terça-feira, 23 de maio de 2017

Cartilhas, hábitos e árbitros



Cartilhas, hábitos e árbitros

Acabou a temporada futebolística 2016/2017 para o FC Porto e tenho a certeza que não deixa saudades a ninguém, a menos que sejam aos “candeeiros” trafulhas, sem vergonha, com memória curta e selectiva.
O FC Porto voltou a cair com estrondo e a provar o sabor amargo da derrota em toda a linha, nem uma taça para consolar “o papo”, nenhuma competição ganha, nada, zero! O consultado de Nuno Espírito Santo não deixará saudades a ninguém e será lembrado como um dos piores de que há memória.
Hoje foi confirmada a saída do Nuno, desde o anúncio oficial da sua escolha torci o nariz, mas resolvi dar o benefício da dúvida, afinal na sua primeira época em Valência conseguiu colocar a equipa “che” a jogar um futebol vistoso e alcançou uma boa classificação. Ainda por cima era Portista! Não sendo a minha escolha preferida era aceitável.
No meu lote de preferidos de então constavam o André Villas Boas, Vítor Pereira ou o Leonardo Jardim, que confirmou esta época todo o seu potencial. Marco Silva era também uma boa hipótese, que segundo rezam as crónicas colhia a preferência de Antero Henrique na estrutura Portista. 

Antero acabaria por sair e o Presidente fez uma escolha arriscada, uma jogada de casino como gosta, e deu-se mal! A mania que tem, o gáudio que sente em tentar encontrar do nada “o novo Mourinho”, como um mago saca um coelho da cartola, acabou muitas vezes ao longo da sua presidência por causar-lhe grandes dissabores. Mas o Presidente é assim para o bem e para o mal, confia no seu instinto e gosta de soluções de ruptura e arrojadas. O problema é que acumula uma série negra inédita de quatro enormes falhanços consecutivos!
Pior foi o que se seguiu: enganos, teimosias, burrice (muito bem destacados pelo Rodolfo Reis nas suas intervenções televisivas), medo, conservadorismo, adversão ao risco, acomodação, péssima comunicação para dentro e para fora, resultados penosos, arbitragens cirúrgicas fazendo tudo às claras e à descarada para dar título por decreto e sem margem de erro ao colo colo de Carnide. 
Os jogadores do Porto acusaram a pressão e a injustiça e voltaram a falhar pelo quarto ano consecutivo. Nem precisariam ter sido brilhantes, bastava que em alturas estratégicas do campeonato tivessem cumprido conforme era esperado. Por exemplo ter vencido na “fortaleza do Dragão” clubes como o Feirense, Setúbal e até ao colo colo de Carnide, que saiu do Dragão sem perceber como não tinha sido goleado e ter evitar outros tantos empates que são muito enganadores. 
Ceder dez empates numa prova de regularidade como é o campeonato nacional é demasiado penalizador e praticamente fatal para quem tem pretensões de o conquistar. Não foi só por jogar mal ou pelos equívocos do Nuno que o Porto acumulou resultados inesperados, em concreto um exagerado número de empates, os “artistas do apito” tiveram muito mérito nisso, quem tiver olhos para ver e neurónios plenamente funcionais faça a sua análise. 


Para além dos campos inclinados por esse país fora que o FC Porto foi encontrando ainda houveram jogadas de bastidores que claramente visaram minar o caminho aos Dragões e provocar mais perda de pontos, de forma a dar algum alívio ao colo colo de Carnide visivelmente nervoso e ansioso por garantir o “tetra” que sempre pensou ser um passeio e estar no papo. Dessas jogadas o exemplo mais flagrante foi o afastamento do Brahimi, por motivos não provados e ridículos diga-se de passagem. 
Ainda vimos como a impunidade de que os nossos adversários beneficiaram permitiu-lhes terem entradas “assassinas” mandando atletas nossos para o “estaleiro” como aconteceu com o Corona e o Danilo, sem que a exigível punição disciplinar tivesse acontecido. Continuaram no jogo como se nada tivesse acontecido, tudo “normal”.
A propósito de entradas “a matar” fomos vendo o Luisão, Pizzi e outros do mesmo clube a impunemente jornadas a fio a distribuírem cacetada a seu belo prazer com a completa complacência dos árbitros, e a situação assume contornos ainda mais escandalosos ao constatarmos que esses jogadores escaparam “milagrosamente” ao quinto amarelo vá-se lá saber como! 
Atingiu-se também a “bonita marca” de mais de um ano sem ser assinalada uma grande penalidade contra o colo colo de Carnide (384 dias para ser mais específico). O respeito é uma coisa bonita. O descaramento também não conhece limites para esta legião de “apitadores invertebrados”! Não faltaram certamente oportunidades para assinalar grandes penalidades claras, inequívocas, legítimas contra o colo colo de Carnide, convinha alguém explicar o porquê de não terem sido assinaladas.
Já quando jogadores do FC Porto estavam à beira da suspensão devido ao número de cartões amarelos, os homens do apito revelaram-se implacáveis, Maxi Pereira e Felipe que o digam, entre outros evidentemente. Não têm “a sorte” que outros colegas de profissão têm onde tudo lhes é permitido. Não faltaram oportunidades para verem o quinto cartão amarelo, foram “escapando” jornadas a fio impunes. Veja-se o caso do Luisão e Pizzi entre outros.
Mas ainda havia mais. O “simulacro de competição” como lhe chamou e bem Miguel Guedes conhecido comentador Portista, ainda nos brindaria com mais algumas “originalidades” a bem do desígnio nacional que não podia ser de forma alguma comprometido. 
Estou a lembrar-me por exemplo do caso Samaris, deu um soco a um adversário o que foi visto por todos nas repetições televisivas, mas não foi suficiente para “incomodar” o muito “ocupado” conselho de disciplina da Federação e levá-lo a intervir no sentido de colocar alguma “moralidade” nesta competição. E não será nesta época que cumprirá qualquer castigo. Mas pasmem-se ainda há mais, a Liga Salazar foi muito rica em recorrer a todos os expedientes disponíveis para deixar o caminho livre rumo ao tetra ao colo colo de Carnide.
Vimos que para o conselho de disciplina da Federação Portuguesa de Futebol o que realmente gera incómodos são os cânticos entoados “pelos malvados e arruaceiros” adeptos Portistas. Era necessário punir esses “bárbaros e parolos do Norte” como pude ler vários blogues. Era o que faltava ofender a “instituição”! Logo agora que ia a caminho da “treta”, enganei-me é o tetra! Pois vassalagem era o que se esperava e ai de quem ousasse levantar a voz! Faz-me lembrar uma frase que ficou célebre na política portuguesa, adaptada a esta realidade seria algo do género “quem se mete com o colo colo leva!”.
Sinto-me na necessidade de recomendar a tais doutos juízes a consulta urgente antes da nova época 2017/2018 começar a um bom otorrinolaringologista, pois quero acreditar que suas excelências “não ouviram” as claques ilegais do colo colo de Carnide a cantar em regozijo uma letra dedicada ao adepto sportinguista assassinado no Jamor com um very light. 
É tão asqueroso e repugnante, tão pulha, que nem vou transcrever aqui como era exactamente essa letra. Ilustra bem de onde veio e só podia ter vindo donde veio acrescento. Quero acreditar que de facto esses cantos não foram ouvidos, pois que se saiba nenhuma multa foi aplicada ao colo colo de Carnide por cantos provocatórios das suas claques. 
E há mais! Estas claques ilegais têm cantado nos jogos “ilegais, ilegais …” numa clara provocação e afronta às autoridades. Ou será que pelo facto das claques desse clube estarem numa situação de ilegalidade podem fazer tudo o que lhes apetece sem que o clube seja responsabilizado de alguma forma? Não tenho a certeza se é isso que está no regulamento das competições.


A saga da Liga Salazar ainda tinha mais para “oferecer-nos”. Saíram alguns castigos para dirigentes do FC Porto como por exemplo para o Engenheiro Luís Gonçalves, multas para o director de comunicação do FC Porto e uma pidesca tentativa de o silenciar com ameaças de processos. Chegaram ainda castigos ao outro rival, Bruno de Carvalho foi suspenso e o director de comunicação do sporting também teve os seus problemas com os “excelentíssimos doutos juízes” do estado lampiânico instalado no conselho de disciplina da Federação Portuguesa de Futebol.
Perante tão evidentes manobras de favorecimento e proteção ao clube do regime nada é investigado, nem o ministério público vê necessidade disso! Ainda há as claques ilegais do colo colo de Carnide que continuam nessa situação e a lei não é cumprida. Infelizmente há a registar e lamentar uma nova morte causada por um membro de uma dessas claques a um adepto sportinguista. 
Sempre os mesmos a causar o mesmo tipo de problemas. Até quando? Quantas mais tragédias terão de acontecer para alguém tomar medidas? Onde anda o governo deste país? Aló senhor primeiro-ministro dispa a camisola vermelha e cumpra a lei se faz favor! Não se refugie em expedientes como inquéritos e averiguações que deixam tudo na mesma.
Este tetra foi o mais sujo campeonato de que tenho memória, era um “desígnio nacional” que não podia falhar e viu-se como valia tudo. Eles bem estrebucharam e andaram desnorteados uns tempos solicitando reuniões a torto e a direito, sem conseguir disfarçar o nervosismo e incómodo por ter o FC Porto a apenas um ponto! 
Um Porto a lutar contra muita coisa, mas uma sombra do Clube que já foi. Mesmo perante tantas dificuldades foi resistindo heroicamente, e levou até onde as suas limitações e manipulações arbitrais deixaram a sua luta. O sonho dissipou-se a duas jornadas do fim da liga Salazar.
Uma referência para a liga rebaptizada como Liga Salazar. A analogia é perfeita, parece que o futebol em Portugal regrediu para os tempos do Estado Novo. Só ao colo colo de Carnide é permitido ganhar e recorre-se a tudo o que é legítimo ou não para esse desígnio nacional ser conseguido.
O polvo foi outra expressão muito ouvida esta época, percebe-se que é outra analogia muito bem conseguida, tal o conjunto de influências e interligações criadas e colocadas em prática para no seu todo funcionando como uma “máquina bem oleada e com a precisão de um bom relógio suíço” o colo colo de Carnide pudesse alcançar algo que os seus rivais já tinham alcançado há muito tempo. 
Descobrimos que existem cartilhas que são orientações para “serem vomitadas até à exaustão” nos painéis de programas desportivos das televisões, vemos a comunicação social a “fabricar a verdade que interessa ao regime”, uma Federação, justiça, polícias, governo e autarquias todos submissos ao estado lampiânico. Nada parece capaz de alterar o estado de coisas actual tais são as raízes profundas e a força dos tentáculos que o polvo fascista vermelho criou. “Não há mal que que sempre dure nem bem que sempre perdure” como bem diz o povo na sua sabedoria popular. 
Analisando as origens e percursos da maioria dos árbitros que arbitram na Liga Salazar, como por exemplo atribuição de diplomas pela fundação do colo colo de Carnide, chegada a internacionais sem cumprirem os requisitos da FIFA, como as coisas funcionam com os observadores dos jogos, notas inexplicáveis atribuídas em jogos polémicos com claras más arbitragens, vemos bem a força e extensão do polvo. 
O polvo tem muitas faces e tentáculos como vamos ouvindo e lendo por aí. O alarme finalmente soou por todo o lado, infelizmente já é tarde, uma coisa seria combater a tentativa de instalação do polvo, outra completamente diferente é combater um polvo confortavelmente instalado e em pleno funcionamento. 
É interessante analisar o papel e influência de pessoas como Ferreira Nunes, João Ferreira, Lucílio Baptista, Pedro Proença, José Manuel Meirim entre outros, e comparar critérios em situações idênticas. Fica tudo tão claro que não restam mesmo dúvidas a que vieram e quem servem. 
Outra situação que é uma verdadeira aberração e só mesmo numa república das bananas é permitido (e convém dizer que há repúblicas das bananas que conseguem ser mais sérias do que o nosso rectângulo à beira-mar plantado), é a autorização dada à benfica tv para transmitir os jogos do clube em sua casa. 
Há um evidente conflito de interesses, e já pudemos perceber em diversas situações como a credibilidade dessas transmissões está seriamente comprometida, vimos no jogo colo colo de Carnide x FC Porto como foi e noutros. Lances que não são repetidos como é a prática normal de forma a permitir o esclarecimento de dúvidas, outros que nem são mostrados, tudo isto acontece se forem lances que beneficiaram o colo colo e não convém mostrar para que a opinião pública continue intoxicada e convencida que os outros é que são corruptos e ganham sempre sujo.
Sobre as transmissões televisivas no canal citado no parágrafo acima, defendo que o FC Porto e o sporting deviam unir esforços para exercer pressão nos locais próprios de forma a impedir que clubes possam transmitir os seus jogos nos seus canais de tv, se o sinal não vier de terceiros que são independentes, ou garantem melhores condições de isenção e são menos imunes a pressões para omitir aspectos do jogo.
Suponho ser caso único na Europa e talvez no mundo, ser permitido a um clube transmitir os seus jogos em casa nos moldes em que a benfica tv faz, sem qualquer supervisão de entidades externas, permitindo à parte interessada manipular como bem entende as imagens televisivas de forma a servir os seus interesses. Isto é também viciar a verdade duma competição, e se juntarmos Pinheiros, Capelas, Paixões, Motas, Martins e afins então fica completo o ramalhete e temos uma boa “caldeirada”!
Os tempos são de luta corajosa, sem nunca baixar os braços ou sermos atingidos pela descrença. A razão está do nosso lado, é uma questão de tempo até ao regime instalado cair. Eles sabem disso e já andam com os “arranjos do costume” para que a introdução do vídeo-árbitro não “belisque” o próximo desígnio nacional que é o penta. Têm a palavra principalmente FC Porto e sporting.


Estou mais interessado como é evidente em como o FC Porto irá reorganizar-se e renascer das cinzas para voltar a ser uma real potência no futebol português. É claro que interessa ao futebol português também ter um sporting forte, mas isso é problema deles. O mais importante é olharmos e cuidarmos da nossa casa e deixar a dos outros.
Perante tudo isto concluo que há hábitos que não se perdem, em particular o de favorecimento ao colo colo de Carnide, independente de viver-se em ditadura ou numa democracia. De facto o 25 de Abril não conseguiu purgar muitos dos males e vícios instalados na sociedade portuguesa. Ainda há um longo caminho a percorrer e uma mudança de mentalidades a operar.
Fico estupefacto e por mais que pense nisto não encontro explicação, há uma dúvida agoniante que me assola diariamente, como foi possível os dirigentes do FC Porto e sporting permitirem que o polvo vermelho crescesse, fosse instalado e criasse todas estas ramificações que percebemos existir? Estavam todos a dormir? Tiveram medo de denunciar tudo? Estavam condicionados por algo que desconhecemos? 
Felizmente não vejo o colo colo de Carnide a jogar nenhum futebol de outro mundo e está bem longe de ser um colosso do futebol europeu, não fosse o colinho que existiu mal arrancou esta malfadada Liga Salazar e a história final teria sido bem diferente. 
É possível vencê-los e já na próxima época, mas para isso temos de resolver de uma vez por todas a questão do treinador, trazendo alguém que é um verdadeiro líder, profundo conhecedor do futebol, sem medo, e fã de um futebol atraente de ataque, sem medo de arriscar, um treinador que cause empatia, respeito e admiração aos jogadores. É difícil avançar nomes mas deixo as minhas sugestões. 
Começo por referir quem não deve ser: Carlos Carvalhal, Sérgio Conceição, Paulo Sousa ou Pedro Martins, ou duns nomes de treinadores italianos e espanhóis que andam por aí a circular. Precisamos de alguém credível já com provas dadas e grande experiência, por isso reservaria a escolha ao seguinte lote de treinadores: Leonardo Jardim (muito difícil eu sei), André Villas Boas e Vítor Pereira. 
Estou algo céptico quanto à opção Marco Silva, não o acho mau treinador vejo-o como possuidor de um bom potencial e ser capaz de colocar as suas equipas a jogar bom futebol, mas tenho dúvidas se é uma boa opção dado o momento delicado que o FC Porto atravessa. 
A dúvida que me assalta prende-se com o facto do FC Porto precisar dum treinador de combate, com grande experiência, sem medo, que imponha respeito, cujo passado fale por si em termos de conquistas e credibilidade, precisamos em suma de um ganhador e disciplinador nato em toda a linha! Esse é o perfil que espero que a FC Porto SAD defina e assim contrate em conformidade.
Se algum dia for encontrado petróleo no Estádio do Dragão gostaria de ver o FC Porto treinado pelo Diego Simeone ou Massimiliano Allegri, e esta seria então a altura de planear mais altos voos do que só almejar vencer competições internas, ninguém diga impossível estou eu a pensar quando muitos dos meus leitores devem estar a rir e a pensar que perdi por completo o juízo.
É obrigatório também construir um plantel sólido com duas opções reais válidas por posição de qualidade equivalente. A aposta deve passar por aproveitar ao máximo os valores que temos em “casa” nomeadamente na equipa B, e depois ir contratar cirurgicamente para as posições carenciadas. 
Comprar bom e barato impõe-se novamente como receita para o sucesso, que já foi em tempos imagem de marca do Presidente do FC Porto, e além disso há o fair play financeiro da UEFA para cumprir, consequência de anos de “desvario financeiro”. Não vale a pena lamentar os erros do passado, é necessário corrigi-los e garantir que não voltam a acontecer. Que as tentações das comissões não falem mais alto que a defesa intransigente do que é melhor para o FC Porto.
Uma palavra agora para a forma como a época 2016/2017 foi planeada pela estrutura do FC Porto. Miserável! É isso mesmo sem qualquer tipo de contemplações. Os resultados falam por si nem é necessário grandes justificações para o adjectivo utilizado. Tudo falhou e ficamos ainda mais fragilizados do que estávamos. Nem a saúde financeira do Clube está em melhores condições, a situação aqui também é muito preocupante ao ponto de termos a UEFA atenta e a impor-nos o fair play financeiro. 
Só espero e admito que seja cumprido mesmo que isso implique não ter um plantel tão competitivo como gostaríamos, as vendas neste Verão terão de atingir pelo menos 115 milhões de euros li algures para conseguir-se cumprir o fair play financeiro da UEFA. Não será fácil mas há valor no plantel para atingir essa marca em venda de passes. 
Esta é também mais uma razão para uma escolha muito rigorosa do próximo treinador do FC Porto, porque é mais do que evidente que terá de haver forte contenção de custos e os recursos para contratações serão mais limitados do que era costume. Curiosamente foi quando o FC Porto teve menos recursos que melhores contratações fez, quando havia abundância financeira cometeram-se muitos disparates com contratações inexplicáveis pelos quais estamos a pagar agora. 
Neste capítulo não há razões para dramatismos, haverão menos recursos financeiros para investir no reforço do plantel mas se forem aproveitados os jogadores que já temos sob contrato que têm perfil para jogar no Clube e a esses forem apenas adicionadas contratações cirúrgicas de baixo custo, haverão motivos para existir confiança, pelo menos estaremos novamente no bom caminho.
E porque a direcção do FC Porto quando o merece deve ser elogiada, faço-o com toda a justiça também. O Presidente do FC Porto fez questão de pagar por inteiro o nosso belo Estádio do Dragão nesta época agora finalizada, antecipando o pagamento do valor em falta que julgo salvo erro era devido para o Verão de 2018. Sim leram bem o nosso magnífico estádio motivo de grande orgulho já está pago e é mesmo nosso. Suponho que esta decisão surpreendeu muita gente inclusive os nossos adversários e detractores, que em pasquins do regime mal deram destaque a esta notícia, que é também um exemplo de boa gestão.
Depois deste “rebuçado” dado à direcção do FC Porto na pessoa do seu Presidente, sou forçado a voltar à dura realidade criada por um conjunto de más decisões. Seria realista pelos anos de experiência que grande parte do elenco directivo do FC Porto possui esperar que com o plantel mais jovem e inexperiente comparativamente aos adversários directos na luta pelo título, tivéssemos reais possibilidades de conquistar o título? Com uma frente de ataque onde a responsabilidade de fazer golos foi entregue a um jovem de 20 anos, que por muitos bons sinais e indicações que tivesse deixado é ainda jovem e tem muito que amadurecer até ser um jogador feito, esta decisão foi motivada pelos cofres vazios ou excesso de optimismo? 
Também, para jogar no esquema táctico que tem sido privilegiado nos últimos anos no FC Porto o 4-3-3 de que eu nunca fui fã, sem a contratação de extremos de qualidade para municiar com qualidade também a referência atacante da equipa, não seria de prever sérias dificuldades de concretização e até uma baixa taxa de criação de oportunidades de golo? Já numa fase avançada da época ainda tentaram corrigir o erro de avaliação ao contratar o Tiquinho Soares, que foi de uma enorme utilidade mas não pode fazer tudo só. Curiosamente quando o Soares não marcou não ganhamos.
Os golos são o objectivo do futebol mas parecem existirem por aí muitos “iluminados” para os quais o que interessa é jogar para o lado e para trás e ter muita posse de bola. No fim é o que se vê. E com Nuno Espírito Santo não foi diferente infelizmente para ele e para nós. 


E aqui tenho novamente de abordar um tema que já tive oportunidade de alertar no passado, a perda de identidade futebolística do FC Porto, deixamos de saber defender, gerir os momentos de jogo, saber matar jogos, aproveitar lances de bola parada. Infelizmente foi um “hábito” que acabou por instalar-se nos últimos quatro anos, com os custos que todos sabemos: a pior “seca de títulos” de que há memória recente.
Como é possível novamente ao longo desta época sofrermos golos da mesma forma e feitio como já tinham acontecido em jogos anteriores, não se aprendeu nada? O que treina esta gente durante a semana? O treinador prepara os jogos convenientemente? Os vídeos dos jogos são visionados por quem de direito para identificar e corrigir falhas no futuro? 
Dou um exemplo básico, já reparam que sempre que há cantos marcados contra o FC Porto, raramente colocamos um jogador nosso junto aos postes? Até o Rodolfo Reis no programa de televisão que participa alertou para isto recentemente. Segundo ele até os treinadores de futebol da “velha escola” treinavam isso nas suas equipas, é um dos procedimentos básicos de como bem defender nesse tipo de lances.
Sobre a forma como marcamos os cantos a nosso favor também deixa muito a desejar, normalmente na maioria desses lances somos completamente inofensivos, o que diz muito da nossa incapacidade para tirar melhor partido dos mesmos para finalizar com sucesso. Invariavelmente os cantos são mal batidos para junto dos postes da baliza rente à relva, facilitando assim a tarefa dos adversários em defender a sua baliza. 
Será assim tão difícil perceber estas coisas tão básicas e abordar este tipo de lances de outra maneira, com maior imprevisibilidade e criatividade? O factor surpresa cada vez mais tem influência no desfecho de jogos onde o equilíbrio é maior, isto quando os homens do apito não decidem ser os intervenientes principais dos jogos! E os lances de bola parada cada vez mais são a forma de desbloquear jogos equilibrados onde as equipas adversárias defendem bem.
 Noto também que deixamos de ter um especialista em livres directos, algo que foi durante décadas uma das imagens de marca do FC Porto. Quem não se lembra (e sente saudades) de jogadores como Geraldão, Branco, Deco e outros tantos que transformavam estes lances em “praticamente golos feitos” para o FC Porto?
Parece-me que não é assim tão difícil recuperar ao menos parte do ADN do que era verdadeiramente ser Porto, porque hoje em dia quando é dito “somos Porto” quem o diz não faz a mínima ideia do que tal significa. E isso vê-se pela mediocridade do futebol praticado em campo. Bastaria à equipa técnica do FC Porto ter feito um pouco mais de trabalho de casa, e ter visionado os jogos do Clube nos anos áureos onde ganhávamos muito e bem. Está lá tudo, as licções todas a tirar. Eu não sou nenhum “catedrático da bola” mas sei que no futebol não há necessidade de complicar o que é simples, e aqueles que complicam normalmente recebem guia de marcha antecipado ou quando findam contratos. É uma verdade de La Palisse!
Outra coisa que não ajuda nada é insistir em colocar jogadores a jogar fora das suas posições naturais onde evidentemente rendem mais. A menos que exista uma situação de emergência motivada por castigos ou lesões que force adaptações. Mas quando não é o caso é normalmente uma receita para o desastre. E esse foi um dos grandes pecados do Nuno. Infelizmente parece que ele não aprendeu nada com isso pois ainda no último jogo em Moreira de Cónegos repetiu mais do mesmo. Com isto ninguém ganha, “queimam-se jogadores” por vezes e o desempenho geral da equipa fica comprometido. 
Para mim é um claro sinal de falta de inteligência e liderança de um treinador incorrer por estes caminhos. E um treinador nessa senda não pode nem deve continuar no FC Porto. Mais um elogio para o Presidente do FC Porto que fez uma leitura acertada no caso do Nuno, que não tinha realmente condições para continuar e a avaliação da sua prestação ao serviço do Clube é muito negativa.
Por fim resta-me também fazer justiça ao Nuno, conseguiu colocar a equipa a defender melhor, não quer isto dizer que defenda bem especialmente pelas razões que expus anteriormente, mas melhorou muito a defender. Ainda, conseguiu qualificar o FC Porto para a fase de grupos tendo pela frente um adversário difícil e bem cotado como a Roma, em Itália o Porto fez uma exibição personalizada e plena de classe, que provavelmente criou excesso de confiança na administração do FC Porto ao ponto de terem ficado convencido que o plantel dava mais do que garantias. 
E se calhar dava, como outro treinador capaz de saber extrair o máximo rendimento deste plantel adaptando a sua estratégia e tácticas às características do plantel à sua disposição e não o contrário. Se calhar são estas as maiores conquistas que conseguiu e pelo menos devemos agradecer-lhe por isto. É muito pouco para nós Portistas que nos habituamos a vencer e somos viciados em vencer.
Nuno deitou tudo a perder após o comprometedor empate ante ao Setúbal, faltou muita coisa nesse jogo, sorte, acerto, controlo emocional e uma arbitragem isenta, foi aliás essa péssima arbitragem uma das maiores obreiras do comprometedor empate que nos impediu de nos isolar no primeiro lugar antes da importante deslocação à casa do colo colo de Carnide.
Nesse jogo na Luz com o colo colo tivemos mais uma arbitragem tendenciosa e claramente caseira, jogamos para empatar infelizmente não tivemos a ambição que sempre caracterizou o FC Porto nos seus tempos áureos, o treinador do FC Porto preferiu depender de terceiros do que tentar só dependermos de nós para vencer o campeonato. 
E demo-nos mal. Normalmente não fazer o nosso trabalho e esperar que os outros nos ajudem não resulta. Ainda nesse jogo de má memória, realce para o lance onde o “artista circense” um cínico e provocador de primeira de nome Jonas vem ao encontro de Nuno e agride-o de forma premeditada. Foi inacreditável! Nuno armado em machão ficou firme e hirto como uma barra de ferro, até pareceu que nada tinha acontecido. Até nisso se o Nuno tivesse mais “ratice” teria sabido explorar melhor aquela situação e tentar colocar o Jonas em apuros. Se calhar Nuno és demasiadamente boa pessoa para andar no lamaçal que é o futebol português. Não te desejo mal ou guardo rancor, mas de facto o meu FC Porto merece mais e melhor do que conseguiste proporcionar. Culpa tem quem te contratou e só gosta de aparecer nos bons momentos. 
Espero que também esse comportamento inaceitável do Presidente mude, porque ou ele muda ou também acabará por sair pela porta pequena um dia destes, e isso realmente seria uma pena e duro para um homem que simplesmente colocou a sua vida ao serviço do FC Porto e deu tudo o que tinha e não tinha. 
Não pode é simplesmente continuar a agir como tem agido nos últimos quatro anos. Já todos percebemos que já ninguém o respeita, e a sua esfera de influência já não é o que era, no entanto é bem possível fazer melhor. Por favor venha dar a cara sempre não o faço só quando ganha. E defenda intransigentemente os interesses do FC Porto ou delegue a alguém essa tarefa de combate que é altamente desgastante tenho de o admitir, a alguém caso a sua saúde já não o permita ou esteja condicionado por algo que desconhecemos.
O excessivo número de jogadores emprestados sob contrato é alarmante, se não estou em erro são mais de quarenta, esta situação deve ser revista e cortes devem ser feitos onde seja justificável, é impraticável ter tantos jogadores emprestados sob contrato, o Clube deve negociar os que têm mercado e assim aliviar a sua folha salarial. O rigor financeiro a isso obriga dado a UEFA estar a acompanhar a nossa situação e termos de cumprir o fair play financeiro.


Outra situação que requer reflexão é se o modelo de negócio que a FC Porto SAD tem utilizado não estará ultrapassado, esperar fazer muito dinheiro com venda de passes de jogadores e possuir o maior orçamento no futebol profissional em Portugal começa a ser uma gestão de risco e no fio da navalha. Deve ser iniciada uma reflexão sobre que modelos alternativos podem ser utilizados, porque será cada vez mais difícil manter a sustentabilidade do actual modelo.
Recorrentemente vejo referências ao papel nefasto e lesivo para os interesses do FC Porto da presença de Alexandre Pinto da Costa (filho do Presidente) e dos negócios feitos com este. É uma situação a evitar pois traduz um claro conflito de interesses. A finalizar já que abordo o tópico de empresários de futebol, defendo que o FC Porto deve unilateralmente cortar relações com o Jorge Mendes e remover por completo a sua esfera de influência no nosso Clube. Este empresário quando se trata do colo colo de Carnide é muito eficaz e arranja-lhes bons negócios e jogadores, a nós é o que se vê e sabe. É outra das faces do polvo não tenham dúvidas! 
Se temos atletas representados pelo Jorge Mendes, e suspeito que é o caso, esses atletas não devem ser prejudicados ou marginalizados, e se não nos interessam então devemos procurar mercado para os mesmos. Jorge Mendes já teve mais do que oportunidades suficiente para não apenas encher os bolsos à nossa custa, a sua ajuda a resolver os graves problemas que o FC Porto tem por ter tanto jogador excedentário ou que não se enquadra na nossa filosofia foi nula. Ainda nos enfiou o grande barrete Adrián López com garantias que o venderia por um determinado preço caso fosse necessário, e depois ficamos nós com o prejuízo e a “batata quente” na mão. Depois desse episódio ficou bem claro o carácter e reais motivações que o movem.
Por fim caso o FC Porto atravessasse invejável saúde financeira, dava-me gozo que o Aboubakar fosse obrigado a voltar e ficasse a treinar só até ao fim do contrato, só para aprender a ficar calado, pois anda sempre a dizer que “Porto nunca mais” e que não quer voltar. O Clube sabe o que tem a fazer, existindo uma boa proposta deve transferi-lo mas vender ao desbarato é que não. E cabe ao jogador porque assinou um contrato de livre vontade cumprir o que o FC Porto decidiu e mais nada.
A finalizar, não devo ser só eu que acho que há muito tempo os jogadores do plantel do FC Porto denotam grande fragilidade emocional e vão-se abaixo facilmente. Não será também altura de tentar corrigir isso contratando especialistas em performance de topo se é que fiz bem a tradução, em inglês estes profissionais são designados por peak performance ou mental coaches. Os maiores atletas mundiais como por exemplo campeões olímpicos, jogadores no topo do ranking do circuito ATP de ténis, golfistas de elite entre outros têm todos peak performance coaches. 
O colo colo de Carnide para além de gostar de fazer as coisas pelo outro lado e ter colocado os seus homens e mulheres de confiança em lugares de decisão, percebeu as vantagens de contar com especialistas desta área e tem a trabalhar directamente com o seu plantel profissional uma mental coach de seu nome Susana Torres, que segundo li ajudou e muito à recuperação do Jonas após a operação a uma lesão. Fica aqui a ideia, parece-me algo a ter em conta e que só pode ser benéfico para o FC Porto.
Resta desejar as maiores felicidades pessoais e profissionais ao novo treinador do FC Porto, seja ele quem for e esperar que seja capaz de devolver o nosso Clube à senda das vitórias, tendo como prioridade o título de campeão nacional e se possível algo mais internamente, quanto à Liga dos Campeões a qualificação para os quartos de final já seria muito bom. Aos dirigentes do Clube deixo uma mensagem de confiança, esperança e força, esperando que façam o que tem de ser feito doa a quem doer para recuperar o nosso FC Porto e devolver-lhe a pujança a que nos habituou.

NOTA: Opto por razões de convicção pessoal pela não utilização do acordo ortográfico actualmente em vigor para a língua portuguesa. 


A Chama do Dragão é Eterna!
A Vencer deste 1893!
FC Porto Sempre!

Bluepunisher

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