À medida que o mundial de futebol do Brasil avança, sucedem-se grandes jogos, golos espetaculares e muita emoção, este mundial não é um exemplo de primor em termos organizativos e logísticos pois muitas falhas ocorreram, no entanto em termos de qualidade nos espetáculos proporcionados dentro das quatro linhas está a ser um grande mundial.
À exceção do Varela, Defour e Reyes os restantes jogadores do FC Porto neste mundial estão a dar boa conta do recado e a demonstrar imensa classe, quem te viu e quem te vê Herrera! Onde andaste este tempo todo?
Talvez surpresa para alguns, mas não para mim, o James Rodriguez arrisca-se a ser uma das grandes figuras do mundial! Que golos tem feito como tem jogado e feito jogar a sua seleção! Como seria bom se ainda fosse “nosso”.
É um jogador claramente acima da média, mágico, e com algo que muito admiro e é difícil encontrar nos jogadores da atualidade: humildade e disponibilidade para ser um jogador em prol do coletivo. Isto para não mencionar a impressionante maturidade que denota apesar da sua juventude. Feliz deve andar o Mónaco por ter esta “pérola”!
No entanto apesar do entretenimento que o mundial está a proporcionar, “aquela” nostalgia, aquele sentimento bem Português chamado “saudade” bate fundo no meu coração azul e branco, tenho saudades de ver-te em campo FC Porto!
Sei que já falta pouco, isso anima-me, tal como um jovem apaixonado espera impaciente por um próximo encontro com a sua amada, estou impaciente pelo teu regresso FC Porto! Conto os dias com impaciência.
Neste momento de muitas indefinições e incertezas no plantel final que o FC Porto terá para 2014/2015, surgem vários sinais positivos que estamos no bom caminho. Como por exemplo, a contratação de Bruno Martins Indi (a confirmar após o mundial), Óliver Torres (dizem que é craque mas tem apenas 19 anos não lhe peçam o mundo!), Evandro e outras movimentações de mercado.
Veria com bons olhos a inclusão do Rolando no plantel caso não seja negociado pelos valores que a SAD espera, naturalmente que isso só fará sentido se o Mangala sair, o que parece ser apenas uma questão de pouco tempo até ser anunciado.
Há vários “excedentários” para o meio campo que provavelmente serão emprestados ou vendidos, pois não me parece que tenham atingido o patamar exigível para a sua permanência no plantel principal do FC Porto: Josué, Carlos Eduardo, Defour (não convenceu por completo merece outra oportunidade ou deverá ser vendido?).
Questiono-me que futuro terão o Varela e o Kelvin no setor mais avançado? Tudo dependerá se a SAD avançará para a contratação de extremos. Tudo indica que sim, tendo em conta a diversidade de nomes avançados como potenciais reforços relativos a atletas que jogam a extremos (quase todos Espanhóis). Não me choca a continuidade do Varela e o Kelvin embora prefira ver “sangue novo e poder de explosão” nas faixas laterais atacantes do FC Porto.
É polémico o que vou escrever, mas faço-o à mesma, quero que o Quaresma saia, pode fazer as declarações de Portismo que quiser e prometer morrer pelo Clube, não me convence, é individualista, convencido, tem um ego difícil de lidar e perde a cabeça com facilidade. É um problema em vez duma solução. Talvez o novo treinador consiga “moldá-lo” e transformá-lo num jogador “novo” de extrema utilidade, espero que sim caso a SAD opte por mantê-lo.
O fato da SAD aparentemente andar no mercado por um trinco para substituir o Fernando, laterais, extremos e talvez um avançado (dependendo da continuidade ou não do Jackson), parece indiciar que esta nova época está a ser levada muito a sério e as reais lacunas do plantel estão a ser tratadas no sentido de serem resolvidas.
É bom que assim seja pois a tendência será levar novamente o clube do regime ao colo rumo ao bicampeonato de forma a criar o “novo ciclo” que muitos anseiam neste retângulo à beira-mar plantado. Nem vale a pena ter ilusões pois será essa a tendência.
Embora saia do âmbito do título desta crónica, não poderia deixar de expressar o meu enorme agradecimento e gratidão aos valorosos atletas veteranos do FC Porto Vintage que venceram o Real Madrid recentemente na final da Liga Fertiberia. Que orgulho! Que demonstração do que deve ser um atleta do FC Porto! Obrigado! Mil vezes obrigado!
É pena que estes atletas do FC Porto Vintage já não façam parte do plantel principal, demonstram que quem sabe não esquece, espalham a “magia e perfume” do seu futebol nos mais ínfimos pormenores, respiram futebol, tornam o que parece difícil em fácil. Dá gosto vê-los jogar! Certos jogadores deveriam ser eternos!
Então até ao dia 3 de Julho de 2014 onde o sonho começa, as sementes de novas conquistas começam a ser lançadas e o novo ciclo vitorioso a ser preparado …
Foi uma equipa com misto de nostalgia que ontem subiu ao sintético do Dragão Caixa para disputar a final da Liga Fertibéria com o Real Madrid. Um FC Porto com mística, capacidade de luta e sofrimento, e com muitos mas muitos momentos de arte e magia.
Jogadores como Fernando Gomes, Rui Barros, Capucho entre outros, superiormente orientados por João Pinto entraram em campo para fazerem as delicias dos muitos Dragões que enchiam quase por completo o pavilhão.
Como quem sabe nunca esquece, foi um regalo para os mais novos e mais graúdos ver como craques de outrora ainda jogam como se estivessem no activo, e com uma vontade de vencer que fizeram deles campeões tanto de outrora como de hoje, transportando quem viveu por dentro esta geração para o ambiente do saudoso Estádio das Antas onde glórias, vitórias e momentos mágicos são para lá do imaginável!.
Capitaneados por Fernando Gomes, os atletas Azuis e Brancos entraram em campo praticamente a sofrer um golo adversário. Mas as pronta reacção Portista não deixou a equipa Merengue avolumar o resultado, para isso também contou com um Rui Correia a um nível brilhante!
Na frente Rui Barros e Capucho encarregaram-se de vergar os espanhóis ao peso da sua categoria! Ora marcando ora assistindo, as duas glórias Azuis e Brancas iam desmontando a equipa Merengue, liderando praticamente o resultado até final, obrigando os atletas do Real Madrid a usarem estratagemas tácticos a roçar a violência.
Respondendo com classe há provocação espanhola o FC Porto acabou por ganhar o jogo por 12- 9 com momentos de futebol espectáculo e golos para todos os gostos e feitios, com destaques para o já citado Rui Barros e Capucho a construir ou marcar e na solidez defensiva de Fernando Couto e Pedro Emanuel, ainda uns magos da arte de bem jogar futebol!
Foi um espectáculo bonito de se ver, com um público constituído por muitos jovens a quem os exemplos vindos dos mais velhos ensinam a mística e paixão Azul e Branca, que por vezes parece arredada das equipas de futebol actual...
FICHA DE JOGO
FC Porto-Real Madrid, 12-9
Liga Fertiberia, final
28 de Junho de 2014
Dragão Caixa, no Porto
FC PORTO: Rui Correia, Fernando Couto, Pedro Emanuel, Rui Barros e Fernando Gomes (cap.)
Jogaram ainda: Capucho, Pedro Mendes, Mário Silva, Maniche e Bino
Treinador: João Pinto
REAL MADRID: José Martin-Delgado, Amavisca, Velasco (cap.), Belenguer e Iván Pérez
Jogaram ainda: Tote, Miguel Palencia, Fernando Morán, Jorge López e Luis Cabrera
Tenho observado e refletido acerca das movimentações e notícias que têm vindo a público sobre a era “Julen Lopetegui” no FC Porto. Em particular, sobre as possíveis saídas e entradas no plantel de futebol sénior.
Vejo nomes como Camacho, Sergi Roberto, Moreno, Óliver Torres (aparentemente quase garantido), Morata, Tello, Suso, Rotman, Raúl Jiménez, Ibarbo, Bruno Indi, Nacho, e tantos outros ventilados pela comunicação social na sua grande maioria associados a grandes clubes espanhóis, e alguns relativos a clubes de menor expressão no país vizinho e de outros países europeus.
Questiono-me a ser verdade que estes nomes estão a ser ponderados, se a condição financeira atual do FC Porto permite considera-los como “alvos realistas”, haverá folga financeira para fazer contratações com este tipo de perfil? Especialmente jogadores oriundos dos grandes clubes de Espanha que terão elevados vencimentos e o seu passe custará algo que raramente o Clube está disposto ou capacitado em desembolsar.
Os últimos resultados financeiros divulgados pela FC Porto SAD são alarmantes, o prejuízo ascende os 30 milhões de euros, entretanto o Clube contraiu um novo empréstimo obrigacionista de 20 milhões de euros, e terá provavelmente recebido o valor relativo ao contrato com a nova marca que equipará as modalidades do Clube, a Warrior.
Entrou dinheiro fresco, e pelo que consta (não foi desmentido oficialmente pela FC Porto SAD), o Clube tem compromissos imediatos com a banca de 30 milhões de euros (a saldar já neste Verão) pelo que tem urgência na realização de mais-valias financeiras.
O contexto financeiro atual da FC Porto SAD obriga a vender novamente as “joias do plantel”, pelo que é mais que provável que os eleitos sejam Fernando, Mangala e Jackson, por aparentemente serem aqueles que mais mercado têm disponível.
O drama não são as vendas a que nos habituamos todos os anos, infelizmente o FC Porto é um clube vendedor e dificilmente consegue manter os seus melhores atletas quando estes começam a brilhar e a “piscar o olho a outros clubes com maior poderio económico”. O que poderá trazer problemas será caso nenhum dos pedidos que o atual treinador fez à FC Porto SAD conhecerem um desfecho positivo (especialmente aqueles atletas que ele considera essenciais para a construção da equipa que idealizou).
Será que Lopetegui compreende o contexto financeiro do clube, terão os dirigentes do FC Porto explicado e colocado o treinador ao corrente da realidade do Clube, para que este perceba “com que linhas se coserá”?
Se calhar não há razões para preocupação ou alarmismo, no entanto é pertinente questionar se realmente todos no Clube estão em sintonia e têm os pés bem assentes na terra, e assim serão evitados mal entendidos, desilusões, frustrações ou desgastes desnecessários.
Recordo-me aquando da passagem do técnico Co Adriaanse pelo FC Porto, quando este pediu com insistência o avançado Hesselink, que a direção não lhe fez a vontade, por não poder ou não querer. O treinador amuou e demonstrou em algumas conferências de imprensa uma atitude que caiu muito mal na direção Portista e até aos adeptos. O clima de rutura entre as partes envolvidas foi inevitável, felizmente para o FC Porto o holandês deixou um campeonato nacional como legado.
O que espero é que Julen Lopetegui consiga tirar o melhor rendimento do plantel que terá ao seu dispor em 2014/2015, e naturalmente tenha matéria-prima para poder construir uma equipa forte, competitiva, que pratique bom futebol e chame os adeptos de volta ao Estádio do Dragão (com as bancadas cada vez mais vazias nos últimos tempos), e incontornavelmente consiga qualificar a equipa para a Liga dos Campeões e ser campeão nacional. Considero o anterior o mínimo que deverá ser exigível ao novo técnico.
O fato de estar e decorrer o Mundial de Futebol no Brasil não permite uma definição clara de certas situações pelo que teremos de ter paciência e aguardar pelo desfecho da prova, e assim o FC Porto poderá “arrumar a casa em definitivo” e iniciar a preparação da nova época a “todo o gás”.
Faleceu o nosso Presidente da Assembleia-geral Sr. Dr.
Fernando Sardoeira Pinto que foi um baluarte do FC Porto desde de
1982,implusinou a candidatura do Sr. Jorge Nuno Pinto da Costa á presidência do
clube e contribuiu para o crescimento ou desenvolvimento do nosso emblema em
diversas vertentes, com imensa humildade ou seriedade, pois para este grande
Senhor e Homem em primeiro lugar esteve sempre o nosso clube o qual serviu com
alma, coração, paixão, persistência, generosidade e desinteressadamente. Muito
Obrigado por tudo que fez e deu ao F. C. Porto caríssimo Sr. Dr. Fernando
Sardoeira Pinto, jamais o esqueceremos, que descanse em paz e aos seus
familiares ou amigos enviamos os nossos sentidos pêsames.
Em Outubro de 1492, quando Colombo pisou as Américas, a mando de Castela, estava descoberto o Novo Mundo, pelo menos, de forma oficial (e assim evito polémicas!).
Nesse Novo Mundo, por entre a secura do Nordeste brasileiro, no estado da Bahia, havia uma terra rica em água e vegetação. O baptismo dessa terra faz justiça a esse oásis: Mundo Novo.
É neste Mundo Novo localizado no Novo Mundo de Colombo que nasce Fabiano Freitas, a 29 de Fevereiro de 1988 (faz anos no seu dia de nascimento de 4 em 4 anos). A sua infância é passada na fazenda dos pais, juntamente com os seus dois irmãos. Aos 13 anos vai estudar para a cidade de Mundo Novo e é aí que inicia o seu percurso no futebol.
Começa no futsal, mas rapidamente, passa para as balizas de futebol. É uma atracção primordial, como diz Fabiano: “Sempre adorei voar, agarrar a bola e cair. Apaixonei-me pela posição de guarda-redes ainda menino e é uma relação para toda a vida. Adoro ser guarda-redes”.
O ainda menino, em corpo graúdo (sempre foi muito alto), começa a chamar a atenção. Em 2003, com 15 anos de idade, dá um passo decisivo na sua carreira. Dois olheiros levam-no a testes ao Sport Social Independente em Cruz das Almas, estado da Bahia. Fabiano é imediatamente aceite e o menino estabelece uma meta: ser profissional de futebol. Dura só três meses no Independente, que disputa o campeonato Baiano. António Almeida da Cruz, empresário de futebol, detecta o talento precoce de Fabiano, vence a resistência materna e com o apoio paterno, leva o menino de 15 anos para São Paulo.
Esta nova aventura leva-o à cidade de Americana no estado do São Paulo. Após um curto período de testes, assina pelo Rio Branco EC integrando a equipa Sub-17 com 15 anos de idade. Para singrar, Fabiano sofreu. Em três anos só visitou a terra natal por três vezes, vivia num hotel, treinava duas vezes por dia e estudava à noite. Além disso, começou trabalho físico específico. Nas palavras de Fabiano: “Sempre fui dos mais altos, mas era magro, demasiado magro. Tive de reforçar a massa muscular nos últimos anos e atingi um bom nível”.
Em 2007, todo o esforço compensou. O Rio Branco disputava o Paulista Sub-20 com as grandes equipas do estado de São Paulo. O Rio Branco sagra-se vice-campeão, muito à custa das exibições e das defesas impossíveis do menino de Mundo Novo. Tal era o seu desempenho, que ganhou a sua primeira alcunha: “Sobrenatural”!
O São Paulo FC não deixou escapar a pérola e oferece-lhe um contracto de 4 anos e integração imediata no quadro profissional do clube.
A tarefa era gigantesca. Pela frente o ídolo de Fabiano e um mito São Paulino: Rogério Ceni. Para além de Ceni, existiam outros guarda-redes de valor como Denis e Bosco. Fabiano trabalha duro no Centro de Treinos da Barra Funda e ganha a alcunha de Mondragón (“Dragón” será coincidência?) pelas semelhanças físicas com o guarda-redes Colombiano. Em 13 de Outubro de 2007 estreia-se pelo São Paulo frente ao Fluminense, com 19 anos de idade. O Tricolor Paulista empata no Maracanã e só não perde porque Fabiano defende um penalti (ver vídeo abaixo) na estreia! Nova coincidência? Logo no ano de estreia no São Paulo, Fabiano é campeão Brasileiro!
Mesmo com uma estreia de arromba no maior palco de futebol do mundo, Fabiano não soma mais jogos nas duas épocas seguintes. Segue-se a via-sacra dos empréstimos para que o talento não fique parado tanto tempo. Começa pelo modesto Toledo do Paraná. No ano seguinte, vai para o Santo André de São Paulo. É vice-campeão Paulista, mas não consegue ser titular no modesto clube Paulista. Na segunda metade da época, vai para o América de Natal para disputar a série B Brasileira. Alterna entre a titularidade e a suplência.
O contracto com o São Paulo tinha chegado ao fim e o caminho continuava tapado por Ceni e companhia. Fabiano optou por outra aventura. O destino escolhido? O Velho Mundo!
O menino de Mundo Novo chega a Olhão. Na Olhanense agarra a titularidade de imediato, relegando para o banco Ventura, guarda-redes emprestado pelo FC Porto. Fabiano ganha logo destaque.
Não é comum ver em Portugal um guarda-redes de 1,97m e 90kg com tanta agilidade. Mas o cartão-de-visita iria ser entregue frente ao campeão FC Porto. A 5 de Novembro de 2011, a Olhanense recebe o FC Porto. O jogo é amarrado, mas o FC Porto carrega e Fabiano tudo defende. O momento do jogo é logo ao quarto minuto, a frio! Penalti para o FC Porto e Hulk para a cobrança. Fabiano defende, mas pior, defende a recarga também, novamente por Hulk (ver vídeo abaixo). A Olhanense trava o FC Porto e obriga a um frustrante 0-0, mas este Mondragón seria transformado em nosso Dragão em breve! O assédio a Fabiano começa logo no mercado de Inverno e os pretendentes abundam, dentro e fora de portas.
No final da época, Fabiano assina pelo FC Porto. A ideia inicial seria cumprir mais um ano em Olhão por empréstimo, mas a decisão estapafúrdia de acabar com os empréstimos entre clubes da primeira liga força a antecipação da chegada de Fabiano ao Dragão. Fabiano aproveita a oportunidade e soma boas exibições na pré-época. Quando a decisão sobre os empréstimos é revertida, quem segue para Olhão é Bracalli que já tinha perdido o segundo posto da baliza para Fabiano.
Segue, agora, a carreira do monDRAGÓN de Mundo Novo no Dragão.
A análise ao jogador:
Fabiano é um guarda-redes com características físicas raras. Alto e corpulento, não é um guarda-redes pesado, mas bastante elástico e de reflexos felinos. Sabe usar todo o seu corpo para ocupar o máximo de baliza possível e não tem receio de meter o corpo, mesmo em situações de maior perigo. Debaixo dos postes é um guarda-redes de elevado potencial. Pela área de abrangência e pela rapidez de reflexos.
Há áreas técnicas que precisam de ser trabalhadas. Fabiano precisa de agarrar mais as bolas que defende. Garantir, assim, que o lance termina ali e que a posse de bola está devolvida à sua equipa. Precisa, também, de melhorar a sua saída dos postes e o seu jogo de pés, aspecto fundamental num guarda-redes moderno, como pode constatar em Helton.
A ideia de empréstimo, inicialmente considerada aquando da sua contratação, permitiria somar tempo de jogo e ir mitigando as suas imperfeições, mas a qualidade de Fabiano impôs-se na pré-época. Ainda assim, a situação actual pode ser benéfica. Fabiano trabalha num quadro técnico mais exigente e pode ir somando minutos nas três competições nacionais e em alguns jogos da equipa B.
Potencial há. Resta o trabalho, mas o menino de Mundo Novo nunca virou a cara à luta.
DADOS PESSOAIS:
Nome: Fabiano Ribeiro de Freitas
Nacionalidade: Brasil
Nascimento: 1988-02-29 (24 anos)
Naturalidade: Mundo Novo (BA) - Brasil
Posição: Guarda Redes
Pé preferencial:Direito
Altura:197 cm
Peso: 90 kg
Clube: FC Porto Portugal
Contrato: 2016/06 (Cláusula rescisão 30.0 milhões EUR)
Assisti com grande tristeza ao último fracasso da época da equipa de hóquei em patins do FC Porto. Nada fazia prever ao longo desta época um final tão amargo, embora existisse alguma irregularidade exibicional a situação pareceu sempre controlada, e o título a dada altura parecia que não fugiria.
Entretanto estranhamente a equipa cedeu pontos onde e quando era proibido e o resultado foi o que se viu. Na final europeia a equipa voltou a demonstrar fraqueza, e cedeu novamente. O culminar do calvário foi a derrota estrondosa na final da taça de Portugal contra o clube do regime.
E como assenta que nem uma luva o epíteto “clube do regime”! Não vou analisar a vergonhosa arbitragem desse jogo, a escolha do árbitro e a “coincidência” de arbitrar o jogo da véspera e um jogo muito polémico (outro roubo de Catedral!) que dera o último título aos da capital, assim como a rápida decisão do órgão disciplinar da modalidade em reunir para despenalizar um jogador adversário.
A verdade desportiva daquele lado reduz-se sempre ao mesmo, envolve-se numa densa cortina de fumo necessária para nos bastidores manipular tudo e todos de forma a alcançar o fim desejado. Sendo o clube do regime e segundo dizem por aí da maçonaria também, não será de estranhar os longos e asfixiantes tentáculos “deste polvo”.
Voltando ao hóquei propriamente dito, encontro uma semelhança com o que assistimos no futebol sénior do FC Porto, onde no momento das grandes decisões a equipa falhou e perante o mesmo adversário, nas duas modalidades curiosamente com arbitragens no mínimo desastradas com influência no resultado.
O atual treinador do hóquei Tó Neves vê o seu espaço e margem de manobra reduzidos agora, após “perder dois anos seguidos para o b*****a” conforme já ouvi da boca de Portistas, os dois anos contabilizam a final europeia perdida em casa (de difícil digestão para todos nós) e a taça de Portugal recentemente. Surgem cada vez mais vozes a pedir o regresso do Franklim Pais ao comando do hóquei.
Causa-me alguma confusão como é que os nossos atletas são tão perdulários na hora de finalizar, seja no futebol ou no hóquei, parece que certos lances não são devidamente ou suficientemente treinados, dado verificar-se que certos “falhanços” repetem-se para nosso desespero!
Dizem por aí “com o Franklim nada disto tinha acontecido, era impensável perder com o b*****a duas vezes de seguida”. Não tenho uma bola de cristal pelo que não posso e obviamente ninguém poderá assegurar tal como garantido.
No entanto, não será descabida a ideia de renovar o comando técnico da equipa de hóquei que evidenciou falta de concentração, de controlo emocional e disciplinar em momentos chave da época e fraquejou humilhantemente frente ao grande rival.
Naturalmente que a arbitragem e a federação ajudaram a “inclinar o ringue”, mas não devemos perder a capacidade de autocrítica e reflexão sobre o que está menos bem na modalidade de forma a alterar o estado das coisas e voltar à senda das vitórias.
As coincidências com o futebol sénior não ficam pelo descrito nos parágrafos anteriores, nota-se há 3 anos a esta parte um claro desinvestimento na formação do plantel, com inevitável perda de qualidade e competitividade. Poderão argumentar como é que é possível falar em desinvestimento quando nas duas últimas épocas atingimos finais europeias, é um certificado de qualidade do plantel por si só.
É uma convicção pessoal que as saídas das maiores estrelas do plantel da equipa de hóquei não foram devidamente nem plenamente compensadas, embora nestas coisas exista sempre uma grande dose de subjetividade.
Compare-se quem saiu e quem entrou para compensar cada saída, e o desempenho do atleta que abandou o clube em relação ao do que o veio render, conforme é tido como incontornável na sabedoria popular “os números não mentem”.
Provavelmente outro fator com enorme peso em alguma falta de serenidade dos atletas do hóquei, é a questão dos ordenados em atraso que tem de ser resolvida com urgência e não deve repetir-se. É inaceitável que no FC Porto exista este tipo de situações, a conjuntura económica não pode justificar tudo, embora seja compreensível que causa grandes dificuldades.
É necessário recuperar “A Chama” no futebol e no hóquei em patins seniores, pois derrotas perante o maior rival deixam sempre sequelas, e a falta de concentração, de combatividade e de controlo emocional que pudemos assistir são muito preocupantes e claros indícios que algo não está bem.
Este Clube sempre soube reorganizar-se e sair fortalecido nas derrotas renascendo das “cinzas” qual Fénix, resta-nos ser capaz de fazê-lo novamente. Naturalmente que existirá muita propaganda à “superequipa da capital” que pratica um futebol “do outro planeta”, e tentativas de desestabilização da comunicação social lacaia do regime, resistamos heroicamente e trabalhemos em silêncio com afinco para no momento certo destroná-los impiedosamente.
Vêm aí as férias de Verão, e com ela a tão estimada “silly season” que em muito tem contribuído para o “anedotário nacional”. Que este período seja sábio conselheiro para os dirigentes do clube não só do futebol e do hóquei, mas de todas as modalidades do Clube, para que tenham a competência, arrojo e sabedoria de saber preparar devidamente a próxima época desportiva rumo a novos sucessos e conquistas.
Boas férias e bom descanso a toda a família Portista e bom mundial! Não vou de férias mas pareceu-me bem expressar o desejo acima …
Com a baía de Guanabara como fronteira, São Gonçalo espreita para o Rio de Janeiro na margem errada. Tão perto e tão longe. É em São Gonçalo que Helton começa a botar os olhos para as belezas da baía de Guanabara e para a ponte Rio-Niterói como o cordão umbilical que liga os seus sonhos de menino ao futebol de gigantes do Rio de Janeiro.
Aos 6 anos, Helton começa a jogar futsal no bairro de Alcântara em São Gonçalo num clube chamado Marajoara. O ala direito não mostrava muita vontade para correr e o talento com o pé era suficiente, mas não deslumbrava. A solução que restava era testar as mãos, poderia ser que os membros superiores fossem mais abençoados. A baliza, para Helton, foi como violão afinado. Só podia sair bom samba.
Com 11 anos festejados, Helton começa a atravessar a ponte Rio-Niterói para perseguir o seu sonho de menino: tentar a sua sorte nos testes dos grandes clubes cariocas. Começa pelo clube das Laranjeiras. O teste do Fluminense é superado com distinção, mas o centro de treinos do Fluminense, em Xérem, era distante demais para as possibilidades económicas da família. Helton experimenta a crueza da sua condição. Adia o sonho, mas não desiste.
De “flu” para “fla”, Helton ruma a testes no Flamengo, que tem um CT mais próxima da sua residência. Mais uma vez, Helton é aprovado. O CT da Vargem Grande é mais acessível, mas o destino volta a fintar a perseverança de Helton. Num momento de lazer, Helton cai de uma árvore e forma um coágulo no cérebro. A única forma de recuperar é repouso absoluto, o que implica abdicar da oportunidade que tinha conseguido no Flamengo.
Recuperado de mais um tropeço da vida, Helton volta à luta. Desta vez, o alvo escolhido é mais modesto.
Helton tenta a sua sorte no São Cristóvão, um clube carioca situado logo na saída da ponte Rio-Niterói. É um clube com muita história na formação e Helton volta ao trilho do sucesso. Num jogo contra um dos gigantes do Rio, Helton brilha. No fim do jogo surge o convite desse clube: um teste no Vasco da Gama. Ao Vasco já tinham chegado as indicações de Dias, seu antigo colega de futsal, mas a exibição frente ao Vascão é decisiva. No clube de São Januário, Helton é, de novo, aprovado. À terceira seria de vez. Com a Cruz de Malta ao peito, Helton, aos 15 anos de idade, é integrado na equipa júnior de um dos gigantes do Rio de Janeiro. Finalmente, a baía de Guanabara já não é uma fronteira.
Helton continua a sua evolução no Vasco da Gama e em 1997 é convocado para representar a selecção brasileira no Mundial de Sub-20, onde foi suplente. A carreira de Helton já estava no trilho certo. Um ano depois, após uma brilhante campanha na Copa São Paulo (o mais prestigiado torneio Sub-20 interclubes brasileiros), onde leva o Vasco da Gama ao segundo posto, Helton é integrado em definitivo no plantel profissional.
Helton sobe ao escalão profissional do Vasco da Gama como quarta opção para a baliza. Debaixo do espectro de ser emprestado para ganhar tempo de competição, Helton vai aguentando-se no plantel do Vasco. O guarda-redes titular do Vasco – Carlos Germano – arrasta um problema contratual com a direcção do clube cruzmaltino e começa a ser afastado da equipa principal. As oportunidades dadas aos outros guarda-redes do plantel revelam-se desastrosas e Helton vai subindo na hierarquia. A meio da temporada, Helton que começara como quarta opção, era já suplente de Carlos Germano, que ainda mantinha o braço de ferro com a direcção vascaína. No fim da época e com o Mundial de Clubes da FIFA à porta, Carlos Germano é transferido para o Santos, abrindo a janela de oportunidade para Helton. Helton agarra a oportunidade e mostra personalidade e firmeza na baliza. Vasco é vice-campeão Mundial, mas ganha um guarda-redes.
Para enfrentar a temporada de 2000, já não existiam dúvidas de quem usaria a número um do Vasco. Na época de estreia com a responsabilidade da titularidade, Helton conquista a Brasileirão e a Copa Mercosul. Havia nascido um novo ídolo em São Januário! Como cereja no topo do bolo, Helton é convocado para os jogos Olímpicos e é titular.
Helton manteve a titularidade da baliza do Vasco por mais dois anos, até que, o não acordo de verbas na renovação do contracto levam-no a aventurar-se a atravessar o Atlântico. Helton chega a Leiria para representar o clube local. Na época de estreia, é peça fundamental na carreira do clube da cidade Lis na disputa da Taça de Portugal. A União de Leiria chega à final, onde enfrenta o FC Porto. Nem Helton parou os Dragões, mas o seu destino ficaria selado.
Manteve-se em Leiria por mais duas épocas, sempre em grande nível, até que, finalmente, chega ao Dragão para pegar no ceptro de Vítor Baía.
A transição é suave e progressiva. Helton e Baía coincidem no FC Porto por duas temporadas. Na primeira, Helton é mais suplente que titular, mas na segunda temporada já é ele o dono da baliza. Com a chegada ao FC Porto, Helton começa a ser convocado para selecção principal brasileira. Em 2007, é um dos guarda-redes escolhidos pela canarinha para a Copa América. O Brasil é campeão e Helton soma mais um título. Ainda assim, Helton não consegue sedimentar um lugar na baliza brasileira, onde há um corrupio de guarda-redes a tentarem firmarem-se nessa posição. À selecção só voltará nas eliminatórias para o Mundial de 2010, mas ficará de fora da convocatória final para o torneio na África do Sul. Ao todo, soma 13 internacionalizações pela Selecção Brasileira.
No FC Porto, Helton conta já oito temporadas e com a excepção da primeira, sempre manteve a titularidade. Em oito anos, soma seis Campeonatos, quatro Taças de Portugal e cinco Supertaças. O ponto alto é em Dublin, onde conquista a Liga Europa frente ao Braga. Hoje, Helton é um dos esteios do clube e capitão.
De violão na folia ou de luvas no ofício, sempre um sorriso do tamanho da baía de Guanabara.
A análise ao jogador:
Helton é um guarda-redes moderno. Hábil com a bola nos pés e incisivo na reposição da bola em jogo. Grande parte do destaque que ganhou quando subiu à titularidade no Vasco da Gama e no FC Porto deve-se à sua capacidade de lançar contra-ataques. Estas duas características tornam Helton um guarda-redes diferenciado dos demais e cativante para o espectador. É um guarda-redes que tem capacidade de participar nos momentos ofensivos da equipa. Uma raridade.
Autoritário quanto baste no jogo aéreo na sua área, Helton possui bons reflexos e uma técnica sólida. É raro vê-lo largar uma bola.
É um líder e sempre disponível para motivar e orientar a equipa. É um reflexo da pessoa alegre que é. Mas no outro lado da moeda, tem tendência a dispersar-se, o que já o levou a ter alguns dissabores em jogos decisivos, no FC Porto e na sua selecção.