sexta-feira, 23 de março de 2018

O Estado da Nação



O Estado da Nação
O clube da corrupção
Faz jus aos seus métodos,
E escondem-se os seus adeptos
Da divulgação…
Esta prática de conquista
A qualquer preço,
É o verdadeiro retrocesso
Da sociedade progressista!
Esta moral cívica
De se ganhar nos subterrâneos,
E “competir” nos demais sucedâneos,
É cínica!
Esta preversa moral
D’assim se fazer um campeão,
E exultar-se em tal encenação,
É Portugal!
Esta vivência d’aparência,
De se mostrar o que não se é,
E viver rastejando pr’a andar de pé,
É a nossa maior competência!
Ostentar um símbolo
C’as nossas cores,
Sabendo-se disso os maiores traidores,
É um auto-golo!!
Quem se compraz em assim vencer
É maquiavélico,
É o modelo profético
De se deitar tudo a perder…
Como pode uma nação
Ser nisto civilizada,
Quando a sua “obra acabada”
É a corrupção?
Que político modelo,
Que instituição?
Vencer é a razão
Pr’a qualquer atropelo?
Quem pode prosperar
Na mentira e no engano?
Quem faz disto um plano
É pr’a s’elogiar?
É o chico-esperto,
É o novo-rico,
É o nosso sonho lírico
De não se ser descoberto!?
É esta impunidade
Qu’os faz arriscar,
Pr’a nisso se prosperar
Quando se dá a a oportunidade!!
É não se sentir remorso,
É montar-se um “gabinete de crise”!
É fingir-se qu’um “deslize”
Não põe em causa o colosso!!
É assim sentir
Que s’é maior qu’a lei, qu’o país,
É saber que não há juiz
Qu’os faça arguir!!?
É vencer por decreto,
É ganhar por “desporto”,
É ter este nado-morto
A vencer em campo aberto!?
É ser o “único com futuro”,
É ser-se a unanimidade!
É ter nesta portugalidade
O nosso maior apuro!!
É ter a censura à porta,
É ter uma única verdade,
É ver a nossa autoridade
Já morta…
É ver a Assembleia República
Tomada pelo “clube querido”,
E notar que pr’a ser arguido
Nem com uma petição pública!!
É ver os convites pr’a “catedral”
Que tomam tod’a nação,
É sentir qu’a corrupção
É coisa natural…
É juizes, polícias e ladrões,
Políticos e Ministros,
São os convites mistos
Que valem uns milhões!!
A moeda de troca
É o ingresso pr’o “clube querido”,
E o jogo estar já decidido
É coisa pouca…
O qu’interessa é o gáudio,
A economia!
É como dizia o Mexia:
O benfica ench’o estádio!!
E isso dá valor
Ao Ministro da Finança,
Qu’assim gera confiança
Ao nosso maior credor!!
E assim ter legitimidade
Pr’a se pedir mais um bilhete,
E entrar com o convite
D’autoridade!?
O Conselho do poder
Está ali no Estádio da Luz,
E Portugal ali se reproduz
Pr’a fenecer…
A promiscuidade é mote
Ali na “catedral”,
Mas o qu’isso tinha de mal
Er’a norte!?
Quand’a câmara do Porto
Não se vingava aos interesses do real paço,
E a “imprensa” nisso dava azo (a)
Qu’aquilo não era desporto…
Estes vendilhões de jornais
Que fazem uso da propaganda,
Porque quem nela manda
São outros iguais!!
Tudo vendido
Aos interesses do regime,
E a liberdade, “in fine”,
Na voz dum partido!?
Este triste exemplo
De quem aqui, pois, manda,
E qu’a corrupção demanda
O nosso cumprimento!!?
Tudo subvertido
Na lei, na honra, no bom-nome,
E antes morrer de fome
Do que viver fingido…
E nisso aplaudir
As vitórias da ditadura,
E nisto ir “à loucura”
Porque não me posso rir!
E deslocar-me ao Marquês
Pr’a celebrar tais feitos,
Por o benfica ter mais direitos
Do que tod’o português!
E assim vestir a camisola
Do penta!!
E levar ao Zé a comenda
D’A Bola!!
Esse que, no presídio,
Abre garrafas de espumante,
Porqu’o seu benfica é um gigante
E foi absolvido!!!
E s’ele era uma toupeira
Corrompida p’lo Paulo,
Hoje canta de galo
Na Carregueira!!!…
Joker

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