pagamos a peso de ouro um bom elemento de plantel como podem ser Varela e Hernâni.

Aboubakar – Espectaculares primeiros 20 minutos, com dribles, passes de letra e instinto de baliza próprios de quem concorre à Bola de Ouro.
Essa foi a pior fase da equipa e a melhor de Aboubakar. A partir daí os  percursos foram opostos.
Enquanto o Porto ia melhorando paulatinamente, Aboubakar deixou o nivel World Class Player e foi rematando frouxo quando podia passar e tornou-se um pouco trengo na recepção.
Se o bom Porto e o nivel WCP de Aboubakar se tivessem encontrado o resultado teria sido outro.

Corona – O Porto precisava de Brahimi. O mexicano demorou a entrar na partida e apesar de mexido e de capaz de se envolver em tabelas com André André não foi o abre-latas necessário para desmontar o castelo erguido pelo Braga.

Bueno – Fez sentido a sua entrada e mostrou o que pode dar como 2.º avançado. Tem tecnica, tem visão, tem baliza mas ainda parece que não atingiu o ponto de intensidade necessário para poder discutir um lugar em vez de esperar por uma oportunidade.

Rúben Neves – Faltou tempo para que o efeito de colocar um jogador de eleição no passe se fizesse sentir. A substituição é bem feita mas quando a equipa se acomodou ao novo e melhor posicionamento já estava em profundo stress com a eminência de 2 pontos a fugir pelos dedos da mão.
A clarividência de Rúben não conseguiu temperar a sofreguidão dos últimos minutos.
Julgo que Lopetegui tinha pensado nesta alteração para o meio da 2ª parte mas a lesão de Brahimi e a vontade de ter alguém mais próximo de Aboubakar atirou-a para 3ª plano.


Ficha de jogo:

FC Porto 0-0 SC Braga
Primeira Liga, 8ª jornada
Domingo, 25 Outubro 2015 - 19:15
Estádio: Dragão, Porto

Árbitro: Artur Soares Dias (Porto).
Assistentes: Bertino Miranda e Rui Licínio.
Quarto Árbitro: Daniel Cardoso.

FC Porto: Casillas, Miguel Layún, Marcano, Martins Indi, Cissokho, Danilo, André André, Imbula, Tello, Aboubakar, Brahimi.
Suplentes: Helton, Rúben Neves (76' Cissokho), Dani Osvaldo, Evandro, Herrera, Corona (58' Brahimi), Alberto Bueno (62' Imbula.
Treinador: Julen Lopetegui.

SC Braga: Kritciuk, Baiano, Ricardo Ferreira, Boly, Djavan, Alan, Vukcevic, Mauro, Rafa, Rui Fonte, Stojiljkovic.
Suplentes: Matheus, Wilson (84' Alan), Luiz Carlos (67' Vukcevic), Crislan, Aaron, Arghus, Marcelo Goiano (17' Djavan).
Treinador: Paulo Fonseca.

Ao intervalo: 0-0.
Disciplina: cartão amarelo a Vukcevic (13'), Marcano (44'), Cissokho (68'), Ricardo Ferreira (73').

 Por: Walter Casagrande





Que grande malapata!


Depois do empate a meio da semana frente ao Aves, o FCPorto B recebeu e voltou a empatar com a Oliveirense desta feita a 2 bolas.

O onze portista teve algumas novidades, mas a maior foi mesmo a presença de Fede Varela que beneficiou da ausência por castigo do médio Graça. 

Este foi um jogo em que o FCPorto B teve tudo para ganhar dada a sua superioridade a todos os níveis em relação ao adversário. No entanto, tudo correu mal à equipa de Luis Castro.

O jogo parecia bem encaminhado a abrir com o FCPorto B a criar perigo junto à baliza da Oliveirense. No entanto, por volta dos 15 minutos, um erro defensivo grave compromete tudo. Na sequência de um canto a beneficiar o Porto, a Oliveirense lança um contra ataque rápido e Victor Garcia vê-se sozinho face a dois jogadores adversários. O lateral do Porto comete falta (mão na bola) e é (bem) expulso.

Grande contrariedade. Luis Castro tenta equilibrar a equipa e retira Fede Varela (muito ingrato para o jovem argentino que estava a ser dos melhores em campo)  para a entrada de Tomás.

No entanto, nova contrariedade aos 30 minutos. O central Maurício lesiona-se. Luis Castro arrisca e em vez de colocar o jovem central Verdasca, faz entrar Sérgio Ribeiro para lateral direito, entregando a zona central da defesa a Chidozie e a Tomás (dois médios de raiz).

Todas estas trocas causam grande instabilidade na defesa. E quem aproveita é a Oliveirense que chega ao golo aos 35 minutos.
Tudo corria mal.

No entanto, o Porto não baixava os braços e os jogadores portistas tentavam dominar o jogo mesmo em inferioridade numérica. A equipa azul e branca nunca recuou linhas e continuou a jogar de igual para igual.

Essa persistência compensou aos 38 minutos. Francisco Ramos sofre falta dentro da área e André Silva marca o penalti.

Até ao intervalo o jogo continuou partido.

Já na 2ª parte o Porto entra muito bem e toma conta do jogo. Pité, Ismael Diaz e Omar Govea colocam em sentido o guarda redes adversário.

No entanto, a lei de Murphy tinha vindo para ficar e num contra ataque rápido a Oliveirense chega ao segundo golo. Muito ingrato para os jovens portistas.

Ainda assim, o Porto não queria ser a vítima e os rapazes continuaram a lutar pelo empate. Tanto coração colocaram no jogo que a recompensa chegou. Um livre inteligente de Sérgio Ribeiro fez a difrença.

Até final, Ismael Diaz, Ruben Macedo e Pité mereciam o golo. O Porto merecia o golo.

Mas o que ficou para a história foi mesmo um empate muito ingrato. Mas ficou também o grande coração demostrado pela equipa e belas exibições individuais.


Análise individual:

Gudino: Melhor em campo. 4 defesas a negar o golo à Oliveirense. Foi fundamental.

Victor Garcia: Expulso aos 15 minutos num lance em que toda a defesa falhou.

Chidozie: Sofreu muito depois da expulsão de Victor Garcia e da lesão de Maurício. Mas acabou por fazer uma série de cortes importantes.

Maurício: Saiu lesionado à meia hora. 

Pité: Muitas dificuldades a defender, sobretudo no período de maior desorganização da equipa. Bem a atacar. Podia ter marcado por 2 vezes.

Omar Govea: Jogo equilibrado e muito feliz no capítulo do passe.

Francisco Ramos: Um dos melhores. O sangue da Póvoa veio ao de cima na raça. Demonstrou também grande qualidade num vai-vem constante. Ganhou o penalti.

Fede Varela: Entrou muito bem e estava a ser um dos melhores. Foi sacrificado depois da expulsão.

Gleison: Muito esforçado, mas demasiado individualista.

Ismael Diaz: Grande jogo. O poder físico deste miúdo é tremendo. Ficou muito perto de marcar e merecia. Um avançado muito completo e com enorme potencial.

André Silva: Lutou muito. Parece ainda não estar a 100% após a lesão. Marcou de penalti.


Tomás: Fez de central. Muitas dificuldades nesse papel e com algumas culpas no 2º golo da Oliveirense.

Sérgio Ribeiro: Esteve bem na "nova" posição de lateral. Quem sabe não será esse o futuro?

Ruben Macedo: Mexeu com o jogo. Isolou Ismael Diaz e podia ele próprio ter marcado.


FICHA DE JOGO

FC PORTO B-OLIVEIRENSE, 2-2
Segunda Liga, 12.ª jornada
21 de Outubro de 2015
Estádio de Pedroso, em Vila Nova de Gaia

Árbitro: Rui Oliveira (Porto)
Assistentes: Sérgio Jesus e João Silva
Quarto árbitro: Carlos Campos

FC PORTO B: Raul Gudiño; Víctor García, Chidozie, Maurício e Pité; Omar Govea, Fede Varela e Francisco Ramos (cap.); Ismael, André Silva e Gleison
Substituições: Fede Varela por Tomás Podstawski (20m), Maurício por Sérgio Ribeiro (30m) e Omar Govea por Ruben Macedo (74m)
Não utilizados: João Costa, Cláudio, Rafa e Verdasca
Treinador: Luís Castro

OLIVEIRENSE: João Pinho; Stéphane, Sérgio, Zé Freitas (cap.) e Kaká; Babo, Thompson e Leleco; Carlitos, Guima e Renan
Substituições: Guima por Mário Mendonça (57m), Thompson por Rafa (67m) e Carlitos por Oliveira (85m)
Não utilizados: Raphael Mello, Marocas, Zé Sousa e Luís
Treinador: Bruno Sousa

Ao intervalo: 1-1
Marcadores: Léléco (35m), André Silva (38m, de g.p.), Rafa (69m), Sérgio Ribeiro (78m)
Disciplina: cartão amarelo a Babo (26m), Guima (37m), Sérgio (40m), Chidozie (80m), Gleison (85m), Zé Freitas (90m+2); cartão vermelho directo a Víctor García (15m)


Por: Prodígio

terça-feira, 20 de outubro de 2015

A TAÇA ENSINA


O Porto apresentou-se na Póvoa para o verdadeiro jogo de festa da taça depois de travestidos para campo neutro os encontros dos dois grandes de Lisboa.

Da equipa inicial estiveram presentes apenas 2 habituais titulares mas as palavras de Lopetegui na antevisão foram levadas a sério pela grande maioria dos jogadores ao perceberem que, para além do apuramento, o rendimento de cada um poderia ter peso para os encontros seguintes.
O primeiro grande problema foi o meio-campo. 

Ter o Imbula a 6 é a mesma coisa que o Brahimi a 8. O pior que se pode fazer ao talento individual dos jogadores e o pior que se pode fazer ao rendimento colectivo da equipa.

O jogo fica preso, a defesa não fica segura e o adversário percebe que se forçar na pressão pode causar problemas.

Evandro veio dar uma mão e em vez do Imbula a 6 tivemos um duplo pivot. 

Ter o Imbula a duplo pivot é como ter o Brahimi a 10. Limita o talento individual e o rendimento colectivo só funciona a espaços.

A equipa não engrenou mas a superior qualidade individual dos jogadores acabou por descomplicar a resistência tenaz dos poveiros.

Num lance de pura classe Bueno esventra a defesa para Tello se enquadrar na cara da baliza e fazer o 1-0.
O talento individual e a quimica entre 2 jogadores de grande qualidade acabou por minorar o problema da organização do meio-campo da equipa. Hoje, ninguém se vai lembrar das dificuldades que o Porto teve na construção nem nas deficiências que a equipa revelou na hora de recuperar a bola.

O golo, momento supremo do futebol, esconde tudo. Apaga tudo e esquece tudo.  

A primeira parte foi assim aos solavancos com pingos de classe a limparem as dificuldades orgânicas do meio-campo.

Para este quadro em muito contribuiu o comportamento dos varzinistas que encararam a maratona dos 90 minutos com a energia de quem corre 5000 metros. Foram a todas, correram muito hoje porque o amanhã vinha longe.

O amanhã chega sempre. Na 2ª parte o estouro do lado de lá foi evidente. Menor capacidade de combate, o espaço livre de relvado a aumentar, deficit de pernas a pôr a nu o diferencial de talento entre Porto e Varzim e lesões resultantes do épico esforço da 1ª parte.

Mesmo com um meio-campo desestruturado o Porto conseguiu vincar a sua superioridade e as oportunidades de golo nos pés de Tello e Osvaldo sucederam-se. Quando Lopetegui coloca em campo o meio-campo Champions percebe-se quão importante são as rotinas e ter jogadores confortáveis nos papeis que ocupam.
 
O jogo da Taça, para além de formalidade, deu ensinamentos que devem ser aproveitados para futuro em jogos de maior grau de dificuldade.

O principal: Organização do meio-campo e saber o que fazer com Imbula.

O relevante: A sociedade Tello/Bueno que não pode ser desperdiçada.

O tranquilizante: Indi dá garantias de ser, pelo menos, tão eficaz como a dupla de centrais titulares.

 
ANÁLISES INDIVIDUAIS:
 
Helton – Continuou no ponto em que tinha terminado em 2014/15. Concentração, agilidade e segurança no pouco trabalho que teve.

Layun – Jogando do lado direito seria expectável que tivesse mais apetência para subir pelo flanco. Revelou-se tão cuidadoso com o Varzim como foi contra o Benfica e foi tão mais defesa e tão menos lateral jogando à direita como é quando joga à esquerda.

Lichnovski – Enquanto defesa que se tem que saber posicionar para efectuar cortes e recuperações esteve em bom nível. Enquanto transportador de bola caiu no engodo poveiro. Muitas vezes foi convidado a ser David Luiz e sair da sua zona em posse e quase sempre não resistiu à tentação de ser pôr em trabalhos e arriscar uma perda de bola em zona perigosa.
Tudo somado fica o conselho para tentar subir a escada dentro do plantel do Porto pela via da descrição e não da espectacularidade.

Indi – Patrão. Assertivo na disputa de bola e criterioso quando a tinha em seu poder. Nenhuma lesão chega em boa altura mas pelo que Indi joga merece ter oportunidade para ter uma sequência de partidas onde possa comprovar o que vale.

Cissokho – É um jogador demasiado fisico e nada cerebral. Entrega-se ao jogo mas muitas vezes parece não o perceber. Correr, cruzar, cortar, correr, cruzar, passar, correr, cruzar como se estivesse numa ilha e não numa cidade com mais 21 habitantes em que é preciso pensar o que fazer e saber que terrenos pisar.

Imbula – Enormes dificuldades quando foi o médio mais defensivo obrigando o 112 Evandro a vir em seu resgate. Prendeu muito a bola com ares de miúdo assustado num quarto escuro sem saber o que fazer. Quando Evandro baixa fazendo um quase duplo pivot Imbula acende a luz do candeeiro e começa a sair do marasmo exibicional.
Na 2ª parte vai melhorando atingindo uma bitola de qualidade elevada quando Danilo e André André lhe abriram as janelas para o relvado deixando entrar a claridade que Imbula tem no seu jogo quando actua em terrenos mais avançados.

Evandro – Foi o melhor jogador em campo nos primeiros 15 minutos numa altura em que foi preciso compensar o pânico de Imbula. Deu oxigénio à equipa, pegou na bola quase na defesa e fê-la chegar ao ataque seja pela via do passe como pela progressão.
A partir desse momento foi eficaz embora discreto. Na 2ª parte acusou fisicamente o esforço de ligar sectores queixando-se de câimbras até à substituição.

Bueno – Tem uma caracteristica de passe que o difere de todo o plantel. Procura a distribuição de jogo ofensivo rasgando por dentro em vez de fugir por fora. Via-o muito como um 2.º avançado com caracteristicas de puro finalizador mas o espanhol é bem mais do que isto.
Os passes que faz entre o lateral e o central são manteiga no pão para jogadores como Tello. Se o extremo foi o MVP da partida tem que agradecer a Bueno que entende na perfeição o que Tello precisa.
Se Bueno conseguir ser mais intenso na partida e mais cooperante defensivamente é titular de caras nesta equipa porque lhe dá muito golo para lá do 9 e dá-lhe um tipo de passe mortal de que a equipa foge.

Varela – Ausentou-se da partida quando Imbula e Evandro demoraram a casar. Nessa altura Varela não quis saber do provérbio e esperou sentado que a Montanha e Maomé fizessem as pazes.
A partir da meia-hora percebeu que ia jogar tanto como Brahimi sentado no banco se não resolvesse dar 2 passos atrás. Foi mais colectivo mas não deixou que o cinzentismo marcasse negativamente a sua exibição.

Tello – Grande jogo. Foi à trilogia Spoting-Braga-Nacional. Contundente sobre o lateral e sem perdas de tempo aquando da recepção. Letal sempre que havia alguém na equipa (leia-se Bueno) que entendia na perfeição como potenciar jogadores com as caracteristicas de Tello. Os passes devem atalhar terreno e pôr o avançado em rota de colisão com a baliza em vez de deixarem o extremo ainda com um defesa à perna.
MVP de longe e é de todo conveniente aproveitar a sociedade criada na Póvoa.

Osvaldo – Quem só olhar para o resumo dirá que Osvaldo não foi digno de ostentar a camisola dada a displicência com que se fez aos lances de finalização. Se com bola pareceu armar-se em Bola de Ouro nos segundinhos todos dos 90 minutos foi um verdadeiro mouro (dos bons!) de trabalho. Pressionando, dando linhas de passe e correndo até à exaustão foi o guerreiro que todo o portista gosta em contraponto com a postura de prima dona quando Ricardo estava pela frente.
A exibição de quem falha golos como falhou não pode ser boa mas as indicações de dedicação e comprometimento com a equipa são óptimas.

Danilo – Entrou à titular para pôr ordem no jogo e dar o comando definitivo à equipa. Com um Varzim já encostado às cordas a entrada de Danilo e a libertação consequente de Imbula só não foi a estocada final porque Osvaldo esteve em dia não.

André André – Entrou à titular e como se estivesse em Minsk ou em Pero Pinheiro. Fez faltas e sofreu faltas e lutou como se aquele campo nada lhe dissesse de especial. A forma como com o corpo transformou um passe para um cruzamento numa assistência para golo revela a inteligência deste jogador.
 

Ficha de Jogo:
Varzim 0-2 FC Porto
Taça Portugal, 3.ª eliminatória
Sábado, 17 Outubro 2015 - 20:15
Estádio: Varzim Sport Club, Póvoa de Varzim

Árbitro: Manuel Oliveira (Porto).
Assistentes: Pedro Ribeiro e Carlos Campos.
4º Árbitro: José Rodrigues.

VARZIM: Ricardo, Adilson, Sandro, Abel, João Carneiro, Pedro Sá, Rodrigo Dantas, Nelsinho, Elísio, Stanley, Rui Coentrão.
Suplentes: Pedro Soares, Tiago Lopes, Vítor Hugo (66' Elísio), Bruno Moraes, Pedro Santos (63' Abel), Sérgio Organista, Hernâni (73' Stanley).
Treinador: Quim Berto.

FC PORTO: Helton, Layún, Lichnovsky, Martins Indi, Cissokho, Imbula, Evandro, Bueno, Varela, Dani Osvaldo, Tello.
Suplentes: Casillas, Danilo Pereira (64' Varela), André André (78' Evandro), Herrera, Brahimi, Corona, Aboubakar.
Treinador: Julen Lopetegui.

Ao intervalo: 0-0.
Marcadores: Tello (20'), André André (90').
Disciplina: cartão amarelo a Layún (31'), Adilson (41').


Por: Walter Casagrande
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