terça-feira, 31 de janeiro de 2012

O meu Porto







Após reflectir sobre mais uma noite de azia, nada como escrever para lavar a alma.

Alma é coisa que falta nesta equipa,alma e raça . Sem estes dois ingredientes e com muita paixão a acompanhar não há equipa ( conjunto de pessoas que puxam para o mesmo lado) de dragões que resista .

Os motivos que explicam o estado do nosso clube são conhecidos , embora a maior parte não o queira reconhecer , seja porque as vitórias funcionam como uma poderosa anestesia, ou então porque simplesmente não querem ver o que se vai formando sem retorno.






A impressão que eu tenho é que o clube já não é dos sócios.


Desde a formação da SAD que lentamente ( ou não) tem havido um processo de transformação em que um grupo de pessoas tomou conta do clube para dele se servirem e não o contrário.


segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

O Bom Filho à Casa Torna: Lucho Gonzalez



OBRIGADO EL COMANDANTE por teres renunciado a um ordenado de princípe, mesmo recebendo menos que aquando da tua primeira passagem por cá para abraçares o clube do teu coração.

MARC JANKO









Temos, finalmente, o que estamos à espera desde o início da época. Um avançado capaz de fazer concorrência ao Kléber e ao mesmo tempo dar-lhe segurança e estabilidade para ele crescer como jogador. Aprender a ser um 9 à Porto.

Procurar as costas do adversário sorrateiramente e, quando menos se espera, estar lá para fazer o que lhe compete: Finalização, finalização, finalização.

Só vai fazer bem ao nosso Kléber entrar aos poucos, não ter a pressão toda em cima dele. Porque a culpa não é dele. Longe disso.







Percurso do jogador:


Em análise: 17ª Jornada, Gil Vicente 3 - 1 FC Porto





Alienação com Paixão. Misture estes dois ingredientes com cuidado, junte uma pitada generosa de incompetência táctica e uma atitude amorfa qb. Agite e terá uma mistura “implosiva”. Foi isso que tivemos hoje, a implosão do FC Porto campeão nacional, do FC Porto competente e ganhador de 2010/11.

Começando pelas nossas culpas, o FC Porto entra logo a perder com o onze escalado por Vítor Pereira. Um somatório de erros crassos de avaliação, equívocos tácticos e total alienação sobre os pontos fortes do Gil Vicente.



Explicando por miúdos:

domingo, 29 de janeiro de 2012

Campeonato Nacional de Juniores, 22ª Jornada: FC Porto 3 - 0 Feirense

Equipa do FC Porto, Juniores sub19



Numa tarde de céu azul o FC Porto defrontou um Feirense num jogo de tom algo cinzento.

Numa partida que nada resolvia para os azuis em brancos, num grupo onde o Campeão Nacional tinha o apuramento para a fase final decidido e com uma vantagem pontual para o segundo classificado ( SC Braga) digna de fazer corar qualquer adversário (19ptos), onde a supremacia ao longo da prova foi por demais evidente ( o que a nosso ver é mau, num escalão de formação em que para existir desenvolvimento é fulcral existir competitividade, mas isto são contas de outro rosário e ao cuidado dos Srs. da FPF. ...).


sábado, 28 de janeiro de 2012

LUCHO GONZALEZ


Tribuna Portista. É de desporto e de portismo que se fala aqui.


Hoje vou mudar um bocadinho a agulha. Começar por escrever sobre a nossa vida.
A vida de um país que está em crise. A vida de um país que, numa Europa em crise, escolhe um determinado caminho tendo a certeza que, quando chegar ao fim desse trajecto, estará pior do que hoje.

O meu vizinho grego precisava de pagar a prestação da casa e não tinha dinheiro para o fazer. Ia perder a casa. Foram lá três senhores do banco e disseram que lhe emprestavam dinheiro para pagar as contas se ele eliminasse 2 refeições diárias por dia (pequeno almoço e jantar), tirasse o filho da escola para poupar custos, trabalhasse à noite para conseguir um 2.º salário e evitasse idas ao médico e à farmácia para diminuir a despesa.



Viviam todos acima das possibilidades.



Já passaram 2 anos e já vimos que apesar de manter a casa, a família do meu vizinho está de rastos, envelheceu 20 anos em 2 e com as doenças que se acumulam lá por casa a esperança de vida não será grande. Dizem que os senhores do banco lá voltarão para os ajudar com novo empréstimo se preciso for. Presumo que a refeição diária chamada almoço será eliminada para angariar mais dinheiro para pagar os juros de nova ajuda.
E o meu vizinho terá que trabalhar de madrugada para arranjar um 3.º salário que pague os empréstimos que o ajudam a pagar a casa.

Na história do meu vizinho e na nossa história há diversos regimes de organização de poder e diversas teorias económicas que escolhem caminhos para sair da crise.
Eu também tenho teorias. A teoria que quero passar não é económica nem centra a resolução da crise em mais, menos ou melhores impostos.
Tudo pode ser feito para um lado ou para o outro mas o que é preciso em todos os grupos, em todas as famílias e em todos os países é que a mobilização seja feita e que se acredite. Acredite que quem gere a mudança o faz imbuído de um espírito genuíno.


 O pior do que hoje vivemos é sabermos que os sacrifícios são para o buraco. Hoje o meu vizinho trabalha mais 20 horas por semana mas a família empobrece de dia para dia. Ao lado vemos que quem nos manda vai para ali e para acolá e que quando se desvia o dinheiro X ou Y é o meu vizinho que tem que abdicar do lanche para pagar esses despautérios. E que os senhores do banco, que nunca viveram acima das suas possibilidades, vão acumulando riqueza. Mais camarão numa mesa nenhum pão na outra. Tem que ser, dizem-nos.

Não há uma crença colectiva de que o caminho que se faz é genuíno. Hoje em dia todos duvidam de todos, todos tem inveja de todos e todos pensam que estamos numa era de cada um por si e ninguém por todos. Vemos líderes do nosso país dizer que vivemos (todos) acima das possibilidades mas que eles, por causa disso, não conseguem pagar despesas com 10.000€ por mês.



É mesmo cada um por si. Ninguém por todos.


Precisamos de alguém por todos. Todos precisam de um Deus genuíno que restaure uma moral colectiva e que seja qual for o modelo a adoptar isso seja feito de uma forma integra, genuína e autêntica.


Onde é que isto liga com o Porto? Em tudo.

Afinal há mais vida para além de Hulk.



Hulk


Andam por aí muitos falsos arautos da verdade que tendem a querer afirmar a pés juntos que o FC Porto está dependente de Hulk, devido ao peso e ao valor que um jogador com as competências técnicas que ele tem patenteado, pode significar e trazer mais-valias desportivas ao grande clube do norte de Portugal.

Porém, e ao contrário do que se poderia pensar em termos práticos, sem Hulk, o FC Porto já por diversas vezes provou que num desporto coletivo como é o caso do futebol, uma andorinha nunca faz a primavera, que é como quem diz, sozinho ninguém consegue jogar isoladamente, mesmo tendo a noção que por vezes o tenha conseguido a espaços, através do seu irrequietismo e individualismo quiçá demasiado persistente, e nos tenha habituado a jogadas e golos de enorme valia técnica.





O que assistimos no último domingo no Dragão com o Guimarães, a meu ver, foi precisamente a prova desta minha tese ou axioma, o FC Porto conseguiu sem a sua principal vedeta uma excelente exibição, talvez das melhores vistas este ano no seu estádio, conseguindo por esta via contrariar muitos apaixonados do futebol espetáculo e centralizado num único elemento, em detrimento de outro mais virado para a componente coletiva, e tendo como principal objetivo a desejada vitória, e só depois se pensar em jogar bonito para a plateia.


quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Campeonato Nacional da 1ª divisão Hóquei em Patins, 12ª Jornada, FC Porto 9 - 3 Gulpilhares





No regresso a casa após copiosa derrota contra os italianos do Valdagno, os Decacampeões  enfrentavam um Gulpilhares ainda combalidos pela forte pancada de sábado passado.









Entrando em campo um tanto nervosos a procurar assentar o seu hóquei em ringue, o FC Porto acusou durante a primeira parte a responsabilidade do encontro, na mesma toada que contra os italianos o FC Porto atacava e criava volume de jogo só não inaugurando o marcador devido à boa exibição do guarda-redes forasteiro Ricardo Oliveira.

Ainda na primeira parte o FC Porto tanto porfiou que chegou ao primeiro golo por Gonçalo Suíssas por volta dos 20mn de jogo. Quando se pensava que a equipa da casa iria tranquilizar com o primeiro golo e partiria para uma confortável vantagem para o intervalo, eis que a equipa de Gaia chega à igualdade pelo veterano Cândido Oliveira no ultimo minuto da primeira parte, caindo um balde de água fria sobre os adeptos azul e brancos e chegava-se com um empate ao fim da primeira parte.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Quando Domingos pôde ser “Bota de Ouro” sem ser “Bola de Prata”








Uma das muitas "habilidades" do jornal «A Bola»

Termina a época 1990/91. Domingos, oficialmente afastado da conquista da “Bola de Prata, em Portugal, poderia ter sido internacionalmente reconhecido como vencedor da “Bota de Ouro”, o prestigioso troféu instituído pelo semanário “France Football” e que, anualmente, distingue o melhor marcador europeu.








terça-feira, 24 de janeiro de 2012

BREVE ANÁLISE E REFLEXÃO SOBRE A 1ª VOLTA DA LIGA SAGRES







Tendo em conta o estado e o percurso dos potenciais crónicos vencedores da Liga Sagres, e uma vez que também estão cumpridas as primeiras 15 jornadas, talvez seja a hora e o momento de fazer uma breve análise, balanço e reflexão sobre a 1ª volta do campeonato, no que concerne à performance e qualidade do futebol praticado das três equipas grandes do nosso futebol indígena, e do futuro que as mesmas podem patentear e fazer resultar no fim da competição, às quais por direito próprio, e pela sua constância de há alguns anos a esta parte e igual proximidade dos resultados alcançados em relação aos seus pares, faço aqui incluir também o Braga.





Nesta perspetiva de raciocínio entendi por bem estabelecer alguns considerandos que me parecem pertinentes nesta altura do campeonato, e que na minha ótica poderão estar na base de um julgamento a médio e longo prazo da classificação final das quatro equipas que passo a constatar e colocar à colação dos participantes deste painel:



Porto:


domingo, 22 de janeiro de 2012

Em análise, 16ª Jornada FC Porto 3 - 1 V. Guimarães


Kléber


Se há uma palavra que seja transversal a esta exibição do FC Porto. 

Essa palavra é REFORÇO.

Reforço exibicional do FC Porto, onde o talento da equipa supera as limitações (leia-se lesões) e auto-limitações. Reforço de opções, como a confirmação do “retorno” de Varela e uma exibição, finalmente, coincidente com a bitola de Rolando. Reforço, no sentido futebolístico do termo, ao minuto 67, com a entrada de Danilo na equipa. Finalmente!





Basquetebol, Taça Hugo Santos, Final: Barreirense 77 - 79 FC Porto

Carlos Andrade




Jogo num pavilhão adverso, não cheio mas com um excelente ambiente principalmente para o barreirense que joga praticamente em casa, coisa que o FC Porto não esteja habituado em tudo que é fase final de todas as taças que dispute no nosso país em que os adversários contam sempre com a conivência da FPB na hora de marcar a localidade onde se disputam os jogos..







O porto entrava na partida na expectativa e cometendo alguns erros defensivos e de cariz individual, com o Barreirense a aproveitar e a dominar o 1º período com uma vantagem de 17-21 para gáudio de um Carlos Barroca ( que já foi um assalariado do clube, o que ainda se compreende menos essa alergia que tem ao nosso clube) totalmente parcial como sempre, com a sua alegria habitual sempre que vê as equipas adversárias ganharem um certo ascendente sobre o FC Porto, tende é em aprender que o melhor ri sempre no fim...

Basquetebol, Taça Hugo Santos, Meias Finais, FC Porto 69 - 55 Ovarense

Greg Stempin



Como é apanágio dos comandados por Moncho Lopez a competência é um factor sempre presente seja qual for a competição.

Disputando a Taça Hugo dos Santos em terreno hostil e perto de Lisboa (Vendas Novas) alias como vem sendo regra em tudo que é poul final para esta equipa, o FC Porto entrou em campo com um ritmo elevado baseando o seu jogo numa fortíssima defesa, neutralizando quer o jogo exterior de uma Ovarense que bem tentava mas não conseguia, nem dentro nem fora, através do jogo interior e exterior causar danos de maior, chegando-se ao intervalo com uma vantagem de 34 -25.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Liga Europeia, hóquei em patins, 3ª Jornada, FC Porto 4 - 8 Valdagno




Nunca é fácil escrever sobre um jogo especialmente quando o nosso clube perde e por números contundentes como hoje.

Um jogo a fazer relembrar os jogos de hóquei de outros tempos, com a nossa equipa infelizmente a entrar no jogo praticamente a perder o que a obrigou a correr riscos para ir atrás do resultado, abrindo brechas sucessivas na defesa permitindo ao adversário "disparar" no resultado até aos 0-3, com alguns erros defensivos um tanto infantis da nossa equipa à mistura.






Um jogo em que o nosso capitão infelizmente se encontrava ainda a recuperar de uma cirurgia efectuada na passada 5ª feira e que se viria a revelar decisiva na sua (menor) exibição, mas como este capitão é dos "valentes" um portista dos sete costados, lá estava ele a lutar pelo nosso emblema como se nada tivesse passado.


sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Negócio da Treta






Com o negócio Roberto aprendemos que existiam milhões da Treta. 

Com o negócio Danilo se os milhões não são da Treta alguma coisa é.

O negócio Danilo a somar ao negócio Falcao é mais um dos enigmas do defeso.

Pelo que sabemos o negócio Danilo começou com um despique com o Benfica pela aquisição do passe.

O passe do Danilo tinha 3 proprietários: 37,5% do Santos, 37,5% do Grupo DIS e 25 % do América Mineiro










Para chegar ao destino cada clube seguiu por uma estrada. O Benfica optou por negociar o jogador com o Grupo DIS oferecendo 10 milhões de Euros pelo jogador.
O Porto seguiu a estrada Santos que dada a possibilidade que este tinha em exercer o direito de opção se veio a revelar bem sucedida.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Taça da Liga, 2ª Jornada, FC Porto 1 - 0 Estoril





Os jogos da taça da liga, sobretudo nesta fase de grupos, são uma mistura do experimentalismo de um jogo de pré-época com a falta de motivação e a fadiga de jogo de final de época, onde tudo já esteja resolvido.
Mesmo num jogo pouco cativante, há sempre novidades. A primeira, e a de maior destaque, o aparecimento de Varela nesta época e a forma ofensiva de Álvaro. Depois, como se viu ainda na primeira parte, para lá de Hulk, há quem saiba bater, e bem, livres directos. Por fim, há algum devaneio táctico que nada beneficia a equipa. Um meio campo tão redundante, com três jogadores que, embora com características diferentes, fazem todos a mesma posição (a posição 8) só poderia degenerar num jogo mastigado e indeciso, onde um constante “vais tu?, vou eu?” limitava a nossa capacidade de sufocar o Estoril Praia. É que, ainda por cima, nem era entregue a Souza a missão de iniciar a transição, obrigando ao recuo ora de Moutinho, ora de Defour.


A primeira parte decorre em toada morna, com o FC Porto acantonado no meio campo do Estoril Praia, mas sem pressão, velocidade ou amplitude para perigar a baliza contrária. James sempre em fuga para terrenos interiores, Kléber em profundíssima depressão e um meio campo atafulhado de médios-centro, que ia rodando à vez as funções de transição defensiva e ofensiva. Sobrava Varela, numa fuga à apatia que assolava o seu futebol desde o início da temporada e a locomotiva vinda das profundezas do flanco esquerdo: Álvaro Pereira. Eram eles quem ainda davam alguma graça e velocidade ao futebol ofensivo do FC Porto, juntamente com alguns bons apontamentos de James e as subidas dos centrais ao meio campo. Chegados ao intervalo, o nosso registo de perigo real à baliza contrária limita-se a um livre directo de Moutinho a fazer estremecer a barra e pouco mais.


A segunda parte traz um FC Porto melhorado. Com maior definição a meio campo (Souza mais 6, Moutinho mais 8, Defour mais 10) e maior velocidade pelos flancos. Até Kléber deu um pálido sorriso amarelado no seu futebol, mas rapidamente voltou ao seu estado taciturno. O Estoril, ainda assim, torna-se mais afoito. Sai da carapaça e tenta abrir. Tira um médio e mete Licá, abrindo a sua frente de ataque. Paga ao preço da sua ousadia cinco minutos depois. Numa transição vertiginosamente vertical de Álvaro e o já saudoso talento Varela a resolver.

Chegados aqui e com vantagem no marcador, o FC Porto volta a embrulhar-se com substituições que nada acrescentaram à equipa. Salva-se a última, a de Iturbe, que mesmo que por breves minutos, mostrou ao Dragão que o menino é jogador, mas precisa de paciência e tempo. Tal foi o embrulho criado, que no último minuto da compensação a equipa da linha quase ganha a taluda.




Análises Individuais:

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Os divinos favores




Desde há muito tempo que uma certa agremiação da Segunda Circular, constrói a sua identidade sobre a impaciente (e setressada) convicção de que lhe devem alguma coisa – títulos - que, por um discutível desígnio divino, lhe pertencem. O FC PORTO, no pólo oposto, vive os seus triunfos como milagres. E, para os tornar realidades terrenas, luta para que o triunfo não desgaste a ilusão que precisa para continuar a ser competitivo. Dito de outra maneira: quando o "mais grande" clube da Segunda Circular ganha, é dado a entender que se fez justiça (divina), se o mesmo acontece quando o FC PORTO ganha (ou empata), assiste-se a despudoradas tentativas de demonstrar que o resultado é um roubo ou fruto de uma conspiração de malvados hereges.




Afortunadamente, o futebol é blasfemo e ímpio. Lembro, por exemplo, um episódio ocorrido na época passada, quando André Villas-Boas disse uma quantas verdades sobre o catedrático treinador de um certo clube da Segunda Circular, os jornalistas transgrediram a sua deontologia e atacaram-no, mais pela rivalidade desportiva do que mediática. Não entendem, ou não querem que, quer seja na Segunda Circular ou no Porto, contra a Académica o contra o Sevilha, no campo o na sala de imprensa, o erro ou a derrota, devem ser entendidos como regras do jogo e não como delitos tipificados por um código mediático e cada vez mais inquisitório, anti-desportivo e mentalmente desequilibrado.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

ANTÓNIO OLIVEIRA, COMO SEMPRE, IGUAL A SI PRÓPRIO




Sem que nada o fizesse prever, António Oliveira, antigo treinador do FC Porto e selecionador nacional, prestou em direto e numa entrevista à RTP, declarações que pela sua especial essência e profundo significado, certamente irão fazer as delícias dos mais diversificados órgãos de comunicação social, que ávidos como sempre de notícias bombásticas e polémicas, irão aproveitar para esmiuçar ao máximo a importância e a responsabilidade de quem teve a ousadia, a coragem e a frontalidade de as proferir, independentemente, de as mesmas poderem ser consideradas verdadeiras, impróprias ou até extemporâneas.





António Oliveira, se estivermos bem atentos, sempre pautou a sua carreira, quer ainda como jogador genial que foi, quer depois mais tarde como treinador, com intervenções de um género de personalidade bem vincada e explosiva, nunca tendo receio do valor da responsabilidade associada às suas palavras, ou mesmo do que elas poderão vir a ter no contexto e desenvolvimento do fenómeno desportivo e mediático no nosso futebol indígena.




Ao afirmar publicamente que não tinha dúvidas em garantir que é a empresa Olivedesportos controlada pelo seu irmão, Joaquim Oliveira, que decide quem se torna presidente da Federação Portuguesa de Futebol e da Liga, declarando categoricamente e textualmente para quem o quis ouvir na RTP que: «O presidente da Federação é colocado por um lóbi fortíssimo que existe em Portugal. O presidente da Liga é colocado na Liga por interesses do lóbi que domina o futebol em Portugal. Quem? A Olivedesportos, obviamente. Mas eu já o disse publicamente. Enquanto não se alterar este estado de coisas, vai tudo continuar na mesma», declarou António Oliveira ao seu melhor estilo, e através destas mesmas palavras frias e contundentes, afirmando ainda para gáudio e surpresa dos seus colegas de painel desportivo, que Fernando Gomes é apenas o homem escolhido pela Olivedesportos para substituir Gilberto Madail.



domingo, 15 de janeiro de 2012

Campeonato Nacional de Juniores Zona Norte - 20ª Jornada FC Porto 2 - 0 V. Guimarães

Tózé


Um jogo frio como a tarde.

Cedo os jovens dragões quiseram dar resposta ao desaire de há oito dias na Madeira. Mostraram vontade mas as coisas não saíam bem. Sem inspiração no remate final e com a teia defensiva dos vitorianos o tempo foi passando até ao intervalo com um zero-zero que premiava a defesa do Guimarães que veio ao Olival com o intuito de não perder apenas.






Na segunda parte o jogo não mudou de feição pese embora Tiago e Hugo em lances de bola parada falharam á boca da baliza o golo. Ao fim de pouco mais de uma hora de jogo eis que entra aquele que viria a ser o homem do jogo - Vion.

Vion

Em apenas 2 minutos de jogo e numa das muitas tentativas do ataque portista em desfazer a defesa muito avançada dos vitorianos eis que numa desmarcação muito rápida do francês a isolar-se e frente a Preto, isolado, não perdoou, com um chapéu de belo efeito e de grande técnica. Estava conseguido o mais dificil.
A partir daqui o Guimarães ainda com mais garra tentava chegar á baliza portista mas sem êxito. No único lance a criar "perigo" num remate de muito longe Kadú segura mal a bola e deixa-a a fugir para canto. 



Até final poucos lances a merecer algum destaque mas Vion numa entrada pela direita a deixar os defesas vitorianos par trás serve de forma eximia Tó-Zé que obtém um excelente golo em dia de aniversário.

Resultado justo num jogo sem grandes motivos de interesse.


Ficha do Jogo:

Em análise, 15ª Jornada FC Porto 2 - 0 Rio Ave


Um génio tomba, outro levanta-se, qual Atlas a suportar nas suas costas todo o peso da equipa.

Após o jogo no estádio da areia pintada de verde, o FC Porto volta a fazer um jogo em que revela dificuldades no processo ofensivo, mesmo perante um Rio Ave com muitas dificuldades de se prolongar no ataque. Nunca o FC Porto foi absolutamente dominador ou asfixiante perante uma equipa com extrema dificuldade em chegar a João Tomás. O problema não esteve na ausência de Moutinho, que teve em Defour um substituto à altura. O problema radica na montagem do ataque do FC Porto. Hulk diminui-se na posição 9, sobretudo, perante alguém que já sabe quase tudo, como é o Gaspar. Nos flancos. O FC Porto não apresentou um extremo capaz de dar largura à equipa. Há James que foge sempre para o seu lugar natural e Rodríguez, que na sua luta a labuta, se esquece do essencial: dar qualidade de jogo à equipa. Soma-se, ainda, um Belluschi desastrado, apático e pouco influente na condução do jogo.





É neste jogo mastigado, com o Rio Ave a olhar para o relógio e a ver o 0-0 a prolongar-se e o FC Porto a ver o intervalo chegar, que, pela meia hora de jogo, Hulk sai de jogo por lesão. Um génio que tomba. Entra Kléber, o 9 esquecido, para um jogo sem flanqueadores e sem um 10 à altura. A agonia prolonga-se, até ao minuto 42, bem perto da fronteira psicológica do intervalo. É nesse minuto que outro génio se levanta. Bola sobra para James…e génio. Com 1-0 ao intervalo a equipa poderia respirar melhor, aliviar a pressão do resultado do jogo desta noite anterior ao seu e partir para uma segunda parte à FC Porto.








Promessas são sempre difíceis de cumprir. Sobretudo quando não sustentadas em bom futebol colectivo, mas nas pinceladas de génio deixadas aqui e ali por os artistas que carregam a equipa. O FC Porto entra na segunda parte como jogou em toda a primeira parte. O Rio Ave, pelo seu lado, já olhava para o relógio de forma diferente e via 45 minutos para ir buscar um ponto. É numa fuga de Yazalde a Maicon que quase consegue esse fito, com, tão só, 3 minutos da segunda metade. Passado o susto, o FC Porto continua na mesma. Seriam necessários mais alguns minutos para Vítor Pereira fazer a jogada que muda o jogo. Belluschi vai para a direita e James é colocado na sua posição natural. O jogo pelos flancos manteve a bitola baixa, mas a criatividade pelo centro explodiu, o que obrigou o meio campo Vilacondense a recuar. Com isso o Rio Ave deixa de criar perigo. Tudo o resto decorre dessa alteração táctica. Carlos Brito tenta insuflar capacidade ofensiva na equipa trocando, primeiro, de 10 e, depois, de extremos. Uma causa perdida, pois o FC Porto juntava um trio a meio campo altamente eficiente, rotativo e criativo que nunca deixou o meio campo do Rio Ave alimentar o seu ataque. Do lado do FC Porto a tentativa foi de corrigir o pior sector da equipa. Saíram os “extremos” e entram outros. Resultou, porque o jogo do FC Porto foi sempre melhorando, sendo premiado, no fim, por um lance do génio disponível. No seu lugar, no tempo exacto, James fecha as contas da partida.






Faltava o acto final, uma expulsão desnecessária no único lance em que se viu João Tomás no jogo.
Fica um jogo onde a equipa técnica do FC Porto pode tirar valiosas conclusões. Já se percebeu onde rende James. Já se percebeu que o FC Porto precisa de extremos que abram o jogo e não que façam só movimentos interiores ou que travem o lateral contrário. Já se percebeu que Fernando tem talento, capacidade e vontade para participar na primeira fase de construção. Ajuda a equipa a subir no terreno, a ficar em cima do adversário. Hoje viu-se um Fernando pleno. Temos o jogador, é preciso dar-lhe uso.



Análise individual:


quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

BICAMPEÕES








Tinha planeado este título de crónica para Maio de 2012 mas não aguentei a espera.
Numa altura em que o país futebolístico está em brasa vai sair e é já. 

Se a palavra do ano de 2011 foi austeridade a palavra de Janeiro de 2012 está a ser isolado.

Temos líder isolado que não veste de azul e branco. A partir do último domingo não se fala noutra coisa. São várias as derivações do verbo isolar mas tudo vai dar ao mesmo.






“O BENFICA VOLTOU À LIDERANÇA ISOLADA. 500 E NÃO SEI QUANTOS DIAS DEPOIS.”

Dado o tiro de partida vão-se atropelar as parangonas e as enchentes nos estádios de benfiquismo vibrante.
Aí está um estímulo redobrado para a nação portista. Vamos ser embriagados à força com a onda vermelha e neste momento já se começam a colar as letras para “Reservar” os palcos para festejos.
Conta-se que na pré-época do ano passado a equipa técnica do Porto obrigou os jogadores a assistirem aos festejos do título do Benfica de 2010/11. A pedagogia no seu esplendor.
Este ano, depois da ultrapassagem da última jornada o plantel do Porto está já a assistir a uma amostra do frenesim histérico. Por isso, neste mês de Janeiro é bom que a revolta que se viu no ano passado não hiberne até Julho de 2012.
Estamos mais do que a tempo de cumprir o titulo da crónica. 

Arrisco outro vaticínio (o titulo da crónica foi o primeiro): 

O campeonato vai decidir-se nos próximos 6 jogos.

Bem sei que corremos o risco de ganhar os 6 jogos e ficar tudo na mesma antes do Benfica-Porto. Ainda assim é bom que fique clara a diferença entre este Benfica e este Porto.
Este Benfica não me parece que possa elevar muito o nível actual.  
Já o Porto tem mais por onde subir. 
Por isso, arrisco dizer que 18 pontos em 6 jogos deverá querer dizer que estamos a alcançar esse patamar. Se o fizermos o Porto não perde na Luz e não perdendo é campeão.


Como deve atacar esta série de jogos decisivos?

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

A arte de comunicar



Não vou falar da comunicação(?) que o FC Porto tem com os seus sócios e adeptos, não, não vou bater no ceguinho. É outro tipo de comunicação e bem mais complexa.
O futebol actual transformou-se numa industria, a qual também requer um tratamento social/humano ou de grupo, o que sucede dentro de um clube é o mesmo que acontece em qualquer empresa, com as mesma obrigações e problemas, muitos deles causados pela falta de comunicação que existe dentro da sua organização.
O jogo transformou-se num espectáculo, com poucos protagonistas e muitos espectadores, futebol para olhar, o espectáculo passou a ser um dos negócios mais lucrativos do mundo. Que não se organiza para jogar mas sim para impedir que se jogue, a tecnocracia do desporto profissional tem imposto um futebol de pura velocidade e muita força, que renuncia à alegria, que atrofia a fantasia e proíbe a ousadia.



A comunicação dentro do futebol dá-se de maneiras diferentes nos sectores que compõem um clube/SAD; entre os directores e o treinador, o treinador e os jogadores, entre os jogadores, entre todos existe uma mensagem, que, ao percorrer os vários sectores, vai-se deteriorando e cada um procura decifrar essa mensagem com códigos diferentes.

Falar de futebol e de comunicação é um tema complicado, pois o seu sistema de referencia é codificado e realça de maneira eficaz as emoções que contem em si mesmo, a sua própria epopeia, a sua tragédia e a sua comédia.

Esmiuçar os códigos internos de um clube, não é fácil, saber o que é que realmente sucede lá dentro, o que acontece antes ou depois de um jogo, o que há por detrás das discursos dos treinadores, o porquê de alguns futebolistas (em alguns momentos das suas carreiras) não actuarem como tal procurando, isoladamente, a glória efémera.



Uma tarefa difícil nos tempos que correm, onde os treinadores guardam ciosamente as suas estratégias, pois a tecnologia tem evoluído consideravelmente e não querem que os seus adversário conheçam os seus códigos, a sua forma de trabalhar, o relacionamento com os seus jogadores, a técnica, a táctica e inclusive a sua maneira de ser.

No livro “Psicologia do Desporto – Integração/Mente/Corpo – [D.V. Harris e B.I. Harris – 1992] é feito finca-pé no processo de comunicação, o qual implica enviar uma mensagem a alguém ou algum grupo, depois de avaliar o efeito exercido pelo mesmo.


terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Campeonato Nacional da 1ª divisão Hóquei em Patins, 11ª Jornada, Física 3 - 6 FC Porto


Jogo em Torres Vedras contra a Física local comandada pelo treinador/jogador Vítor Fortunato, um dos nomes históricos do hóquei patinado nacional.

Os comandados de Neves entram em jogo com o seu melhor 5, na sua máxima força.

Logo nos primeiros 10 segundos de jogo o Porto chega ao golo por intermédio de Caio, após se isolar aproveitando um "bloqueio" à basquetebol por parte do seu colega Pedro Gil.
Mais um minuto e outro golo desta vez de Pedro Moreira de fora da área, isto com 2 minutos de jogo, permitindo-lhes com a sorte do inicio abrandar o ritmo e controla-lo.



Repete-se o (mau) inicio de jogo da Física como o que aconteceu contra o Benfica.

O arbitro ainda tenta equilibrar os acontecimentos com um cartão azul para Reinaldo Ventura e respectivo livre directo, um absurdo, mas que a ordem das coisas se encarregou de deixar direito não concretizando o atleta da Física

Com a vantagem em 2-0 o Porto relaxa e a Física toma conta do jogo momentaneamente.

18mn para jogar a Física chega ao 1- 2 por intermédio de German Dates.




Mas a resposta da-se em minutos mostrando esta equipa o porque de ser campeoníssima e chegando aos 1 - 3 por Reinaldo Ventura mesmo com a equipa em inferioridade numérica. Mostrando Reinaldo toda a sua categoria ao marcar um excelente golo em queda

Um jogo nesta primeira parte de parada resposta, com as duas equipas abertas à procura do golo.

Chega-se a meio da 1ª parte com o jogo em 3-1 para os comandados do Porto, um jogo agradável de seguir, mas com facilidades para os ataques de ambas as partes por parte das suas zonas defensivas.




Com o Porto este ano a mostrar-se um pouco permeável defensivamente, valendo em algumas ocasiões Edo.

Uma primeira parte com algum equilíbrio ao nível dos remates mas com o Porto a saber manter a vantagem no marcador, com uma arbitragem que tirando o lance em cima referido do livre directo e cartão azul a Reinaldo, pautou-se por alguma regularidade e acerto.


segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

O Fenómeno Desportivo (O Futebol Indígena)





Que me perdoem as senhoras e os elementos do sexo masculino que não perdem muito tempo com estas coisas do reino dos “futebóis” e do desporto em geral, dedicando-se porventura, mais a temas de cultura geral ou de outra ordem de razão preferencial, mas a situação começa a ficar insustentável em termos de tanta polémica de baixa qualidade, de hipocrisia de procedimentos e de inverdades de opinião nos meandros do desporto-rei em Portugal, que entendi por bem proferir alguns considerandos sobre esta matéria.





Todos os anos, nos chamados períodos de defeso dos campeonatos, no mês de janeiro e principalmente no fim de cada ano desportivo, assistimos a trocas de opinião para encher páginas de jornais, no sentido de se passar a regulamentar melhor as leis que regem o futebol indígena no nosso país e a arbitragem em particular. Fazem-se estudos da matéria, promovem-se reuniões, traçam-se orientações a seguir, mas a verdade é que tudo tende a ficar sempre como está, isto é, há em Portugal uma tendência abusiva no sentido do conservadorismo doentio do que está consignado nas leis do desporto, para usufruto direto e desenfreado do poder instalado (sistema) do nosso futebol, e disto não tenhamos qualquer dúvida pois são muitos os indícios que podemos apontar como exemplos paradigmáticos desta constatação.



Os casos do Estrela da Amadora e do velhinho Salgueiros que tiveram de fechar as suas portas, por não terem condições para resolverem os graves problemas financeiros que foram acumulando, ano após ano, por erros sistemáticos de má gestão, e o Boavista por não ter tido na altura força suficiente, estratégia jurídica bem montada e ajudas interventivas importantes para minorar o problema criado, são exemplos paradigmáticos desta morte anunciada do nosso futebol, e certamente que não irão ser únicos na forma dramática e parcial que deram lugar ao desenrolar dos acontecimentos, para mal dos seus apaniguados e apaixonados simpatizantes que pouco ou nada contribuíram para este calvário desportivo dos seus clubes de coração. ...

domingo, 8 de janeiro de 2012

Em análise 14ª Jornada, Sporting 0 - 0 FC Porto




Tropeçar e não cair. Poderá ser assim sintetizada esta actuação do FC Porto em Alvalade.

 Fez-nos perder terreno, fez-nos abrandar o ritmo na perseguição ao objectivo do campeonato, mas ainda não perdemos nada de substancial. Se há algo que se perdeu, foi uma oportunidade de afastar, definitivamente, um concorrente, de instalar o pânico por aquelas bandas, não só no lado verde da segunda circular, mas também no lado vermelho. Falhou-se o objectivo. Não por falta de tempo ou de espaço para preparar o jogo, aliás como já tinha acontecido frente ao Zenit, mas porque faltou ousadia de o ir buscar.





O jogo foi amarrado. Sobretudo, pelo nosso lado. Com dois extremos mais preocupados em serem os primeiros defesas nas laterais e com um Moutinho sem liberdade para se soltar. Já o Sporting, apostava tudo pelos flancos, imprimindo velocidade e verticalidade, mas fragilizando-se pelo centro, onde decide estrear um médio defensivo. Estava dado o mote para um primeira parte morna, com o FC Porto a controlar as operações a meio campo, mas sem capacidade de atacar o ponto fraco do Sporting (o seu médio defensivo) e o Sporting, igualmente, incapaz de decidir pelas alas, onde o FC Porto colocou um verdadeiro bloqueio. O empate táctico mantém-se e só em lances de bola parada se cria perigo no “relvado com areia pintada de verde” de Alvalade.



Seria o intervalo capaz de desfazer este empate? Conseguiria o FC Porto criar perigo na zona 6 do Sporting, obrigando o meio campo contrário a recuar e o FC Porto a esticar jogo pelas alas, mesmo não tendo uma referência no centro do ataque?



Do intervalo veio a mesma solução e acaba por ser Domingos a ser o primeiro a mexer no jogo. Retira o seu ponto fraco no meio campo, mas não consegue elevar o jogo da sua equipa, porque continuava com o problema do médio defensivo por resolver, mas vai provocando maiores desequilíbrios pelas faixas, com Matías a fugir da marcação no centro do terreno. A resposta de Vítor Pereira é pronta, entra James. Um jogador explosivo e imprevisível, mas sai Djalma o que fragiliza o flanco de Maicon. Seria por aí que o Sporting, sobretudo quando Matías descaia no flanco para fugir a Fernando, iria criar maior perigo. Vítor Pereira opta, então, por reforçar o meio campo com Defour, arrumando com qualquer possibilidade do Sporting controlar o jogo. O jog parte-se e quando entra Kléber, para o ataque aos 15 minutos finais, o FC Porto tenta, por fim, colocar o sentido do jogo na direcção da área do Sporting e aproxima Defour do trio da frente. Infelizmente, foi tarde demais para agarrar os 3 pontos.



Análises individuais:


sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

O " Incrível" Hulk






A ideia de escrever uma crónica sobre o Hulk nasce de um anúncio televisivo.
Estava em casa a fazer zapping e no meio duma publicidade vi um anúncio da IZIBUILD.
Pensei para mim mesmo. É ISTO! É ISTO que o HULK não pode ser. 














“Gostaria que ninguém pagasse a cláusula”.


Esta frase foi o soundbyte da entrevista de Pinto da Costa ao Jornal de Noticias.
Este tipo de postura inflexível é óptima para sedimentar a fama de duro negociador mas é, objectivamente, uma mentira.

Não há ninguém na SAD que não gostasse que a cláusula seja activada.
Digo mais. Não há  ninguém na SAD que acredite que alguma vez ela venha a ser activada.
O Hulk neste momento não vale nem 100, nem 90, nem 80, nem 70.

Realço o neste momento porque ele tem potencial para rasgar a barreira dos 50 milhões de Euros.
A diferença entre o Hulk que nos chegou às mãos e o de agora é mais na forma como está mais disciplinado, menos egoísta e mais responsabilizado.


Hoje é muito melhor do que há 3 anos porque encontrou o seu papel na equipa, sabe representá-lo e perde-se menos com pormaiores disciplinares do jogo.
Não me parece que seja ainda um produto acabado.
Não me parece sequer que já tenha atingido o auge da sua carreira. Se atingiu vai ficar a faltar algo. 






Pinto da Costa compara-o muitas vezes a Cristiano Ronaldo.
A comparação é  feliz porque o estilo de jogo de ambos é similar.
Um e outro são uma moeda em que a face da dimensão física rivaliza com a do talento natural.
Um e outro são praticamente imparáveis quando embalados. Um e outro são paráveis quando desperdiçam o embalo.

O Hulk hoje em dia é a estrela da companhia. Qual estrela da NBA, sente que quando as coisas estão difíceis é ele que tem que resolver e é a ele que a bola tem que ser dada.
Mantendo a comparação basquetebolista importa esclarecer que o Hulk não pode ser base.





A ele não se pode dar a bola. A ele tem que se dizer: “Vai buscá-la”.
Ao nosso filho nós damos a bola. Ao nosso cão atiramos: “Vai buscá-la”


O Hulk é um animal (no bom sentido). Tem que ser posto a correr.
Para chegar um dia aos 60,70 e por aí acima não lhe cabe a ele pegar na bola fintar 2 ou 3 e metê-la lá dentro. Isso é coisa de Messi não de Hulk ou Cristiano Ronaldo.
O Hulk pode ter 2,3, ou 4 à frente e passar por eles sem que o tenha que fazer com a bola nos pés. Havendo espaço nas costas ponham o Hulk a correr sem bola, deixem-no embalar e não há 2, 3 ou 4 que cheguem lá primeiro.

Se o Hulk joga em corrida sem ter que começar a passo é intratável.
O golo que ele marca em Moscovo ao Spartak ilustra essa evidência. 
O problema do estilo de jogo do Hulk coloca-se quando joga na sua posição natural.
Hoje em dia o problema é outro e mais grave. Querem fazer dele poste.
Ora, se o Hulk não é base, poste muito menos.

Pior do que dar o Hulk o papel de organizador é o de espectador.
Tirar relvado ao Hulk é como comprar um Ferrari e ir viver para a ilha do Corvo com ele.

O Hulk só pode ser 9 no Porto em 1 de 3 circunstâncias:

- Todos os pontas de lança estarem lesionados ou, se disponíveis, serem medíocres (não é o caso)
- No decorrer do jogo o Porto fica reduzido a 10 (Exemplo: Besiktas – Porto)
- O Porto encare uma partida com a convicção que vai ter pouca bola e que é inferior ao adversário (Exemplo: Barcelona – Porto)  




Há anos que o modelo de jogo do Porto é o 4-3-3.
Jogamos com 2 extremos, o que possibilita uma melhor ocupação de todos os espaços do terreno.
A vantagem deste modelo advém da coerência do mesmo. Há lugar a dinâmicas como a do Álvaro a fazer o corredor ou dos 2 médios poderem ter papéis mais ofensivos num jogo ou mais defensivos noutro sem que se ponha em causa o dispositivo táctico da equipa.





Nas linhas da equipa há 2 peças centrais solitárias. Fundamentais.

Se o Rolando tem o seu parceiro e o Moutinho também na linha do Fernando é só  ele.
Na linha do 9 também.

O modelo 4-3-3 albergando dinâmica e estimulando a polivalência precisa de coerência e de um fio condutor.

Essa coerência consegue-se pela exigência do 6 e do 9 serem jogadores mais posicionais. Um dos defeitos do Kleber quando aparece a titular no Porto foi a excessiva vontade que o levava a correr a tudo e a todos e a querer desposicionar-se tamanha era a fome de bola.
Um 6 e um 9 têm que ser pacientes, mordedores.
Têm que ser tão bons com bola como sem ela. Não é suposto nem desejável que ganhem as estatísticas de quilómetros corridos.
Não é suposto que sofram quando se isolam do jogo. Têm é que estar prontos para actuar.
São os únicos que podem tocar na bola residualmente e serem dos melhores em campo.

A forma como o Moutinho defende ou pressiona é em função de quem ele sabe que está atrás. Se “conduz” o adversário driblador para a ratoeira Fernando ou se o convida a ir para ala.
As opções que o Álvaro tem quando sobe são maiores se há a noção de um 9 posicional.

O cruzamento atrasado não deve ser um Plano A sem alternativa.

Os 6, como o 9 são referências no nosso modelo de jogo. São pilares da nossa casa. 
O Hulk nasceu para participar no jogo. Para desiquilibrar o jogo.
Para dar golos ao Varela como nos jogos com o Benfica e Braga no Dragão.
Para dar golos ao Falcao como no jogo com o Villareal.
Não nasceu para ser paciente. Para sofrer. Para estar sem bola 5 minutos e quando ela chega a devolver de pronto para se reposicionar no habitat do ponta de lança.
Colocar o Hulk a 9 no modelo Porto 4-3-3 é achar que o Red Bull do Vettel ganha o Rali da Falperra.
É desperdiçar a possibilidade de rentabilizar estratosfericamente o passe de um talento.
É sonegar à equipa, nos 90 minutos uma mais-valia fortíssima. 







Quando um dia algum comentador iluminado se lembrou de dizer que jogar sem avançado era óptimo porque tirava as referências aos centrais nunca imaginou que essa frase perduraria pelos tempos. É utilizada hoje de forma massiva sempre que se pretende explicar o inexplicável. 
Se o Porto tem ganho em Coimbra no jogo da taça algum comentador se teria lembrado de inventar uma nova máxima: “Não rematar à baliza na 1ª parte é positivo porque o Guarda-Redes adversário é apanhado a frio na 2ª”
  






Pergunta ingénua: Será que um modelo de jogo de anos, maduro não sofre com a perda dessa referência? 


Será que referência por referência somos nós que ficamos a perder?

A perturbação no jogo do Igor Pita, do João Guilherme e afins por falta de referência compensa a perturbação por ausência de referência no jogo do Belluschi, do James, do Alvaro? No jogo do Porto? 

Eu se jogar xadrez com o Kasparov não me importo de perder a minha Rainha se ele perder a dele. Não me importo de perder as Torres, os Bispos e os Cavalos se ele também ficar sem eles.
Sou capaz de eliminar todas as minhas referências ao limite. Fica um Rei para cada um.
Faço-o porque a politica de terra queimada me convém.
Quanto mais caótico e desorganizado for o jogo melhor para mim. Porque sou mais fraco e porque quero desestruturar a força dele. 
Sem ser crente acredito que é possível desorganizar as defesas adversárias sem que isso se faça à custa da nossa própria desorganização.

Já tivemos experiências repetidas nesta época que demonstram que os adversários ganham com anaquias tácticas. Com a desestruturação do modelo.

O 6 móvel em que o Fernando era dispensável morreu. Bendita morte. 





Sábado vamos jogar com o Hulk a 9. É óptimo porque os centrais do Sporting não têm pernas?
Só é óptimo se o Domingos for burro. Ele não vai jogar com a equipa tão subida como tão bem fez na Luz. Ele sabe onde o Hulk é perigoso e o Cardozo não.
Eu preferia ver o Hulk a demolir pela ala (lembram-se daquele golo na Taça?).
A passar por cima do Insua e cortar a direito na direcção do americano que não saberia se ficava com a “referência” Kleber ou se ia apagar o incêndio Hulk. 



O Hulk é um animal. Tem um motor imenso que não pode ser enclausurado em meia dúzia de metros quadrados com uma cerca à volta. 



Percebem o anúncio?


Por: Walter Casagrande
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