O Estado da Nação
O clube da corrupção
Faz jus aos seus métodos,
E escondem-se os seus adeptos
Da divulgação…
Faz jus aos seus métodos,
E escondem-se os seus adeptos
Da divulgação…
Esta prática de conquista
A qualquer preço,
É o verdadeiro retrocesso
Da sociedade progressista!
A qualquer preço,
É o verdadeiro retrocesso
Da sociedade progressista!
Esta moral cívica
De se ganhar nos subterrâneos,
E “competir” nos demais sucedâneos,
É cínica!
De se ganhar nos subterrâneos,
E “competir” nos demais sucedâneos,
É cínica!
Esta preversa moral
D’assim se fazer um campeão,
E exultar-se em tal encenação,
É Portugal!
D’assim se fazer um campeão,
E exultar-se em tal encenação,
É Portugal!
Esta vivência d’aparência,
De se mostrar o que não se é,
E viver rastejando pr’a andar de pé,
É a nossa maior competência!
De se mostrar o que não se é,
E viver rastejando pr’a andar de pé,
É a nossa maior competência!
Ostentar um símbolo
C’as nossas cores,
Sabendo-se disso os maiores traidores,
É um auto-golo!!
C’as nossas cores,
Sabendo-se disso os maiores traidores,
É um auto-golo!!
Quem se compraz em assim vencer
É maquiavélico,
É o modelo profético
De se deitar tudo a perder…
É maquiavélico,
É o modelo profético
De se deitar tudo a perder…
Como pode uma nação
Ser nisto civilizada,
Quando a sua “obra acabada”
É a corrupção?
Ser nisto civilizada,
Quando a sua “obra acabada”
É a corrupção?
Que político modelo,
Que instituição?
Vencer é a razão
Pr’a qualquer atropelo?
Que instituição?
Vencer é a razão
Pr’a qualquer atropelo?
Quem pode prosperar
Na mentira e no engano?
Quem faz disto um plano
É pr’a s’elogiar?
Na mentira e no engano?
Quem faz disto um plano
É pr’a s’elogiar?
É o chico-esperto,
É o novo-rico,
É o nosso sonho lírico
De não se ser descoberto!?
É o novo-rico,
É o nosso sonho lírico
De não se ser descoberto!?
É esta impunidade
Qu’os faz arriscar,
Pr’a nisso se prosperar
Quando se dá a a oportunidade!!
Qu’os faz arriscar,
Pr’a nisso se prosperar
Quando se dá a a oportunidade!!
É não se sentir remorso,
É montar-se um “gabinete de crise”!
É fingir-se qu’um “deslize”
Não põe em causa o colosso!!
É montar-se um “gabinete de crise”!
É fingir-se qu’um “deslize”
Não põe em causa o colosso!!
É assim sentir
Que s’é maior qu’a lei, qu’o país,
É saber que não há juiz
Qu’os faça arguir!!?
Que s’é maior qu’a lei, qu’o país,
É saber que não há juiz
Qu’os faça arguir!!?
É vencer por decreto,
É ganhar por “desporto”,
É ter este nado-morto
A vencer em campo aberto!?
É ganhar por “desporto”,
É ter este nado-morto
A vencer em campo aberto!?
É ser o “único com futuro”,
É ser-se a unanimidade!
É ter nesta portugalidade
O nosso maior apuro!!
É ser-se a unanimidade!
É ter nesta portugalidade
O nosso maior apuro!!
É ter a censura à porta,
É ter uma única verdade,
É ver a nossa autoridade
Já morta…
É ter uma única verdade,
É ver a nossa autoridade
Já morta…
É ver a Assembleia República
Tomada pelo “clube querido”,
E notar que pr’a ser arguido
Nem com uma petição pública!!
Tomada pelo “clube querido”,
E notar que pr’a ser arguido
Nem com uma petição pública!!
É ver os convites pr’a “catedral”
Que tomam tod’a nação,
É sentir qu’a corrupção
É coisa natural…
Que tomam tod’a nação,
É sentir qu’a corrupção
É coisa natural…
É juizes, polícias e ladrões,
Políticos e Ministros,
São os convites mistos
Que valem uns milhões!!
Políticos e Ministros,
São os convites mistos
Que valem uns milhões!!
A moeda de troca
É o ingresso pr’o “clube querido”,
E o jogo estar já decidido
É coisa pouca…
É o ingresso pr’o “clube querido”,
E o jogo estar já decidido
É coisa pouca…
O qu’interessa é o gáudio,
A economia!
É como dizia o Mexia:
O benfica ench’o estádio!!
A economia!
É como dizia o Mexia:
O benfica ench’o estádio!!
E isso dá valor
Ao Ministro da Finança,
Qu’assim gera confiança
Ao nosso maior credor!!
Ao Ministro da Finança,
Qu’assim gera confiança
Ao nosso maior credor!!
E assim ter legitimidade
Pr’a se pedir mais um bilhete,
E entrar com o convite
D’autoridade!?
Pr’a se pedir mais um bilhete,
E entrar com o convite
D’autoridade!?
O Conselho do poder
Está ali no Estádio da Luz,
E Portugal ali se reproduz
Pr’a fenecer…
Está ali no Estádio da Luz,
E Portugal ali se reproduz
Pr’a fenecer…
A promiscuidade é mote
Ali na “catedral”,
Mas o qu’isso tinha de mal
Er’a norte!?
Ali na “catedral”,
Mas o qu’isso tinha de mal
Er’a norte!?
Quand’a câmara do Porto
Não se vingava aos interesses do real paço,
E a “imprensa” nisso dava azo (a)
Qu’aquilo não era desporto…
Não se vingava aos interesses do real paço,
E a “imprensa” nisso dava azo (a)
Qu’aquilo não era desporto…
Estes vendilhões de jornais
Que fazem uso da propaganda,
Porque quem nela manda
São outros iguais!!
Que fazem uso da propaganda,
Porque quem nela manda
São outros iguais!!
Tudo vendido
Aos interesses do regime,
E a liberdade, “in fine”,
Na voz dum partido!?
Aos interesses do regime,
E a liberdade, “in fine”,
Na voz dum partido!?
Este triste exemplo
De quem aqui, pois, manda,
E qu’a corrupção demanda
O nosso cumprimento!!?
De quem aqui, pois, manda,
E qu’a corrupção demanda
O nosso cumprimento!!?
Tudo subvertido
Na lei, na honra, no bom-nome,
E antes morrer de fome
Do que viver fingido…
Na lei, na honra, no bom-nome,
E antes morrer de fome
Do que viver fingido…
E nisso aplaudir
As vitórias da ditadura,
E nisto ir “à loucura”
Porque não me posso rir!
As vitórias da ditadura,
E nisto ir “à loucura”
Porque não me posso rir!
E deslocar-me ao Marquês
Pr’a celebrar tais feitos,
Por o benfica ter mais direitos
Do que tod’o português!
Pr’a celebrar tais feitos,
Por o benfica ter mais direitos
Do que tod’o português!
E assim vestir a camisola
Do penta!!
E levar ao Zé a comenda
D’A Bola!!
Do penta!!
E levar ao Zé a comenda
D’A Bola!!
Esse que, no presídio,
Abre garrafas de espumante,
Porqu’o seu benfica é um gigante
E foi absolvido!!!
Abre garrafas de espumante,
Porqu’o seu benfica é um gigante
E foi absolvido!!!
E s’ele era uma toupeira
Corrompida p’lo Paulo,
Hoje canta de galo
Na Carregueira!!!…
Corrompida p’lo Paulo,
Hoje canta de galo
Na Carregueira!!!…
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