terça-feira, 25 de abril de 2017

Liberdade?



Liberdade?

Hoje celebra-se a Liberdade,
O 25 de Abril!
A nossa primaveril 
Idade!?

Quarenta e três anos 
Sobr'a queda do regime,
Num registo insígne 
De vários enganos...

Porqu'o regime 
Não foi deposto, 
E permanece no nosso rosto 
Pusilânime!

Manteve-se o legado 
De Salazar,
Na forma d'estar
Dum povo domado...

Sem iniciativa 
E auto-estima, 
Vergado na sua sina 
Permissiva...

Este fatalismo
Sebastiânico, 
Num travo tirânico 
De populismo!

Esta velha crença 
No milagre!?
Dum povo cobarde 
Na indiferença...

Um povo católico 
Que lá crê em Fátima,
E que não sente lástima 
De se ter abúlico!!?

E só s'insurge 
A gritar "benfica",
E no que tal significa 
Qu'o tempo urge!!?

Esta velha impunidade 
Nos actos do regime,
Mesmo quando há crime 
Contr'a Liberdade!?

O velho assassínio 
Como salvo-conduto, 
E este povo inculto 
A aceitar o "desígnio"!?

Estes velhos métodos 
De nos roubarem bancos,
E ver tantos rostos, tantos (!!), 
A sairem ilesos...

Este fatalismo 
Do "terceiro segredo",
E um povo com medo 
Do providencialismo!?

Esta analfabetização 
Como forma de poder, 
E um país "crescer"
Em tal "produção"!?

Esta velha idéia,
Tão "maquievelista",
Que não há quem lhes resista 
Na sua casa-cheia!?

Este "baluarte"
Do "maior do mundo",
Um estádio rotundo 
Num crime à parte...

Desta "imprensa livre"
Dos grupos económicos, 
Dos poderes "atómicos"
De quem nist'a escreve!!

Esta permanente "verdade"
Dos seus editoriais, 
E nas Tv's "plurais"
Da publicidade!?

Este "serviço público"
Ao serviço do centralismo, 
E um semblante de pluralismo 
Módico...

Esta contante "agressão" 
Contr'o interior,
E o povo ter clamor 
De diversão!?

Uma casa dos segredos,
Um novo ídolo juvenil...
E a liberdade d'Abril
Refém dos nossos dedos??

Mudar de canal
Pr'a outras iguais possibilidades
E as constantes "novidades"
Do sempre igual?

Esta cultura sem senso,
Da vacuidade e do imediato,
E um povo sem tacto 
E sem censo!?

Esta amálgama triste 
Do fado 
Num povo fadado 
Ao chiste!?

Este gozo histórico
Dum povo sem governo, 
E um futuro eterno 
Folclórico!

Quem nisto se crê
Que não somos Salazar?
O modelo fez vingar 
O que se vê!!

Vingou essa mentalidade
D'Estado-Novo,
E o que resta a este povo 
É a "Liberdade"?

Não me parece...
A mentalidade é ditatorial!
E nisto, Portugal 
Nunca acontece!

Falta fazer-se Portugal,
Como afirmou Pessoa!
O qu'existe é Lisboa, 
E uma paisagem sempre igual...

Joker

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